Por ser o único país na América do Sul a apoiar a caça de baleias, o Suriname se tornou alvo de protestos nesta quinta-feira de ativistas do Greenpeace, que pediram no Brasil e no Chile que o país reflita sobre sua posição e não vote contra a moratória à caça comercial e a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul na próxima reunião da Comissão Internacional Baleeira (CIB), que será realizada entre os dias 23 e 27 deste mês em Santiago, do Chile.
Ativistas do Greenpeace Brasil estenderam faixas em frente à embaixada do Suriname, em Brasília, contra esse posicionamento pró-caça do país, e entregaram uma carta à embaixadora Mavie Demon-Belfraf com um pedido para que a posição do país seja revista na reunião da CIB.
"Nosso alvo não é a população do Suriname, mas o governo, que parece representar mais os interesses do Japão do que de seu próprio país”, afirma Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de baleias do Greenpeace Brasil.
O governo do Suriname iniciou sua participação na CIB em 2003 e sempre se posicionou a favor de todas as propostas apresentadas pelo Japão, apesar de não estar envolvido em nenhum tipo de atividade de caça nem contar com a carne de baleia como item de sua dieta. A maior parte da população se opõe à caça e o único órgão favorável no país à atividade é o Ministério da Agricultura e da Pesca, que nunca apresentou justificativas científicas para esse posicionamento.
Os demais países da América do Sul não praticam a caça de baleias e têm sido internacionalmente reconhecidos pelos esforços voltados à pesquisa e uso não-letal, como o turismo de observação - que rende um bilhão de dólares por ano no mundo todo.
"O Suriname deveria buscar reconhecimento pelas suas ações de preservação do meio ambiente e não por ser uma ameaça à conservação", diz Samuel Leiva, ativista do Greenpeace Chile. "“Sua política na CIB é uma vergonha para todos nós e esperamos que essa postura seja mudada."
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