Às vezes nos becos escuros e lúgubres da madrugada, encontramos respostas e perguntas...
O homem passou a desenvolver um medo do vazio, um pânico diante do vácuo, um verdadeiro desespero quando estão diante de situações em que , de repente, não tem o que fazer...chega a ser visto como uma violência, um insulto, em enorme atrevimento, uma pessoa dirigir um carro superpotente a baixa velocidade...
Queremos ser máquinas, nos irrita essa nossa corporeidade de carnes, órgãos,ossos, músculos, nervos e veias, a decadência física nos causa horror, não aceitamos isso, nosso desejo é ser tão resistível e durável quanto as chapas de aço...
Sob a calma enganosa de nossas vidas descoloridas acontece uma guerra dissimulada em que a ansiedade nos atira num estado de tensão sem intenção, um "cansaço abstrato", um exemplo, o telefone celular?È o desenvolvimento tecnológico que põe um ultimatum a todo aquele que não adere a ele:"Vocês serão descartados do grupo"!...
Vivemos todos numa espécie de "inércia frenética", agitação múltipla que nos dá a ilusão de atividade de vida, de vivência real...
Ficar fazendo coisas o tempo todo é estar morto por dentro, uma morte diferente, mas que ainda permite que sejamos reanimados, revivificados ou ressuscitados...
A vida não e essa repetição mecânica, essa agitação frenética, para o nada, esse saltar de cena em cena sem parar em nenhuma, esse estar sempre ausente nas situações presentes, essa fuga constante e interminável, a vida acontece no lento...
A vida pode começar aos 30,40 ou 60 anos, não importa, a vida efetivamente vivida pode começar a qualquer momento, e para muitos jamais começa, são as pessoas que passaram pelo planeta como turistas, olharam o mundo da janela de seu ônibus de viagem ou da janelinha bem alta do avião, passaram e não pararam, não quiseram perder tempo...
Autor: Eduardo (não sei o sobrenome...)
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