Publicada em 16/05/2008 às 14h23m
O Globo OnlineSYDNEY E CANBERRA - O governo australiano vai sacrificar de 400 a 600 cangurus, que ameaçam ecossistemas locais. O deslocamento desses animais para reservas em que não causem problemas é muito cara, alega o governo, e cruel, segundo alguns cientistas. Grupos ecologistas, entre eles, um apoiado pelo ex-Beattle Paul McCartney, estão enfurecidos com a ação.
- Se eles começarem essa matança, passaremos essas cercas - disse Pat O'Brien, da Associação de Proteção de Vida Silvestre sobre a base militar montada para executar os animais. - Estamos 24 horas por dia de olho.
O governo alega que esses marsupiais destróem o hábitat de outras espécies em extinção, como lagartos e insetos. E o Ministério da Defesa disse que o translado é caro demais e que contratou uma empresa para assessorar em "mortes de acordo com um trato humanitário para os cangurus".
- É um tratamento humano - diz o porta-voz militar Andrew Nikolic said.
Alguns cientistas defendem a matança argumentando que esse deslocamento é difícil, perigoso e cruel par os animais, sem garantias de que sobrevivam.
Das mais de 60 espécies de canguru, as mais numerosas na Austrália são o cinza e o vermelho, com população acima de 50 milhões.
Há um ano, o governo está indeciso sobre o sacrifício, com protestos internacionais influenciando em sua opções.
Paul McCartney apareceu em março no site da ONG britânica Viva! (Voz Internacional dos Vegetarianos pelos Animais) condenando a matança e chamando-a de "massacre vergonhoso". A Viva! lançou uma campanha na Europa e recolheu milhares de assinaturas no mundo todo contra a matança.
Em 2004, foram mortos 900 cangurus que causavam erosão. Na época, também houve enorme comoção, mas as asutoridades não mudaram de idéia.