Uma "arca de Noé" moderna está pronta para zarpar do Rio de Janeiro em direção a Fernando de Noronha. Sua missão: retirar da ilha todas as cabras e bodes, ovelhas e carneiros, vacas e bois que lá habitam.
O navio tem mais de 150 metros de comprimento e foi dotado de currais individuais, com espaço para que todos os 500 animais possam deitar durante os dois dias de viagem até Recife, para onde serão removidos.
A "ordem de despejo" foi dada pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio), órgão ligado ao Ministério do Meio Ambiente, para quem os animais domésticos ameaçam o ambiente da ilha, onde 70% do território está sob proteção do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha e 30% é Área de Preservação Ambiental.
A viagem, no entanto, foi embargada pela Justiça - uma liminar concedida pelo juiz da 10ª Vara Federal de Pernambuco, Flávio Lima, suspendeu temporariamente a operação.
Domésticos X selvagens - O governo insiste na remoção e vai recorrer da liminar. Sondagens do ICMBio mostram que há 180 bovinos e 339 caprinos vivendo soltos na ilha. Segundo o instituo, eles se alimentam de espécies nativas, destroem ninhos de tartarugas e causam danos a trilhas ecológicas.
Para o juiz Flávio Lima, a decisão do instituto não está respaldada em "sérios" estudos de impacto ambiental. Ele também argumenta que a o governo está indo de encontro com o direito de propriedade dos criadores.
Fernando de Noronha tem 16 hectares reservados para o desenvolvimento da agricultura e pecuária. A área é o equivalente a 4% da APA de Fernando de Noronha . A ordem de retirada se deve pelo fato de os animais viverem fora dessa área reservada para agropecuária.
Os criadores reclamam que a área é muito pequena.O aposentado Francisco Paulo de Oliveira, 69, cria 30 carneiros. Diz que não tem como transferir todos os animais para os lotes, por falta de espaço. Ele defendem a pecuária como alternativa para o alto custo de vida na ilha."O bujão de gás custa aqui R$ 70. Carne, arroz, é tudo caro."
Arca de Noé - Para percorrer os 2.228 km que separam o Rio de Janeiro de Fernando de Noronha, o navio da União deve levar sete dias. Para chegar a Recife, serão 540 km e dois dias de viagem.
A "arca" deve consumir 85 mil litros de diesel por dia. A operação toda, que inclui um sobrevôo de helicóptero para acompanhar o embarque, deve custar à União R$ 3 milhões, se realizada. (Fonte: Sofia Fernandes/ Folha Online)
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