segunda-feira, 9 de junho de 2008

Vamos nos movimentar: Evite que seu bife derrube a Amazônia!

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www.idec.org.br/climaeconsumo/cartoesVirtuais.html

Saiba o que as três maiores redes de supermercado responderam
ao Idec

O Idec enviou cartas para as três maiores redes varejistas do país, questionando sobre sua preocupação em relação à rastreabilidade da carne bovina vendida por elas: *Carrefour*, *Pão de Açúcar* e *Wal-Mart*. Buscamos informações sanitárias, ambientais e sociais da cadeia de produção da carne.

As respostas de todos eles foram, para o Idec, insuficientes. Em várias delas, as empresas afirmaram possuir cláusulas contratuais - "garantindo" que não há desmatamento ou trabalho escravo, por exemplo, nas propriedades que produzem a carne que comercializam - porém sem informar se fazem ou como fazem o controle para de fato garantir seu cumprimento.

Só o *Grupo Pão de Açúcar* detalhou a forma como faz esse controle - restrito a apenas 1% de toda a carne bovina comercializada pela empresa. Mas a iniciativa demonstra que é possível, sim, que os varejistas tenham grande controle sobre a forma como é produzida a carne bovina que o consumidor encontra na gôndola. E que ela deve ser louvada.

Veja um resumo das respostas dos supermercados:

O grupo *Carrefour* - que detém quatro bandeiras de supermercados (* Carrefour*, *Carrefour Bairro*, *Dia%* e *Atacadão*) - focou suas respostas apenas no programa "Garantia de Origem", que possui critérios de seleção de fornecedores e de garantia de qualidade da carne, e contempla apenas 40% do que é vendido pela rede. As informações fornecidas pouco revelaram sobre a origem da carne, ficando em um plano apenas conceitual, sem dados concretos. A empresa se limitou a listar alguns dos principais frigoríficos fornecedores e, com relação aos municípios de origem da carne, disse que ela "é proveniente de todo o território brasileiro, com pequeno volume importado".

Questionado sobre a disponibilização das informações que possui sobre rastreabilidade da carne bovina nos rótulos dos alimentos, o grupo disse que elas estão em "plaquetas informativas, inseridas próximas a cada um dos tipos de carne e de corte".

Com relação ao controle para evitar que a carne venha de áreas de desmatamento ou em que se utilize trabalho escravo, a empresa informa que avalia "os aspectos sociais e ambientais de cada uma das fazendas" antes de cadastrá-las e que, em caso de irregularidades, o produtor é "automaticamente retirado do programa".

O Grupo *Pão de Açúcar *(Companhia Brasileira de Distribuição), detentor de oito bandeiras de varejo *(Pão de Açúcar*, *Extra Hipermercados, Extra Perto, Extra Fácil, Extra Eletro, Sendas,* *Comprebem *e* Assai*), foi o único a listar as cidades e fazendas de onde vem a carne. Mas essa informação serve para apenas 1% da carne comercializada, inserida no "Programa de Produção de Carne de Qualidade". Para a maioria restante, não há dados sobre controle efetivo de qualidade e de passivos ambientais e sociais.

A empresa informou que "antes de cadastrar uma fazenda, ela passa por entrevista e visita técnica para verificar a relação entre empregador e empregados, aspectos ambientais e técnicos". Diz ainda que todo o gado possui certificação do Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastrabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos, um programa voluntário para a produção voltada ao mercado interno) e que há acompanhamento de técnicos de nutrição, reprodução e sanidade. O Idec acredita que a empresa poderia ter fornecido mais dados para que se soubesse exatamente como é feita essa gestão social e ambiental.

Já o *Wal-Mart*, que possui nove bandeiras de supermercados (*Wal-Mart
Supercenter*, *Todo Dia*, *Maxxi*, *Sam's Club*, *Hiperbompreço*, *Bompreço*, *Mercadorama*, *Nacional* e *Big*), deu respostas incompletas e esclareceu pouco sobre sua participação na cadeia. Disse que compra carne de dois frigoríficos e que "os nomes das fazendas e os municípios [de onde vem a carne] são informações dos frigoríficos que fornecem para o Wal-Mart. Portanto, não possui essa informação".

A empresa afirma também que inclui cláusulas em seus contratos que garantem que todos os animais abatidos venham de "territórios que não sejam áreas de desmatamento". Mas não deixou claro como - e se - tem um controle efetivo para se assegurar disso.

Com relação ao controle de uso de trabalho escravo pelos fornecedores, o
Wal-Mart diz que "caso um fornecedor não atenda as cláusulas do contrato ou passe a integrar a 'lista suja' do trabalho escravo, ele é descontinuado da lista de parceiros da empresa". Isso, ao mesmo tempo em que afirma não ter a relação dos produtores que vendem para os frigoríficos de onde compra - dado imprescindível para ter controle dos contratos.


Link: www.idec.org.br/climaeconsumo...

Fonte: 3Setor / Fábio Rodrigues

http://www.portaldomeioambiente.org.br/noticias/2008/junho/09/8.asp

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