domingo, 24 de agosto de 2008

Polêmica: defensores dos animais protestam contra a Expointer


Entrevista

No Estado brasileiro que mais consome carne e churrasco, entidades de defesa dos animais preparam protestos contra a maior feira agropecuária da América Latina, a Expointer, de 30 de agosto a 07 de setembro, no Parque Estadual de Exposições Assis Brasil, em Esteio, Rio Grande do sul.

São grupos de veganos, ativistas que evitam o consumo de todo e qualquer produto de origem animal, a começar pela carne, e lutam pela abolição dos animais, associando também a pecuária a problemas ambientais.

Neste sábado e domingo, aconteceram manifestações, atrapalhadas pela chuva, no Parque da Redenção, em Porto Alegre.

“O motivo de nosso protesto contra a Expointer é, sobretudo, a luta pelo abolicionismo animal”, diz a jornalista Helena Dutra, uma ativista pela libertação animal, na entrevista concedida por email à EcoAgência, abaixo.

EcoAgência - Por que vocês decidiram fazer esse protesto contra a Expointer?

Helena Dutra - O motivo de nosso protesto contra a Expointer é, sobretudo, a luta pelo abolicionismo animal. Os ativistas são adeptos do veganismo, o qual consideramos como a única opção ética em se tratando da postura dos seres humanos diante dos animais.

Não consumimos nenhum alimento ou artigo de origem animal (carnes, ovos, leite, mel, gelatina, couro, lã, peles, etc.), não usamos produtos testados em animais e somos contra a utilização dos animais pelos homens sob quaisquer outros aspectos (entretenimento, experimentação científica, criação de raças, etc.).

Sustentamos que os animais possuem valor inerente e devem ser reconhecidos como sujeitos de direito. Ao preconceito que perverte a visão do homem e torna-o embrutecido a ponto de tratar seres sencientes (que, assim como ele, são capazes de sentir) de outras espécies como meros objetos, dá-se o nome de especismo.

A Expointer, considerada a maior feira de agronegócio da América Latina, é um símbolo da escravidão animal. Seus recordes de lucro e público devem ser vistos como um sintoma da degradação ética e moral que aflige nossa sociedade.

A crueldade desse evento requer uma manifestação pública de repúdio. Não podemos incorrer no crime de omissão.

EcoAgência - Vocês acreditam que possa ter algum resultado?

HD - Sim. Progressivamente, a sociedade vai evoluir a ponto de incluir os animais em sua comunidade moral.

Para tanto, precisamos incitar o questionamento, romper com condicionamentos mentais históricos e ir de encontro a poderosas forças econômicas que lucram com o sofrimento e a exploração de seres inocentes.

Não podemos perder nenhuma oportunidade de semear e divulgar os princípios abolicionistas. Quando o entendimento e a sensibilização ocorrem, a abordagem utilitarista é substituída por um profundo respeito pela integridade física, psíquica e moral dos animais.

Se, durante a Expointer, nossa mensagem tocar ao menos um indivíduo, consideraremos satisfatório. Será uma libertação para a pessoa, que deixará de ser cúmplice da crueldade; para os animais, que terão um algoz a menos vampirizando suas existências; e para a raça humana, que alçará um de seus membros a um novo estágio de ética e compassividade.

Temos certeza de que as futuras gerações perceberão com horror o barbarismo com que nossos companheiros de Reino Animal são tratados hoje.

EcoAgência - Qual é o impacto da pecuária no meio ambiente?

HD - A pecuária é devastadora para o meio ambiente. Para mais informações sobre o assunto, recomendamos a esclarecedora leitura do dossiê “Impactos sobre o meio ambiente do uso de animais para alimentação”, da Sociedade Vegetariana Brasileira.

Seguem apenas alguns dados: a pecuária é a maior poluidora do mundo, sendo responsável por 18% das emissões mundiais de CO2, 37% das emissões de metano e 65% das emissões óxido nitroso, agentes do aquecimento global. Gera bilhões de toneladas de resíduos tóxicos. Consome 8% dos recursos hídricos do planeta. É responsável por 70% do desmatamento da Amazônia. A produção de carne consome de 10 a 20 vezes mais energia por tonelada processada do que a produção de vegetais.

Em relação à alimentação, segundo o Instituto CEPA, um boi precisa de um a quatro hectares de terra e produz, em média, 210 kg de carne, no período de quatro a cinco anos. No mesmo tempo e na mesma quantidade de terra, produz-se, em média, por exemplo, 19 toneladas de arroz e 8 toneladas de feijão.

EcoAgência - Vocês não têm medo de serem agredidos?

HD - Esse risco sempre existe. Mas, diante do massacre diário de seres inocentes, certos receios pessoais ficam apequenados. Estamos dispostos a investir nossa energia, tempo e recursos na luta por um mundo livre do sofrimento e da crueldade. E, em se tratando de exploração, os animais são as maiores vítimas de nossos tempos.

Por Ulisses A. Nenê, da EcoAgência. Reprodução autorizada, citando-se a fonte. Ilustração: Campanha da Sociedade Vegetariana Brasileira

http://ecoagencia.blogspot.com/2008/08/polmica-defensores-dos-animais.html

Primata em extinção nasce em zôo na Hungria


Primata em extinção nasce em zôo na Hungria

Um filhote de langur de Java, uma espécie de primata em extinção, nasceu no Zoológico de Budapeste, na Hungria

O recém-nascido ainda não tem um nome, e até agora seu sexo não foi confirmado, mas acredita-se que seja macho.

A mãe, chamada Smirre, veio da Holanda, e o pai, Orange, veio da Irlanda do Norte. Esta é a primeira vez que um filhote de langur de Java nasce na Hungria.


√ Ações de entidade coíbem maus tratos

Fundada em 2005, a Upam (União Protetora dos Animais “São Francisco de Assis”) de Marília é uma associação civil que luta contra a crueldade e o abandono dos animais.

A entidade atua na solicitação de averiguações de maus-tratos, em princípio realizando visita aos proprietários dos animais para orientação. Também recebe muitos pedidos de assistência para animais carentes e com doenças, e, na medida do possível, buscam recursos para auxiliá-los.

O trabalho da entidade, no entanto, não se restringe à coibição de prática de maus-tratos, uma vez que sua principal luta é para o reconhecimento dos seus direitos à vida e à liberdade, e não apenas ao bem-estar.

“Muitas vezes recebemos denúncias de que o animal está acorrentado com coleira curta exposto ao sol, ou então está muito magro. Então visitamos o dono para explicar a irregularidade da situação. Caso haja persistência dos maus tratos, então acionamos a polícia”, explica a presidente da Upam, Tessa Elizabete Carvalho.

Uma das últimas ações realizadas foi em prol dos animais do circo que está na cidade desde a primeira semana de agosto. Entrou então com uma ação civil pública e a justiça determinou a retirada dos animais, o que foi prontamente atendido pelo circo.

De acordo com o apresentador do circo Maximus, Anderson Alves, em 80 anos de existência do circo nunca houve este tipo de situação, mas cumpriu a determinação da justiça em respeito ao público.

“Em 80 anos de tradição, esta é a primeira vez que passamos por esse tipo de problema. Nossos animais sempre foram muito bem tratados, bem alimentados, sempre tiveram os devidos cuidados”, explica. “Nosso circo não depende da apresentação dos animais, porém lamentamos a perda deles, pois o juiz determinou que não podemos nem mais ter animais dentro do circo, mesmo que não executem trabalhos”, afirma.

Os animais foram encaminhados para um haras, pois continuam a ser propriedade do circo.

“No espetáculo a ausência dos animais não compromete, pois desde que foi determinado que não poderiam participar, o movimento do circo continua o mesmo, mas acredito que a maior falta seja provocada nas crianças, que antes podiam interagir com os pôneis e o camelo”, conta Anderson.

http://www.diariodemarilia.com.br/site/ver_noticia.aspx?CodNoticia=18208