domingo, 18 de maio de 2008

ઇ‍ઉ Ecologia chega à moda e pede menos consumo

A ecologia está na moda, e em toda parte. A revista Metropolitan Home tem uma edição especial sobre projetos ecológicos. A Elle produziu sua primeira edição verde. A Barneys New York colocou à venda uma linha ecológica.

No editorial de sua edição ecológica, Elle afirma que "os dias em que ecologia queria dizer reciclagem doméstica e sapatos feios são coisa do passado. Os conservacionistas mais antenados sabem que não é preciso sacrificar o estilo para salvar o planeta. Stella McCartney, Lexus e Lulu Frost estão envolvidas na economia ecológica, e muitas empresas de beleza e de decoração doméstica também". Ops, a ecologia está se tornando questão de moda.

Não estou reclamando. Não quero criticar quaisquer esforços bem intencionados de promoção a um estilo de vida mais sustentável ou a uma redução das emissões de carbono pelas quais somos pessoalmente responsáveis. E gosto de boas roupas; jamais usei botinas.

Mas a realidade é que a maioria das coisas que podemos fazer para avançar em direção a um estilo de vida mais sustentável não nos tornarão mais glamurosos ou elegantes, ou nos valerão mais convites para festas. Elas são chatas, um pouco inconvenientes e podem até ser dolorosas. E, acima de tudo, o ponto, nelas, não é consumir mais, e sim consumir menos do que você faz agora.

"Eu muitas vezes digo que consumir diferente é bom, mas consumir menos é melhor", disse Colin Beavan, o chamado "homem do impacto zero", que está conduzindo uma experiência na qual ele, sua mulher, sua filha e o cachorro da família estão tentando viver com zero de emissões de carbono durante um ano, em um apartamento de Nova York.

Embora seja verdade que o estilo de vida impacto zero adotado pelos Beavan tenha atraído algum interesse - que inclui um contrato para um livro e uma proposta de filme -, ele não é de maneira alguma glamuroso. Beavan usa apenas transporte coletivo, faz compras em seu bairro, e sem embalagens, e chegou a desligar a eletricidade em seu apartamento por algum tempo.

"Existe essa idéia de que, se simplesmente comprarmos mais produtos ecológicos, tudo estará bem e poderemos continuar vivendo do mesmo jeito", ele disse. "Mas a verdade é que, para controlar as emissões, temos de pensar em uma mudança de estilo de vida. E isso não significa apenas usar diferente, mas usar menos".

Observado da perspectiva das emissões de carbono, a versão de ecologia proposta pelo mundo da moda tem suas limitações.

A coleção orgânica da Barneys consiste de roupas feitas de algodão orgânico e de carteiras de couro com um logotipo bonitinho em forma de bicicleta. A estilista Stella McCartney (que faz grandes esforços para produzir utilizando tecnologia que gere baixas emissões de carbono) tem uma linha de roupas "verdes".

Mas um relatório da Universidade de Cambridge sobre a produção das chamadas roupas sustentáveis, publicado no ano passado, apresentou sugestão bastante diferente ao setor de moda.

Uma das conclusões, por exemplo, era a de que rayon é, de muitas maneiras, o material mais ambientalmente benéfico (mais que o algodão orgânico) porque sua manutenção é fácil. A maioria das emissões associadas a uma peça de roupa em seu ciclo de vida se referem à lavagem e secagem, e não à fabricação.

O rayon pode ser lavado com água fria, e seca naturalmente. O algodão, em contraste, requer água quente para limpeza efetiva, e precisa ser passado ou secado em aparelho elétrico - duas atividades que geram imensas emissões. Será que a Barneys venderia roupas de rayon?

E em lugar de comprar novas roupas ecológicas de Stella McCartney a cada estação, a universidade sugere que as mudanças de estilo de vestir poderiam ser atendidas por um sistema de empréstimo ou arrendamento de roupas por um ano, em lugar de compra. (Nada de vendas suculentas, sob esse método.)

"No setor de moda, a simples regra é que ser ecológico requer comprar menos e lavar menos", diz Julian Alwood, professor de engenharia em Cambridge e um dos co-autores do relatório. "Lave suas roupas com menos freqüência e tome menos banhos, com água mais fria". Não é uma dica que você vá encontrar freqüentemente em revistas de moda.

Entre as recomendações ecológicas de Elle, está uma visita a uma vinícola orgânica na Califórnia a fim de descobrir tudo sobre como produzir vinho naturalmente. Eu não gostaria de desestimular os interessados nessa atraente viagem de férias, mas as emissões que eu geraria em uma viagem de Nova York a San Francisco, de avião, e de lá ao vale de Napa, de carro, cancelariam de longe qualquer conhecimento ecológico que eu pudesse adquirir.

A revista também recomenda uma linha de cartões de festas ecológicos. Por que não mandar um cartão eletrônico, em lugar disso? (Mas isso me conduz a território perigoso, já que esta coluna sai também em papel, e não apenas na Internet.)

A primeira edição completamente ecológica da Metropolitan Home tinha boas dicas sobre materiais ecologicamente sustentáveis para uso em reformas. A revista diz que "o objetivo era que os visitantes não percebessem que se trata de um espaço ecológico e sustentável". Sim, vamos esconder esse horrível segredo!

Em última análise a ecologia não é uma opção estética. A melhor maneira real de reduzir as emissões que sua casa gera, diz Allwood, é reduzir o aquecimento. "Se você estiver dentro de casa sem agasalho, nos meses de inverno, isso quer dizer que a temperatura da calefação está alta demais", ele diz.

Beavan, o homem do impacto zero, afirma que "algumas empresas estão mesmo tentando fabricar produtos mais ecológicos. Mas o espírito da coisa, para elas, é que você compre um produto porque ele está na moda, e o substitua quando essa moda passar".

Tradução: Paulo Migliacci ME

ઇ‍ઉ Três pandas-gigantes desaparecem na China após terremoto

da Associated Press, em Pequim

Três pandas-gigantes da reserva Wolong, que abriga estes animais, estão desaparecidos desde o terremoto que atingiu a China na última segunda-feira (12). Cinco funcionários da reserva morreram, informou neste domingo a agência Xinhua.

Na última terça-feira (13), todos os pandas foram anunciados como salvos do terremoto, mas isto não se confirmou.

A reserva fica a quase 30 km do epicentro do terremoto que provocou mais de 32 mil pessoas. O governo anunciou que espera que o número chegue a cerca de 50 mil mortos.

"Nós estamos muito preocupados com a comunidade dos pandas", disse Suzanne Braden, diretora da ONG Pandas International, que apóia a reserva chinesa com equipamentos e suprimentos.

"Perder alguém, seja do pessoal, seja dos que moram perto da reserva ou pandas, é realmente devastador", disse Braden.

Braden disse esperar pelo melhor em relação aos pandas. Ela afirmou que os animais podem estar tensos e com medo após o terremoto.

O tremor também destruiu ou danificou todas as 32 casas da reserva.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bichos/ult10006u403118.shtml

ઇ‍ઉ De quem é a Amazônia, afinal?, diz reportagem do "New York Times"

da BBC Brasil

Uma reportagem publicada neste domingo no jornal americano "The New York Times" afirma que a sugestão feita por líderes globais de que a Amazônia não é patrimônio exclusivo de nenhum país está causando preocupação no Brasil.

No texto intitulado "De quem é esta floresta amazônica, afinal?", assinado pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro Alexei Barrionuevo, o jornal diz que "um coro de líderes internacionais está declarando mais abertamente a Amazônia como parte de um patrimônio muito maior do que apenas das nações que dividem o seu território".

O jornal cita o ex-vice-presidente americano Al Gore, que em 1989 disse que "ao contrário do que os brasileiros acreditam, a Amazônia não é propriedade deles, ela pertence a todos nós".

"Esses comentários não são bem-aceitos aqui (no Brasil)", diz o jornal. "Aliás, eles reacenderam velhas atitudes de protecionismo territorial e observação de invasores estrangeiros escondidos."

Acesso restrito

O jornal afirma que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenta aprovar uma lei para restringir o acesso à floresta amazônica, impondo um regime de licenças tanto para estrangeiros como para brasileiros.

"Mas muitos especialistas em Amazônia dizem que as restrições propostas entram em conflito com os próprios esforços [do presidente Lula] de dar ao Brasil uma voz maior nas negociações sobre mudanças climáticas globais --um reconhecimento implícito de que a Amazônia é crítica para o mundo como um todo", afirma a reportagem.

O jornal diz que "visto em um contexto global, as restrições refletem um debate maior sobre direitos de soberania contra o patrimônio da humanidade".

"Também existe uma briga sobre quem tem o direito de dar acesso a cientistas internacionais e ambientalistas que querem proteger essas áreas, e para companhias que querem explorá-las."

"É uma briga que deve apenas se tornar mais complicada nos próximos anos, à luz de duas tendências conflituosas: uma demanda crescente por recursos energéticos e uma preocupação crescente com mudanças climáticas e poluição."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u403044.shtml

ઇ‍ઉ Minc quer Forças Armadas na defesa de parques e reservas da Amazônia

da Agência Brasil
com Folha Online

O secretário do Ambiente do Rio de Janeiro, Carlos Minc, disse neste domingo ao desembarcar no aeroporto internacional do Rio que vai propor ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva a participação das Forças Armadas na defesa dos parques nacionais e das reservas indígenas e extrativistas da Amazônia.

Minc será recebido amanhã, no Palácio do Planalto, pelo presidente Lula, quando vai ser formalizado o convite para assumir o Ministério do Meio Ambiente.

Ao admitir que considera a região o principal desafio de sua gestão à frente do Ministério do Meio Ambiente, Minc explicou que a intenção é "replicar" uma das medidas adotadas durante sua gestão à frente da Secretaria do Ambiente no Rio de Janeiro.

30.jan.2003/Folha Imagem
Carlos Minc foi convidado por Lula para assumir Ministério de Meio Ambiente
Carlos Minc foi convidado por Lula para assumir Ministério de Meio Ambiente

"Aqui no Rio nós criamos os guardas-parque. Ou seja, diante da insuficiência de fiscais, colocamos destacamentos do Corpo de Bombeiros em nossos parques e áreas de proteção ambiental. Então eu vou propor ao presidente que se crie destacamentos, ou que se aloque alguns regimentos das Forças Armadas para funcionar dentro dos grandes parques nacionais, tomando conta do entorno deles e também das reservas extrativistas, replicando, com as adequações necessárias, o que fizemos aqui no Estado", disse.

O secretário do Ambiente ressaltou, porém, que a sugestão ainda terá que ser negociada entre o presidente e as Forças Armadas, "pois este é um papel que não me cabe, mas sim ao presidente, que é o comandante supremo das Forças Armadas. Regimentos podem vir a se integrar na defesa das unidades de conservação, das reservas extrativistas e dos seus entorno".

Carvão

O secretário afirmou que a Amazônia "não vai virar carvão". "A gente vai manter para a Amazônia não só a política que vinha sendo adotada pela ministra Marina Silva, como boa parte de sua equipe, que já se colocou à disposição. Vamos também fazer outras coisas que ela ainda não havia feito e que esperamos ter condições de realizar", disse Minc.

A declaração tem como alvo principal a comunidade internacional, que demonstrou preocupação em relação à situação da Amazônia após a saída da ministra Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente.

Mal interpretado

Minc afirmou ter sido mal interpretado nas colocações ao presidente Lula da Silva para assumir o cargo de ministro, em substituição à senadora Marina Silva.

O secretário afirmou que "arrogância seria imaginar que ele pudesse enfrentar os problemas ambientais do Brasil, que são 100 vezes mais complicados que os do Rio de Janeiro, sem ter o mínimo de condições de trabalho".

Carlos Minc admitiu que as conversas que manteve até agora com o presidente Lula o levam a crer que ele vá realmente assumir o ministério. Ressaltou, porém, que as condições necessárias para que possa vir a desempenhar um bom trabalho são ainda maiores dos que a que já foram até então divulgadas pela imprensa.

Minc citou como exemplo a própria situação do Estado do Rio, onde chegou a recusar por três vezes o pedido do governador Sérgio Cabral (PMDB) antes que decidisse assumir a Secretaria do Ambiente, e só o fez, segundo ele, após ter recebido garantias de que teria condições adequadas de implantar a sua filosofia de trabalho.

O secretário adiantou que, se assumir o cargo, vai levar para Brasília parte da sua equipe atual da Secretaria do Ambiente. "Só não poderei assumir o cargo se o presidente fizer exigências as quais eu não possa cumprir, o que me parece não ser o caso".

http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u403057.shtml

ઇ‍ઉ Em luta contra a poluição, China cobrará por sacolas plásticas

da Efe, em Pequim

As sacolas plásticas deixarão de ser gratuitas a partir do dia 1º de junho na China, segundo uma nova lei que pretende lutar contra a chamada "poluição branca".

A medida é justificada na necessidade de proteger o meio ambiente em um país onde se entregam sacolas plásticas gratuitamente em mercados e lojas.

A regulação foi elaborada pelo Ministério de Comércio, pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma e pela Administração Estatal de Indústria e Comércio.

Os comerciantes serão multados em até US$ 1.433 se derem sacolas plásticas, mas serão eles que vão fixar os preços, que nunca serão inferiores ao custo.

A disposição também esclarece que as sacolas deverão se ajustar aos padrões nacionais e serem compradas das empresas produtoras, atacadistas ou importadores devidamente autorizadas.

A normativa não se aplica às embalagens plásticas usadas por higiene e segurança de produtos alimentícios, tanto crus como cozidos.

A campanha, anunciada há vários meses, originou o fechamento em janeiro da maior fábrica de sacolas plásticas do país, na província de Henan, que produzia anualmente 250 mil toneladas do produto.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/mundo/ult94u403000.shtml

ઇ‍ઉ Orangotango escapa no zoológico de Los Angeles

da BBC

Um orangotango macho fugiu da sua área no zoológico de Los Angeles, no Estado americano da Califórnia, na noite deste sábado (17), depois de fazer um buraco na grade de seu cercado.

Bruno, o orangotango de 29 anos, circulou pelo zoológico por 20 minutos até ser recapturado. Cerca de 3.000 pessoas tiveram de ser retiradas do zoológico.

Os funcionários disseram que Bruno não chegou a passar pelas áreas públicas do zoológico e que ele foi rapidamente sedado, sem demonstrar agressividade.

Em vez de tentar fugir do zoológico, Bruno tentou se esconder em um local próximo ao seu cercado, afirma reportagem do jornal "Los Angeles Times".

"Felizmente, nossa equipe treinou todos os nossos grandes macacos a permitirem procedimentos médicos, então o macaco permitiu que a funcionária injetasse anestésico nele e ele dormiu na hora", disse ao "ABC News" o diretor do zoológico, John Lewis.

"Eles o levaram para seu 'quarto' e tudo terminou em cerca de 20 minutos." Em dezembro do ano passado, um homem morreu e duas pessoas ficaram feridas quando um tigre escapou no zoológico de San Francisco, também na Califórnia.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u403060.shtml

ઇ‍ઉ Vallejo, escritor polêmico, contra o consumo de carne...

Vejam só este depoimento do escritor colombiano Vallejo, que estará no Brasil:
" Não pode haver religião nem moral que me façam aceitar o ato da
reprodução. Tirar a paz de alguém que está no nada e trazê-lo ao
horror da vida é um crime máximo. Há ainda aquele fato que, dizem,
nunca ocorreu a 'Cristolouco': que os animais (para mim, seres de
sistema nervoso complexo, como as vacas e os porcos, que esfaqueamos
nos matadouros para comê-los, e que sofrem e sentem sede, fome, terror
e tédio, como todos nós) são também próximos de mim, não apenas os
seres humanos"
Texto completo abaixo:

Vallejo, uma prosa feroz e corrosiva

Escritor colombiano é um dos principais convidados da próxima edição
da Festa Literária Internacional de Paraty, a Flip, que acontece em
julho

Ubiratan Brasil
Agência Estado

O escritor colombiano Fernando Vallejo é descrito como um homem
inofensivo, olhar tranqüilo, voz musicada, gestos suaves. Basta abrir
qualquer página de seus livros ou questioná-lo sobre determinados
assuntos, porém, que se descobre uma prosa feroz, raivosa, corrosiva.
Aos 65 anos, Vallejo arregala os olhos de quem o lê ou escuta ao
comentar sobre a Igreja Católica ("Inquisidora, torturadora,
falsificadora, homofóbica..." e outros adjetivos do gênero), o papa
("Besta vaticana"), a Colômbia ("Lá, até os mortos têm cédula de
identidade e votam") e até de colegas famosos ("García Márquez é uma
cortesã de Fidel Castro").

Um dos principais convidados da próxima edição da Festa Literária
Internacional de Paraty, a Flip, que ocorre em julho, Vallejo vai
comentar "O Despenhadeiro", que a editora Alfaguara já lança nesta
segunda-feira (19), com competente tradução de Bernardo Ajzenberg (176
páginas, R$ 28,90). Como boa parte de sua obra, trata-se de um relato
autobiográfico, sem disfarces ao retratar um ódio escancarado pela
sociedade, especialmente a colombiana.

Nascido em Medellín, Vallejo conheceu a degradação da cidade pelo
tráfico de drogas. É justamente essa cidade devastada pelos
entorpecentes e pela juventude amoral que o escritor retratou em "A
Virgem dos Sicários", seu primeiro romance lançado no Brasil, povoado
de pobres, drogados, mendigos impertinentes e grávidas que só pensam
em parir e rezar.

Em "O Despenhadeiro", a acidez e o sarcasmo continuam na história do
homem que volta à casa onde viveu, na Colômbia, local marcado pelo
adoecimento das pessoas que realmente lhe interessam, como o pai, um
político, e o irmão Dario, com quem compartilhou intensas experiências
na juventude.

A ferocidade de Vallejo aparece na forma como o narrador descreve as
outras pessoas da família, como a mãe ("A Louca") e o irmão caçula
("Aborto da Natureza"). Indiferente aos críticos que apontam sua
iconoclastia como oportunista, Vallejo, que vive no México desde 1971,
tal qual um pugilista, não baixa a guarda.

O despeito pela religião católica é só o fio da meada para Vallejo
desfiar uma série de provocações, como na entrevista a seguir e em
outras, nas quais não poupa suas farpas.



Agência Estado: O senhor esperava que "O Despenhadeiro" fosse uma
alegoria premonitória em relação à América Latina?



Fernando Vallejo - A verdade é que não acredito que esse livro seja
uma alegoria ou a premonição de algo. O que talvez possa ser um
retrato do desastre que são a Colômbia onde nasci e cresci e o México,
onde hoje vivo, ou do desastre da América Latina em geral, está em
outro livro que escrevi, "A Virgem dos Sicários".



AE:No livro, a internet é tratada como uma epidemia, semelhante à
aids. Por que essa prevenção contra a internet?



Vallejo - Quando escrevi "O Despenhadeiro", a internet estava
iniciando. Hoje, é uma mescla de informações úteis com lixo repetido e
reciclado. A aids, por outro lado, não serviu para nada: diminuiu, por
via das dúvidas, em 20 milhões a população mundial. Minha esperança é
o vírus Ebola. Esse, sim, vai animar um pouco essa festa.



AE:Outro sentimento que o livro transmite é o de que o passado sempre
foi melhor que presente. Por quê? Sua história pessoal foi
determinante para isso?



Vallejo - Não, o passado nunca foi melhor que o presente: os dias
atuais provocam um horror distinto, um velho horror com nova cara.



AE:Aliás, até que ponto "O Despenhadeiro" tem vestígios autobiográficos?



Vallejo - Tudo o que é narrado no livro é estritamente verdadeiro. O
que digo ali aconteceu de fato.



AE:Um crítico escreveu que "nem uma só ponta de respeito de
intelectual - menos ainda de comiseração - existe na alma, no
pensamento ou na obra de Fernando Vallejo quando se trata de analisar
o que ele chama de os horrores atuais e presentes da Igreja católica
no mundo". Qual a origem desse enfrentamento contra a Igreja?



Vallejo - O cristianismo não é uma religião, mas uma empresa criminal.
E assim tem sido desde que a seita cristã que chamou a si mesma de
católica, ou seja, universal, pegou carona no triunfo do imperador
Constantino (um genocida que, no ano 312, exterminou uma dezena de
outras seitas cristãs e de outros cultos e feitiçarias do Império
Romano) para então se atribuir a função de única detentora da verdade
e da moral.



Os 1.700 anos que se seguiram foram plenos de crimes e infâmias: as
oito cruzadas contra os muçulmanos que banharam de sangue a Terra
Santa; as cruzadas dos papas contra os próprios correligionários
cristãos que se atreveram a discordar do autocrata de Roma, ou seja,
os albigenses, os valdenses, os apostólicos, os fraticelli, os
begardos, os camisardes...



Os horrores das Inquisições católica e protestante: a queima de
hereges e bruxas que perdurou durante sete séculos, desde 1200. A
noite de São Bartolomeu, a destruição das culturas indígenas da
América, a oposição à ciência e à liberdade de pensamento e de
imprensa, as guerras da Reforma e da Contra-reforma, etc., etc., etc.
Não há civilização cristã: há barbárie cristã. Fabulação, mentira,
falsificação, hipocrisia, engano, derramamento de sangue...



AE:Até que ponto seu ateísmo está muito marcado pela religiosidade?



Vallejo - Não pode haver religião nem moral que me façam aceitar o ato
da reprodução. Tirar a paz de alguém que está no nada e trazê-lo ao
horror da vida é um crime máximo. Há ainda aquele fato que, dizem,
nunca ocorreu a 'Cristolouco': que os animais (para mim, seres de
sistema nervoso complexo, como as vacas e os porcos, que esfaqueamos
nos matadouros para comê-los, e que sofrem e sentem sede, fome, terror
e tédio, como todos nós) são também próximos de mim, não apenas os
seres humanos.



AE:Como explicar, então, a longa sobrevivência de uma instituição tão
profundamente corrupta e inclusive criminosa como a Igreja católica?



Vallejo - Graças à sua aliança ilícita e prostituída com todos os
poderosos da História: desde Constantino e Justiniano, passando por
Carlos Magno e Carlos 5º até Hitler, Mussolini e Franco, e ainda todos
os espertalhões com poder nos países do atual Ocidente.



AE:Há algum perigo de sua prosa, muito feroz, ter um efeito contrário,
ou seja, não provocar como pretende?



Vallejo - Nunca pretendi provocar ninguém - gosto mesmo é de
importunar os hipócritas.



AE:O senhor não esconde seu desprezo por Gabriel García Márquez. Por quê?



Vallejo - Trata-se de um cortesão de Fidel Castro, o tirano de Cuba e
o ser mais vil surgido na América. Também é romancista da terceira
pessoa (recurso mais utilizado na literatura) que escreve uma prosa de
cozinha.



AE:Diversos escritores criaram uma obra em que insultam seu próprio
país. O que o faz escrever contra sua Colômbia?



Vallejo - Não escrevo contra a Colômbia: somente a retrato.
http://www.diariodecuiaba.com.br/detalhe.php?cod=317212

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ઇ‍ઉ Empresa se recusou a transportar os animais em ônibus

vejam o vídeo em http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL473015-5598,00.html

17/05/2008 - 17h50 - Atualizado em 17/05/2008 - 17h52
Família espera 16 horas para viajar com cães no PR
Empresa se recusou a transportar os animais em ônibus que seguia para
Uberlândia.
Eles passaram a noite na rodoviária até conseguir passagens de outra companhia.
Do G1, com informações do Jornal Hoje
Uma família passou 16 horas na rodoviária de Londrina (PR) para
conseguir embarcar em um ônibus com dois cachorros: os vira-latas
Duque e Duquesa.

Veja o site do Jornal Hoje

Depois de morar quatro meses no Paraná, o serralheiro Paulo Ferreira
Maia decidiu voltar com a mulher e os três filhos para a cidade natal,
Uberlândia, em Minas Gerais. Após ganhar as passagens da prefeitura, a
família arrumou as malas e partiu para a rodoviária.



No entanto, na hora do embarque, a empresa se recusou a transportar os
animais. Revoltada, a família também se recusou a viajar e acampou ali
mesmo, na rodoviária. Todos passaram a noite em colchões espalhados no
chão.

O drama dos mineiros e seus cachorros comoveu muita gente. Sem
dinheiro, eles ganharam refeições de outros passageiros. Depois de 16
horas de angústia, ganharam passagens de outra empresa que aceitou
levar os cachorros.

A família chegou a Uberlândia neste sábado (17) pela manhã, depois de
12 horas de estrada. Crianças e cachorros se portaram bem na viagem
rumo ao recomeço. "Eu espero só prosperidade daqui pra frente, se Deus
quiser", diz Paulo.

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ઇ‍ઉ Protesto na Austrália contra matança de cangurus

Grupos que lutam pelo bem-estar dos animais organizaram um protesto
ontem em uma base militar próximo de Canberra, capital da Austrália,
depois que militares anunciaram que vão matar cerca de 400 cangurus.
As autoridades militares alegam que os marsupiais que são símbolos da
Austrália estão ameaçando a fauna da região ao consumir em excesso o
pasto.
Um porta-voz do Exército da base militar de Belconnen disse que os
cangurus estão provocando danos ambientais de grande proporção. Entre
os animais ameaçados pela ação dos cangurus estariam lagartos e
grilos.
Os militares chegaram a sugerir uma operação para realocação dos
marsupiais, mas a idéia foi descartada devido ao alto custo envolvido.
fonte:
http://www.jhoje.com.br/18052008/internacional.php

http://ativismo.com/joomla/index.php?option=com_content&task=view&id=250&Itemid=89