sexta-feira, 1 de maio de 2009

Cães ajudam pacientes em Curitiba

O Hospital Vita Curitiba acaba de implantar um projeto de voluntariado envolvendo a Atividade Assistida por Animais (AAA), em parceria com a ONG Amigo Bicho. O projeto abre as portas para cães que ajudam na recuperação dos doentes e amenizam o sofrimento dos familiares e acompanhantes. De acordo com a superintendente do hospital, Carla Soffiatti, os pacientes captam a afetividade do animal e essa sensação ajuda no tratamento. “A intenção é quebrar a rotina do hospital e tirar o foco da doença”, afirma. Segundo a psicóloga do hospital, Raphaella Ropelatto, os estudos mostram que a simples presença de um cão já acalma, equilibra a pressão arterial, diminui o estresse e facilita o contato e a comunicação. As visitas são realizadas todos os sábados, das 15h30 às 17 horas.

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Sem osso nem carne

Donos vegetarianos ou restrições alimentares dos bichinhos fazem com que alguns cães tenham de encarar uma dieta à base de legumes

A campanha de rejeição ao consumo de carne está ganhando novos (e inusitados) representantes: os cães. Por orientação veterinária ou vontade do dono, os animais trocam a alimentação tradicional por uma dieta à base de legumes, que inclui ração vegetariana.

Na casa do programador de informática Anderson Santos Silva, a turma de cães que aderiu à novidade é grande: são quatro (Bela, Rita, Sindy e Nino), todos vira-latas recolhidos das ruas.

A opção por alimentá-los sem carne reflete o comportamento de Anderson, vegetariano há sete anos. “Pelas mesmas razões que eu não como carne, meus cães também não comem: quero menos sofrimento para os animais de fazenda e melhor uso dos recursos naturais. Eu seria incoerente se financiasse uma indústria [a de ração à base de carne] a qual combato”, afirma.

Antes de definir a dieta dos animais, Anderson consultou uma veterinária, que avalizou a mudança. Para se certificar da decisão, ele importou um livro de receitas para cães vegetarianos, feitas com ingredientes como arroz, lentilha, aveia, couve e cenoura. Hoje a alimentação dos bichos é uma mescla das receitas extraídas do livro e da ração vegetariana.

A combinação, garante Anderson, não traz nenhum dano à saúde dos cães. “Meus cachorros estão há três anos fazendo essa dieta e permanecem ativos e saudáveis. Fisicamente, são iguais aos outros cachorros do bairro. Não há por que mudar.”

Necessidade médica

No caso da terrier brasileiro (ou fox paulistinha) Pipa, a “guinada verde” teve origem em uma alergia às proteínas da carne. “Ela tinha intolerância a todas as rações que eu comprava. Era comer e ela já se coçava. Às vezes chegava até a sangrar”, lembra o dono da cachorrinha, o professor curitibano Francisco Menegotto.

A solução veio com a ração vegetariana, que é servida com porções de cenoura e de couve. Para acabar de vez com as coceiras, também foi necessário substituir o petisco habitual da mascote. “Tive de trocar o osso tradicional por um artificial, de couro”, conta o dono.

Da mesma forma que os cães de Anderson, Pipa, que deixou de comer carne há quase quatro anos, tem a saúde perfeita. “Ela nunca teve problema por falta de nutrição. Pelo contrário, como é muito gulosa, já teve época em que ficou um pouquinho acima do peso.”

Ração verde

De acordo com as fontes ouvidas pela reportagem, só há uma ração vegetariana em comercialização no país, a da marca Fri-Ribe. O produto foi criado há dez anos pelo nutricionista da empresa e passou por algumas modificações.

Hoje a ração tem como base um composto de cenoura desidratada, espinafre, arroz integral, proteína de soja e polpa de beterraba. De acordo com a fabricante, o produto, que tem custo similar às rações tradicionais, ainda tem pouco mercado e não representa nem 1% do faturamento da empresa.

Dicas: Orientações e riscos

A médica veterinária Danielle Murad Tullio, da Clínica Pet Imagem, de Curitiba, recomenda a alimentação à base de vegetais apenas em casos de necessidade médica. “Só se deve alimentar um cachorro com legumes se ele for intolerante à carne. Nos outros casos, o ideal é uma dieta equilibrada, pois os cães preferem carne e têm, inclusive, uma dentição preparada para isso.”

Quando se decide modificar a dieta do bicho, é aconselhável pedir orientação a um veterinário. “É perigoso a pessoa preparar uma dieta para seu cachorro a partir do que tem na geladeira. É uma tarefa para a qual ela não está preparada”. Danielle também orienta o dono a não abrir mão da ração, ainda que à base de legumes. Os vegetais, dessa forma, são servidos como complemento, sem riscos para a saúde do cão.

Serviço

Em Curitiba, a ração vegetariana pode ser encontrada na DRS Distribuidora de Rações: Av. Brasília 6.740, Xaxim. (41) 3247-3433. Racil Rações: Av. Prefeito Erasto Gaertner, 2.415, Bacacheri. (41) 3256-4332.


http://portal.rpc.com.br/gazetadopovo/animal/conteudo.phtml?tl=1&id=873456&tit=Sem-osso-nem-carne

CURITIBA-PR - 22 mil cachorros terão chip de identificação

Cães da periferia de Curitiba terão prioridade. Proprietários vão pagar R$ 10 pela instalação, que custa cerca de R$ 100 nas clínicas veterinárias

Ao custo de R$ 240 mil, a prefeitura de Curitiba vai instalar chips de identificação em 22 mil cachorros. A iniciativa faz parte da Rede de Defesa e Proteção Animal, que além do Sistema de Informações e Identificação Animal, desenvolverá também campanhas de conscientização sobre a guarda responsável de animais. As iniciativas partirão de três convênios entre a Secretaria Municipal de Saúde, o departamento de Medicina Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e a Associação Nacional de Clínicas Veterinárias de Pequenos Animais (Anclivepa).

Os chips, o aplicador e o equipamento para ler os dados serão adquiridos pela prefeitura em regime de registro de preço – comprados todos de uma vez por licitação e disponibilizados conforme a necessidade. O projeto também vai contar com um ônibus da UFPR capacitado para fazer esterilizações de cães e gatos em bairros mais pobres. O ônibus também será usado para ações educativas relacionadas à guarda responsável.

A aplicação será gratuita, sendo cobrado apenas o valor de custo do chip, cerca de R$ 10 – o preço nas clínicas veterinárias gira em torno de R$ 100. “O preço é alto porque é muito difícil um proprietário de cão registrar o animal, há pouca procura”, explica o coordenador da rede, Marcos Traad.

Constarão no chip o nome do animal, idade, sexo e as condições de saúde. “O animal identificado gera muito mais segurança. Se ele fugir ou se perder do dono, será encontrado com mais facilidade”, afirma Traad.

Periferia

Inicialmente, os chips serão disponibilizados a proprietários de cães que queiram registrar seus animais de forma voluntária. Entretanto, a prefeitura levará a aplicação à periferia, onde está a maior parte dos cachorros com acesso à rua. “Estamos estudando de que forma isso será feito, mas será envolvendo a comunidade em trabalhos sociais. Uma possibilidade é trocar o chip por lixo reciclável”, aponta Traad.

Para o médico veterinário Alexander Welker Biondo, professor da cadeira de Zoonozes da UFPR, fazer esse registro e orientar a população dos bairros mais distantes sobre a guarda responsável é essencial. Biondo explica que dos cães que estão nas ruas, 90% têm dono. São os cães semidomiciliados: dormem na residência, mas passam o dia na rua. “Esse é o cachorro que causa mais problema, porque ele ataca pessoas e outros animais para defender seu território. Já o cachorro sem dono evita o contato com o ser humano”, explica o professor da UFPR.

Por ano, a Secretaria Municipal de Saúde notifica 6 mil casos de mordeduras de cachorros em Curitiba. Os cães podem transmitir 80 tipos de doenças ao homem.


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