sexta-feira, 13 de junho de 2008

Philips recebe de volta parte do lixo eletrônico que espalha pelo mundo

Ativistas do Greenpeace protestam contra a falta de política de  reciclagem de lixo eletrônico da Philips no escritório da empresa em  Copenhagen, na Dinamarca.

Ativistas do Greenpeace protestam contra a falta de política de reciclagem de lixo eletrônico da Philips no escritório da empresa em Copenhagen, na Dinamarca.


Amsterdã, Holanda — Ativistas visitaram a sede da empresa em quatro países para exigir responsabilidade com destinação dos produtos que fabrica.

O lema da Philips é bonito: "sensibilidade e simplicidade". Realmente, a fabricante holandesa de produtos eletrônicos é famosa pela alta qualidade e inovação de seus aparelhos de imagem e som. Mas e a responsabilidade ambiental, onde fica? Toneladas de lixo eletrônico com a marca Philips ganham lixões mundo afora porque a empresa se recusa a adotar um programa mundial de reciclagem, assumindo responsabilidade pelo que fabrica.

Para protestar contra essa política da Philips, ativistas do Greenpeace devolveram à empresa nesta terça-feira parte do lixo eletrônico produzido nos últimos anos. Pequenos montes de restos de aparelhos foram colocados na frente das sedes da empresa na Holanda, Dinamarca, Rússia e Índia, para mostrar ao mundo a falta de sensibilidade da Philips com a saúde de milhões de pessoas e também do meio ambiente, que sofre com o despejo desse material - muitas vezes tóxico - em lixões e aterros. Boa parte desse lixo acaba em países em desenvolvimento.

"Se a Philips continuar recusando a assumir essa responsabilidade, o resultado será uma grande quantidade de lixo eletrônico se espalhando por todo o mundo, expondo as pessoas e o meio ambiente a um coquetel de substâncias tóxicas", afirma Martin Besieux, da campanha de Tóxicos do Greenpeace Internacional.

E a solução é simples: a Philips deveria criar voluntariamente programas de reciclagem em todos os países em que seus produtos são vendidos, principalmente na Rússia, Índia, Argentina e Tailândia. Esses países têm discutido legislações nacionais para o lixo eletrônico, e a empresa poderia aproveitar o momento para liderar a questão, adotando o princípio de responsabilidade individual do fabricante pelos rejeitos.

No entanto, a estratégia da Philips beira o nonsense. A empresa tem afirmado publicamente que a reciclagem é uma responsabilidade compartilhada entre consumidores, governos e fabricantes, e por isso tem feito lobby pesado contra novas leis que tornem as empresas as responsáveis diretas pelo lixo eletrônico. E mais: para a empresa, os consumidores devem pagar pela reciclagem.

"Empresas como a Sony, Samsung e Nokia já iniciaram programas voluntários de reciclagem, até mesmo em países que não têm lei obrigando essa ação. A Philips deveria fazer o mesmo", afirma Besieux.

Os programas voluntários de reciclagem têm ainda o benefício de encorajar as empresas a eliminar o uso de substâncias tóxicas de seus produtos, para permitir uma reciclagem mais segura, além de reduzir custos.

http://www.greenpeace.org/brasil/toxicos/noticias/philips-recebe-de-volta-parte

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