Os chips, o aplicador e o equipamento para ler os dados serão adquiridos pela prefeitura em regime de registro de preço – comprados todos de uma vez por licitação e disponibilizados conforme a necessidade. O projeto também vai contar com um ônibus da UFPR capacitado para fazer esterilizações de cães e gatos em bairros mais pobres. O ônibus também será usado para ações educativas relacionadas à guarda responsável.
A aplicação será gratuita, sendo cobrado apenas o valor de custo do chip, cerca de R$ 10 – o preço nas clínicas veterinárias gira em torno de R$ 100. “O preço é alto porque é muito difícil um proprietário de cão registrar o animal, há pouca procura”, explica o coordenador da rede, Marcos Traad.
Constarão no chip o nome do animal, idade, sexo e as condições de saúde. “O animal identificado gera muito mais segurança. Se ele fugir ou se perder do dono, será encontrado com mais facilidade”, afirma Traad.
Periferia
Inicialmente, os chips serão disponibilizados a proprietários de cães que queiram registrar seus animais de forma voluntária. Entretanto, a prefeitura levará a aplicação à periferia, onde está a maior parte dos cachorros com acesso à rua. “Estamos estudando de que forma isso será feito, mas será envolvendo a comunidade em trabalhos sociais. Uma possibilidade é trocar o chip por lixo reciclável”, aponta Traad.
Para o médico veterinário Alexander Welker Biondo, professor da cadeira de Zoonozes da UFPR, fazer esse registro e orientar a população dos bairros mais distantes sobre a guarda responsável é essencial. Biondo explica que dos cães que estão nas ruas, 90% têm dono. São os cães semidomiciliados: dormem na residência, mas passam o dia na rua. “Esse é o cachorro que causa mais problema, porque ele ataca pessoas e outros animais para defender seu território. Já o cachorro sem dono evita o contato com o ser humano”, explica o professor da UFPR.
Por ano, a Secretaria Municipal de Saúde notifica 6 mil casos de mordeduras de cachorros em Curitiba. Os cães podem transmitir 80 tipos de doenças ao homem.
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