quarta-feira, 7 de maio de 2008

Manifestação contra o rodeio de Jaguariúna!

Data: 10/05/08 (sábado)
Hora: 12:00 (meio dia)
Local: rodoviária de Jaguariúna

Todos deverão usar uma camiseta preta!
Leve seu cartaz/faixa e escreva a frase que for usar na comunidade: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=49530013


fonte:
http://ativismo.com/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=227&Itemid=89

Moradores de Santa Bárbara D´Oeste podem castrar animais

Os moradores de baixa renda de Santa Bárbara D´Oeste que são donos de cães e gatos e quiserem castrar os bichos de estimação podem procurar a Sociedade Protetora dos Animais ou o Cnetro de Zoonoses do município. Os dois locais vão incluir os animais no programa de castração.

Para participar, a pessoa deve levar comprovantes de renda e de endereço e carteira de identidade. Até o fim do ano, a expectativa é esterilizar 125 cães e 150 gatos por mês.

A Sociedade Proterora dos Animais fica na Rua Cabreúva, 300, no bairro Vila Lola. Já o Centro de Zoonoses é a Estrada da Cachoeira, 1.365, bairro São Joaquim.

fonte:
http://eptv.globo.com/noticias/noticias_interna.asp?211953

Os Verdadeiros Cães de Raça!



Assista ao Teaser do filme que fará parte do livro Vira Latas; Os Verdadeiros Cães de Raça!

*click nas pastinhas para assistir*


repassado para mim por:
Pequeno Príncipe

Golfinho ganha prótese de cauda de silicone


Winter, um golfinho sem cauda que já era estrela do Aquário Marinho Clearwater na Flórida, Estados Unidos, ganhou uma prótese de silicone. A "cauda nova" e um cuidados trabalho de fisioterapia fizeram com que ele se recuperasse e agora possa nadar normalmente como os outros golfinhos.


Há dois anos, o golfinho foi encontrado no mar, em agonia, após ter sido pego em uma armadilha para caranguejos. Resgatado pela equipe do Aquário Marinho Clearwater, o golfinho (que perdera a cauda na armadilha) sobreviveu, mas não conseguiria mais nadar como os outros.

Mas entrou em cena Kevin Caroll, especialista em próteses. "Já desenhei próteses para cachorros, avestruzes e até para um pato", disse ele ao jornal Daily Mail. Caroll desenhou uma prótese de 76 centímetros, feita de silicone. Após um ano e meio de trabalho de fisioterapia e recuperação, Winter já consegue nadar como os outros companheiros e pode levar uma vida normal.

A repercussão desse caso foi tão grande que o Aquário Marinho Clearwater começou a receber cartas vindas de todo o mundo. Eram pessoas emocionadas com o caso, e que relatavam seus próprios problemas com a falta de algum membro.

Winter também atraiu muita gente. Milhares de pessoas que usavam próteses foram ao aquário visitá-lo. De acordo com o site Gizmodo, a história de Winter também motivou muitas pessoas com sua lição de "não desistir nunca".

Toda a história de Winter pode ser vista no site do golfinho, em vídeos e fotos, no endereço http://www.seewinter.com/

fonte:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2871562-EI8145,00-Golfinho+ganha+protese+de+cauda+de+silicone.html

MOVIMENTO AMAZONIA


O Movimento Amazônia Para Sempre não autoriza ninguém a comercializar nenhum tipo de material promocional em nome do Manifesto ou coletar qualquer tipo de doação. Somos um Movimento cívico, sem fins lucrativos e sem associações politico-partidárias.

Se você também deseja uma 'Amazônia para Sempre', subscreva nosso manifesto.
Ao obter o número de assinaturas necessário, ele será encaminhado ao Presidente da República para que sejam tomadas as providências necessárias para resolver este que é um sério problema brasileiro e mundial: A devastação da Amazônia. Sua participação é muito importante!

CLIQUE AQUI PARA ASSINAR


repassado para mim por:
Lara


Anjos negros


Anjos negros

Aldem Bourscheit

03.05.2008

Sinistros e perigosos? Só pela fama construída por uma mistura de desinformação e crendices populares reforçadas pelo terror do cinema. Na visão científica, os morcegos estão entre os animais mais úteis ao Homem. Únicos mamíferos voadores, têm um papel indispensável na dispersão de sementes, no controle da quantidade de insetos e na regeneração de florestas. Mas só com mais pesquisas e conhecimento público se jogará luz sobre seus valiosos hábitos noturnos.

Na América Latina, por exemplo, morcegos e aves formam uma dupla imbatível na manutenção do verde. Entre 50% e 90% das árvores da região dependem de aves, mamíferos, répteis, peixes e anfíbios para dispersarem suas sementes. Em algumas localidades, cerca de 80% do trabalho é feito por aves e morcegos - elas durante o dia, eles à noite. O saboroso maracujá e o pequi, fruto típico do Cerrado, são algumas espécies cuja polinização está ligada ao trabalho dos quirópteros.

Por capricho da natureza, esses animais preferem plantas pioneiras, enquanto os emplumados procuram mais a vegetação de florestas maduras. “Morcegos são os principais responsáveis pela regeneração das matas e as aves por sua manutenção”, diz o biólogo Marco Mello, pesquisador associado do Departamento de Botânica da Universidade Federal de São Carlos – UFSCar (SP) e criador do site Casa dos Morcegos.

Apaixonado por esses animais que trocaram as mãos por asas ao longo da evolução, Mello explica que há grupos de morcegos ligados à reprodução de grupos de plantas e, nesse meio, espécies especializadas, vinculadas a um único vegetal. “Estudos mostram que a estrutura básica dos serviços ambientais de polinização e de dispersão de sementes é mantida por espécies generalistas, mas há algumas relações mais estreitas”, diz o doutor em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas – Unicamp.

Detalhes sobre esse comportamento serão publicados ainda este ano por Mello, graças ao projeto Morcegos e Frutos, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – Fapesp. No entanto, a importância ecológica e econômica dos quirópteros ainda é sombreada pelas escassas produção e divulgação científicas nacionais. No Brasil, principalmente desde a década de 1980, algumas pesquisas têm avançado em avaliar o papel dos morcegos na manutenção de florestas através da dispersão e da polinização, mas raríssimas tratam do controle de insetos ou colocam preço nesses serviços ambientais, importantes inclusive para a agricultura.

Nuvens no radar

Já nos Estados Unidos, estudos realizados na região do Texas demonstraram que a espécie Tadarida brasiliensis (imagem ao lado) é um peso-pesado no controle de insetos nas lavouras de algodão e outras culturas. Mesmo com oito centímetros, é um dos maiores comedores de insetos daquele país. Por lá, forma as maiores colônias de mamíferos do globo, com até 20 milhões de indivíduos. Por aqui, vivem em grupos de dois mil morcegos em média, principalmente no Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Apesar do nome científico associá-la ao Brasil, tem parentes espalhados pelo Continente Americano.

Uma pesquisa de universidades estadunidenses e mexicanas, com uso de balões e radares de aviação, mostrou que todas as noites até cem milhões de Tadarida deixam suas cavernas e outros abrigos no centro-sul do Texas para se alimentar com toneladas de insetos. Fêmeas grávidas comem até 2/3 de seu peso por noite. O cardápio dos animais inclui um tipo de lagarta que ataca os algodoais na região dos condados (semelhantes às brasileiras comarcas) de Uvalde, Medina, Dimmit e Atascosa.

Os cálculos científicos mostraram que o banquete gratuito dos morcegos pode economizar dinheiro, evitando aplicações de agrotóxicos no início dos plantios. Para uma área de quatro mil hectares, deixariam de ser gastos até US$ 100 mil em venenos. Também se driblariam problemas sócio-ambientais, como gastos em saúde pública, perda de peixes e aves e contaminação de águas subterrâneas, estimados em US$ 6 mil pelos pesquisadores.

“O Tadarida brasiliensis reduz os danos às plantações, elimina ao menos uma aplicação de pesticidas e possibilita um atraso na primeira aplicação de agrotóxicos. Cada um desses impactos tem benefícios econômicos e ambientais”, conclui o estudo.

Nacional e global

No Brasil, há pouco mais de 160 espécies de morcegos registradas. Dessas, apenas três se alimentam de sangue, de aves e de outros mamíferos, inclusive de vacas e de cavalos. A maioria prefere frutas e insetos, havendo também os que comem aves, peixes, ratos e até outros morcegos menores. Cerca de uma centena delas são encontradas na Amazônia. “Nenhuma das espécies hematófagas forma grandes colônias”, diz Susi Missel Pacheco, presidente da Sociedade Brasileira para o Estudo de Quirópteros.

Entre os morcegos verde-amarelos (confira o slide-show acima), se destacam o grandão e carnívoro Vampyrum spectrum, encontrado na Amazônia e Pantanal. Com até um metro de envergadura, é o maior morcego das Américas. Enquanto isso, o pequenino insetívoro Myotis nigricans tem apenas quatro gramas. Há até um morcego-pescador, o Noctilio leporinus, que vive sempre perto da água. Sem falar naqueles com a cara bem estranha, como o Lonchorrhina aurita, tudo para melhorar sua ecolocalização, um radar natural que ajuda os morcegos a caçar na escuridão.

No mundo, há cerca de 1,2 mil espécies, todas esbanjando cores, formas e tamanhos variados. Existem desde pequenas bolotas de algodão, como o Ectophylla alba até gigantes como a raposa-voadora, com até 1,5 metro de envergadura. E não se pode esquecer do linguarudo Anoura fistulata, que pode estender sua língua a uma vez e meia o tamanho de seu corpo.

Publicação alada

Conhecer melhor as características e os hábitos desses animais também será fundamental para o desenvolvimento de estratégias de conservação e de valoração econômica de seus serviços ambientais. Agora, parte da carência nacional de informações consolidadas sobre os quirópteros começa a ser sanada com o livro Morcegos no Brasil (Editora Armazém Digital).

A obra será lançada no início de maio, em Porto Alegre (RS). Reúne 67 trabalhos inéditos, teses de mestrado e de doutorado, de argentinos, alemães e ingleses, mas principalmente de brasileiros. Além que 500 páginas de pura informação, haverá filmagens em DVD e farto material para educação ambiental. “Ainda conhecemos muito pouco sobre o comportamento dos morcegos, por isso é difícil evitar alguns problemas, como o perigo da transmissão da raiva”, diz Susi Pacheco.

Conforme a pesquisadora, órgãos de saúde pública e biólogos estão se unindo para investigar os hábitos dos morcegos em áreas urbanas, onde costumam habitar forros de telhados e outras construções humanas, quando, mesmo mal vistos, ajudam a controlar insetos que atazanam nosso dia-a-dia. Nos Estados Unidos, já se usam casas de morcegos especialmente construídas. Por aqui, a experiência ainda engatinha. “O mais difícil é convencer as pessoas a deixá-los em seus telhados”, comenta.

Não bastasse o chega pra lá urbano, muitos morcegos já estão ameaçados de extinção. Das 45 espécies estadunidenses, nove estão na lista vermelha. Por lá, os principais motivos de alerta são a destruição de cavernas para coleta de guano (excremento), obras de infra-estrutura, poluição, queimadas, vandalismo e turismo descontrolado. Nada que o Brasil não ofereça em boa quantidade. Na lista nacional de fauna ameaçada figuram cinco morcegos.

Mas por aqui, já que não se comem morcegos como na Tailândia ou Vietnã, a maior ameaça é atribuída ao desmatamento. “Algumas espécies precisam de áreas bem grandes com florestas ricas em biodiversidade para se alimentar e reproduzir”, diz Marco Mello, da UFSCar.

Cuidados básicos

Os morcegos podem transmitir raiva, como qualquer outro mamífero. Por isso, nunca se deve tentar pegar esses animais sem acompanhamento de um biólogo ou sem proteção. O perigo de infecção entre os hematófagos é maior, por isso criadores de bois, cavalos e outros animais devem manter seus rebanhos vacinados e abrigados. Nas cavernas abafadas onde se acumula grande quantidade de guano, há o perigo de se contrair doenças respiratórias. “Não se deve entrar em cavernas com muito guano no chão. O mesmo vale para o excremento de andorinhas e outras aves, pois fungos crescem em qualquer acúmulo de fezes em locais escuros e abafados”, explica Mello.

fonte: site ((o)) eco
http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=67&textCode=27210&date=currentDate&contentType=html

Necessária adaptação

As espécies no topo da lista de animais que deverão sofrer os efeitos negativos do aquecimento global são aquelas que habitam os trópicos. A conclusão é de um estudo feito na Universidade de Los Angeles (EUA). A pesquisa indica que, mesmo o cenário mais ameno previsto para 2100 – aquecimento de 3 graus Celsius – já poderia provocar várias extinções. A pesquisa, segundo sugere a agência Reuters, não diz que os animais polares estarão livres do impacto da mudança climática, mas que as espécies de sangue frio, como insetos, sapos e lagartos, têm menos capacidade de adaptação. Segundo os dados, isso significa que os efeitos diretos das altas temperaturas dependem muito mais da flexibilidade dos organismos do que de quantos graus o termômetro marcará a mais nos lugares em que eles vivem

fonte: site ((o)) eco
http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=72&date=currentDate&contentType=html

Zerando a floresta

Está marcado para esta quarta-feira (7) a votação, na comissão de meio ambiente da Câmara, do parecer do deputado Jorge Koury (DEM-BA) favorável ao projeto de lei do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) que muda o Código Florestal brasileiro. Seu texto prevê a redução da área de reserva legal para atividades agropecuárias na Amazônia, de 80% para 50%. Tudo indica que o parecer será aceito pela comissão. Depois disso, estará pronto para passar pelo plenário. Se for aprovado, o Brasil pode ir preparando o funeral da Floresta Amazônica.

fonte: site ((o)) eco
http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=69&date=currentDate&contentType=html

REFLEXÃO: Por que não existem pingüins no hemisfério norte?



Por que não existem pingüins no hemisfério norte?

por Fernando Fernandez

Biólogo, PhD em Ecologia pela Universidade de Durham (Inglaterra).
Professor do Departamento de Ecologia da UFRJ, seu principal interesse
em ensino e pesquisa é a Biologia da Conservação.


Você já pensou por que não existem pingüins no hemisfério norte?

Todos nós aprendemos que pingüins são encontrados apenas no hemisfério
sul, na Antártida e adjacências. Implicitamente, isso nos é passado como
sendo um fato da natureza - como se sempre tivesse sido assim. Mas não é
o caso. A resposta para a nossa questão é muito mais interessante que isso,
e ao mesmo tempo desconcertante e perturbadora.

Não existem pingüins no hemisfério norte porque o homem os extinguiu
em 1844.

A ave que foi originalmente chamada de pingüim é hoje conhecida -
menos do que deveria ser - pelo nome de grande alca ("great auk"). Seu
nome científico - Pinguinus impennis - foi baseado em seu primeiro nome
vulgar. Os pingüins do hemisfério sul, aves pertencentes a outra família e
descobertos depois, receberam o seu nome exatamente por que se
assemelhavam às grandes alcas. As alcas eram aves de grande porte, que
viviam no Atlântico norte, em volta do círculo polar ártico, e que eram
caçadas em imensa quantidade entre os séculos XVI e XIX - enchiam os
porões dos navios para servir de alimento, e também eram usadas como
isca para a pesca de bacalhau e lagostas. Sob essa imensa pressão, as alcas
declinaram inexoravelmente até uma situação desesperadora. Então, no dia
3 de junho de 1844, um grupo de marinheiros avistou o último casal de
grandes alcas, denunciados por sua grande estatura em meio às aves
marinhas menores, na pequena ilha de Eldey, ao largo da Islândia.

Os marinheiros correram para as grandes alcas com porretes. As alcas
tentaram desesperadamente alcançar a segurança da água, mas uma foi
encurralada contra as rochas, e outra alcançada já à beira d´água. Ambas
foram mortas a porretadas. Em seu ninho havia um ovo, que se acredita ter
sido esmagado sob a bota de um marinheiro.

É por isso que não existem (mais) pingüins no hemisfério norte. Não, não é
um fato da natureza, infelizmente. Nós fizemos isso ser assim.

As grandes alcas não estão sozinhas, longe disso. Há uma imensa coleção
de espécies de animais que nós extinguimos nos últimos séculos. Na maior
parte dos casos são extinções muito bem documentadas e conhecidas pela
ciência, de espécies que todos nós deixamos de conhecer por muito pouco.
Muitas delas eram animais maravilhosos, espetaculares, que fariam o
mundo vivo parecer muito mais rico e maravilhoso do que já é.

Eu estou exagerando? Bom, que tal um peixe-boi de oito metros?

Havia, sim, um peixe-boi de oito metros. Um animal dócil, inteligente,
com uma elaborada vida social. Nós acabamos com ele em 1768. A vaca
marinha de Steller, Hydromadalis gigas, que podia alcançar umas dez
toneladas, era o maior mamífero vivente nesse planeta em tempos
históricos, fora as grandes baleias. A vaca marinha de Steller habitava as
águas costeiras das desabitadas ilhas Commander, no extremo leste da
Sibéria, onde foi descoberta pelo naturalista russo Georg Steller em 1741.
Eram pacíficas comedoras de algas marinhas que raspavam das rochas.
Steller escreveu que havia fortes laços sociais entre elas, incluindo uma
espantosa solidariedade. Quando uma era arpoada, as outras tentavam
impedir que ela fosse arrastada para a margem, fazendo um círculo à volta
dela; várias colocavam a si mesmas nas cordas ou tentavam tirar o arpão do
corpo daquela que havia sido ferida. Steller também observou que um
macho voltou dois dias seguidos para junto de sua fêmea morta na costa.
Nada disso impressionou muito os pescadores russos, que após a
descoberta da vaca marinha fizeram uma verdadeira corrida para caçar
aquele animal tão rico em carne e óleo, e com uma pele valiosa. Em 1768 -
apenas vinte e sete anos depois de ter sido descoberta! - a vaca marinha de
Steller já estava extinta.

E que tal a ave mais abundante do Mundo? No século XIX, o naturalista
John Audubon, um dos fundadores da ornitologia, ficou chocado com a
abundância da pomba migratória, Ectopistes migratorius, na América do
Norte. Os bandos eram tão numerosos que há relatos confiáveis de que
obscureciam a luz do sol ao passar; dizia-se que passavam por vários dias
seguidos. Colônias de nidificação chegavam a 160 Km de comprimento.
Audubon estimou que devia haver entre cinco e dez bilhões de pombas
migratórias na América do Norte - o que as fazia, de longe, as aves mais
abundantes do planeta. Mas aquele século, o da desenfreada expansão
americana rumo ao oeste, foi também o do colossal massacre da pomba
migratória. Elas foram caçadas aos milhões, para comida e por simples
esporte. Caçar pombas migratórias e coletar seus ovos era um esporte de
fim de semana para a família inteira, muito popular entre os americanos do
século XIX. Havia matanças mais sérias: em uma competição de caça da
época, o troféu seria do virtuoso caçador que primeiro matasse trinta mil
pombas migratórias. Você leu certo, trinta mil, só pelo vencedor. Com esse
tipo de pressão, as populações da pomba migratória começaram a diminuir,
e houve quem dissesse que era preciso limitar a caça, ou a espécie acabaria
desaparecendo. Foram chamados de alarmistas, riu-se deles. Houve
também quem dissesse da pomba migratória que era óbvio que havia tanto
que nunca iria acabar - mais ou menos como alguns hoje dizem da
Amazônia. Mas as populações continuaram diminuindo, e o inacreditável
aconteceu. Em 1900, a pomba migratória se extinguiu na natureza. No dia
1º de setembro de 1914, Martha, a última pomba migratória, morreu no
Zoológico de Cincinnati. Estava extinta a espécie de ave mais abundante
do planeta no século XIX.

E por que não um lobo marsupial? Quando falamos em marsupiais, a
maioria das pessoas imediatamente pensa em cangurus, ou quem sabe nos
gambás tão comuns em nosso país. Mas até há poucas décadas havia um
lobo marsupial, ou tilacino, um dos mais espantosos seres que já se viu.
Poucos reparam no significado de um nome científico, mas raramente um
nome científico é tão revelador quanto Thylacinus cynocephalus. "Thyla"
quer dizer bolsa, "cinus" ou cynos" quer dizer cachorro, e "cephalus" quer
dizer cabeça. Thylacinus cynocephalus, portanto, quer dizer "cachorro com
bolsa com cabeça de cachorro". Perdoe o pleonasmo do cientista que
batizou o bicho, meu caro leitor. Experimente procurar por "thylacine" no
Google Images. O tilacino é tão parecido com um cachorro que qualquer
leigo poderia facilmente confundi-los. A semelhança da cabeça é de fato
tão extraordinária que apenas os dentes, uns dentes triangulares
característicos de marsupiais, denunciam que se trata de um parente dos
cangurus. Os quartos traseiros caídos e a cauda afinando gradualmente,
como a de um canguru, também traem sua ancestralidade marsupial. Mas
não se trata simplesmente de um canguru com crise de identidade, que acha
que é cachorro. Isso é o mais interessante de tudo: o tilacino é um
espetacular exemplo do fenômeno que os biólogos chamam de
convergência evolutiva, ou seja, animais de linhagens muito diferentes -
no caso, os mamíferos placentários (como nós) e os marsupiais - evoluindo
formas similares em lugares diferentes, como adaptação a papéis
ecológicos similares. O tilacino, comum na Austrália inteira até uns poucos
milhares de anos atrás, sobreviveu na grande ilha da Tasmânia, ao sul do
continente australiano, até bem dentro do século XX. Porém, foi
impiedosamente perseguido pelos colonizadores australianos, em represália
à predação sobre suas ovelhas. A extinção do tilacino na natureza não teve
nada de acidental, ao contrário, foi meticulosamente planejada, e levada a
cabo como política oficial do governo da Tasmânia. Com o fim de
erradicar a "praga", recompensas foram pagas para cada pele de tilacino
entregue. À medida que os animais começavam a escassear, o valor da
recompensa foi aumentado cada vez mais. Em 1936, o governo da
Tasmânia enfim mudou de política e decretou uma lei protegendo a
espécie. Tarde demais. Naquele mesmo ano, o último tilacino conhecido,
uma fêmea, morreu no zoológico de Hobart, capital da Tasmânia. Por
negligência de seus tratadores, o animal foi deixado na parte exposta de sua
gaiola, sem acesso a seu ninho protegido, e morreu de hipotermia numa
noite fria de setembro. Há alguns registros não confirmados de tilacinos
vistos na natureza nos anos seguintes; um dos mais confiáveis é o de uma
fêmea que teria sido morta por um fazendeiro com seus cachorros por volta
de 1940. Dentro da bolsa da fêmea havia três filhotes. Não houve mais
registros depois disso.

Deixei para o fim o meu favorito, se é que pode haver um favorito numa
lista dessas: o menor, o mais sutil, mas nem por isso o menos espetacular.
Um animal tão fantástico que parece ter saído da mais imaginativa ficção, e
que você e eu fomos privados de conhecer por poucas décadas. Morcegos
voam, todos eles, certo? Claro. Sempre foi assim? Não. Em algumas ilhas
do Pacífico, onde eram ausentes tanto grandes predadores como também
roedores nativos, evoluíram várias espécies de morcegos terrestres. Eram
animais bizarros, que eram capazes de voar só uns poucos metros, mas que
se moviam agilmente pelo chão da floresta nas patas de trás e nos cotocos
das asas, exercendo o papel ecológico dos roedores. Eram tão bem
adaptados à vida terrestre que alguns tinham bolsas ao lado do corpo onde
recolhiam as asas. À medida que a colonização das ilhas do Pacífico
avançava, animais introduzidos pelo homem, como ratos e gatos, foram
extinguindo os morcegos terrestres em ilha após ilha. As ilhas Salomão e
Big South Cape, que permaneceram livres de ratos domésticos até muito
recentemente, foram seu último refúgio. Mas mesmo ali, os ratos chegaram
em 1962 ou 1963, e em 1965 Mystacina robusta, a última espécie de
morcegos terrestres, deixou de existir. É possível que ainda houvesse
Mystacina quando você nasceu, ou pelo menos quando seus pais nasceram.
Mas seus filhos não poderão mais vê-lo.

Hora de desfazer uma ilusão bastante arraigada. Fala-se muito em espécies
em extinção, mas muita gente acha que o homem extinguiu até agora
relativamente poucas espécies, e que portanto nossa capacidade de
extinguir espécies possa estar superestimada. Não é o caso. Apenas de
1600 para cá, foram comprovadamente extintas pelo homem pelo menos
umas 120 espécies de aves, umas 60 de mamíferos e pelo menos 25 de
répteis, entre muitas outras. Muitos desses casos, inclusive os acima, são
descritos em um livro maravilhoso, "A Gap in Nature", de Tim Flannery e
Peter Schouten, publicado em 2001. Além disso, já extinguimos mais de
600 espécies de plantas, e provavelmente vários milhares de invertebrados,
que são mais mal conhecidos. A lista continua crescendo: há apenas um
ano foi a vez do baiji, o golfinho do Yang Tse. Isso tudo não inclui
centenas de outras extinções de animais de grande porte causadas pelo
homem muito antes da Idade Moderna - mas isso já é outra história.

Por que essas coisas ainda são tão pouco divulgadas e discutidas? Eram
animais espetaculares, fascinantes, são histórias que mexem com nossos
sentimentos, mas nossa cultura não parece ter olhos para elas. Houve uma
expressiva melhora nos últimos anos, mas ainda é raro encontrar sobre as
extinções históricas em programas de televisão, livros e revistas, e portanto
elas não atingem nossos corações e mentes. Acho que a melhor explicação
para isso é mesmo a imensa capacidade que a nossa cultura tem de não
olhar para aquilo que não lhe interessa - o que é ótimo para quem quiser
manter o status quo, mas péssimo para quem queira virar o jogo.

Quando eu era criança, História me parecia fascinante, mas ao mesmo
tempo o menos aplicado ou menos útil de todos os assuntos. Minhas
professoras sempre tinham o mesmo argumento sobre a importância do
estudo da História: é preciso estudar História para aprender com os erros
do passado. Só agora sou capaz de perceber o quanto elas estavam certas.

fonte: site ((o)) eco
http://arruda.rits.org.br/oeco/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=6&pageCode=156&textCode=27232

A Secretaria do Meio Ambiente do Pará, anunciou p/ o dia 15 de maio um leilão inédito

5,5 mil metros cúbicos de madeira extraída ilegalmente. O dinheiro será destinado a reprimir crimes ambientais.

Antes, a madeira ilegal ficava nas mãos da própria empresa infratora, que a deixava apodrecer ou vendia, embora fosse proibida de fazê-lo. Em outros estados brasileiros essa prática continua.

“Os infratores se sentiam impunes, ficavam com a madeira e a usavam clandestinamente. Agora, toda a madeira confiscada poderá ir a leilão imediatamente”, disse o superintendente no Pará do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), Aníbal Picanço.

O Ibama apreendeu em março 50 mil metros cúbicos de madeira no Pará. No ano passado, foram 156 mil metros cúbicos.

desconheço a fonte, repassado para mim por:
Lara