Monólogo Coletivo

E se a vida te proporcionasse um encontro com um eremita, o que ele diria:

Há uma vida antes da morte, mas é preciso querer vivê-la...

A humanidade é composta, em quase todos os ambientes de figuras blindadas com máscaras humanas, figuras essas que se cumprimentam, sorriem, repetem frases viciadas e sempre as mesmas...

As pessoas vivem num mundo de sonhos,maluco, eles olham, mas não veem nada, estamos todos em transe...

Todos estão viciados na observação, se desdobram numa vestimenta conhecida, classificam, penduram uma placa com um nome, já não somos mais humanos, nós tornamos espetáculos ao céu aberto...

O sexo se tornou algo automático, apenas o clímax de um ato é significativo, perdemos a ponte que leva ao misterioso, estranho, surpreendente das emoções do estado puro, nem é mais uma necessidade, apenas  se tornou um vício, repetição de vida...

Através da "tecnologia do gozo" nossa pele se tornou uma paquiderme, espessa como a dos elefantes, estamos doentes porque nos falta proximidade, contato, não trocamos carícias nem gostamos que toquem em nós, estamos cercados de pessoas e ao mesmo tempo ilhados dentro de nós...

Nossa cultura ocidental encoraja as pessoas a permanecer uma criatura não-tátil durante toda a sua vida, que isso o torna uma pessoa faminta de experiência táteis e infelizmente iremos buscar este afeto nas relações sexuais...

Um abraço apertado e afetuoso cura muitas doenças incuráveis...

O ser humano sabe poucas linguagens, não sabe ouvir as estrelas, será que sabe ouvir a melodia secreta de cada rosa?Escutar um sorriso?Não sabem nem escutar a água, se soubessem aprenderiam uma nova língua...

Nossa sociedade está caminhando para um grande monólogo coletivo, pelo fato de as pessoas terem dificuldade de contato real...

Através do silêncio encontramos a essência de nosso ser, na sociedade moderna, há um excesso de palavras, todos querem atráves da palavra provar que estão vivos...

Autor: Eduardo (não sei o sobrenome...)