segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Proteção dos mares é mínima no Brasil

AFRA BALAZINA
da Folha de S.Paulo

Ao comer cação, badejo e camarão-sete-barbas, os brasileiros estão, sem saber, consumindo animais aquáticos ameaçados de extinção ou que sofrem com o excesso de pesca no Brasil. De acordo com o governo federal, 80% dos recursos explorados pela pesca marinha sofrem com sobrepesca, estão ameaçados ou em processo de recuperação.

Apesar disso, somente 0,4% dos mares brasileiros são protegidos em unidades de conservação federais. Incluindo as reservas estaduais, a porcentagem sobe para 0,8%. A realidade internacional não é muito diferente: há cerca de 1% de mares protegidos no globo.

Em vista disso, o Greenpeace inicia na próxima semana uma campanha para proteger os oceanos no país. A entidade defende que as áreas protegidas subam para 40% no mundo e que o Brasil faça a sua parte.

Marcelo Furtado, diretor-executivo do Greenpeace, afirma que a ONG pressionará pela criação de uma Política Nacional de Oceanos que priorize a proteção de áreas marinhas e o combate à perda de biodiversidade. Para ele, a pesca predatória pode ser comparada ao desmatamento. E, assim como em relação à madeira, diz que é preciso saber a quantidade de peixes que podem ser retirados e em que época.

O Ministério do Meio Ambiente reconhece o problema. "As áreas marinhas estão entre as mais ameaçadas e as menos protegidas, então é uma prioridade grande. Há cada vez mais gente no litoral, mais navegação, mais pesca predatória. É razoável que tenhamos uma meta a ser alcançada", disse à Folha o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente).

Mas a meta do ministro é bem mais modesta que a da ONG: ele considera ideal ampliar a proteção para 10% dos mares -o que deve levar mais de uma gestão para ocorrer. Para isso, podem ser usados recursos de compensação por dano ambiental. Há cerca de R$ 500 milhões que podem ser aplicados em proteção de áreas em terra e no mar.

Plantar peixe

O ministro ressalta, porém, que não adianta apenas implantar novas áreas -é necessário dar estrutura e pessoal às que já existem. E afirma que, se o país quer aumentar a produção de peixe, não pode contar só com o oceano. Deve investir mais em "fazendas aquáticas" e piscicultura, por exemplo.

O Ministério da Pesca concorda que as áreas protegidas são importante ferramenta para garantir a recuperação dos ecossistemas marinhos e manutenção dos estoques pesqueiros. No entanto, considera que "a implantação de áreas de exclusão de pesca tem rebate importante nas atividades dos pescadores artesanais". Por isso, defende que a implantação seja discutida amplamente.

Exemplo

Na próxima terça, o Greenpeace lançará um vídeo e um relatório sobre o panorama dos mares brasileiros. Para compor o material, foram ouvidos integrantes do governo e pesquisadores de universidades.

Além de apontar os desafios, o Greenpeace ressalta como positiva a idéia do governo de São Paulo, anunciada em abril, de criar três grandes áreas de proteção marinhas no Estado. Essas regiões ficarão protegidas da pesca predatória com barcos industriais.

"É uma iniciativa importante que pode criar precedente. A Bahia, por exemplo, não está batendo o pé pela proteção [do banco de corais] de Abrolhos", disse Furtado.

A medida, porém, assustou pescadores. Segundo o secretário estadual Xico Graziano (Meio Ambiente), "houve uma reação muito forte porque as colônias de pescadores acharam que ia ser proibido todo tipo de pesca". Para contornar a polêmica, foi feita uma nova versão do decreto.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u434836.shtml

Filhote de baleia confunde iate com mãe

da BBC

Um filhote de baleia jubarte aparentemente confundiu um iate com sua mãe na costa de Sydney, na Austrália.

A baleia está nadando constantemente em volta do iate e estaria tentando mamar em seu casco.

Estima-se que o animal tenha um ou dois meses de idade.

As autoridades de proteção aos animais selvagens da Austrália dizem que a saúde do filhote está piorando, devido à falta de alimentação.

O iate foi afastado do porto e conduzido para uma baía com a esperança de que o filhote reencontre a mãe.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u434798.shtml

Mamíferos sobrevivem em meio à paisagem fragmentada do Estado

Por Leandra Rajczuk, da Agência USP

Uma pesquisa do Instituto de Biociências (IB) da USP mostra que ainda há grandes carnívoros no interior paulista, embora a vegetação nativa do estado – Floresta Atlântica e Cerrado – esteja muito degradada. Os resultados da pesquisa foram publicados em março deste ano na revista científica Biodiversity and Conservation em artigo de autoria dos biólogos Maria Carolina Lyra-Jorge e Giordano Ciocheti, sob orientação da professora Vânia Regina Pivello, do Laboratório de Ecologia da Paisagem e Conservação (LEPaC), do Departamento de Ecologia do IB.

Os pesquisadores verificaram que a maior parte desses animais é mais flexível do que se pensava e acreditam que os eucaliptais, embora não ofereçam os recursos necessários à fauna nativa, conectem trechos de vegetação original e permitam a sobrevivência das espécies em meio às plantações. “O padrão de uso de habitat pela maioria das espécies mostrou-se fortemente ligado às fisionomias de cerrado, indicando a importância da conservação desse bioma”, ressalta Giordano Ciocheti. “Além disso, trata-se de um trabalho que visa contribuir para a conservação desse grupo faunístico, que está sob forte efeito de uma paisagem altamente fragmentada, onde se encontram os maiores remanescentes de cerrado do Estado, apesar da ocupação desenfreada das terras paulistas.”

Ciocheti defendeu, no dia 17 de abril deste ano, a dissertação de mestrado, Uso de habitat e padrão de atividade de médios e grandes mamíferos e nicho trópico de Lobo-Guará (Chrysocyon brachyurus), Onça-Parda (Puma concolor) e Jaguatirica (Leopardus pardalis) numa paisagem agroflorestal, no estado de São Paulo, que contribuiu significativamente para o desenvolvimento do trabalho internacional.

As unidades de conservação encontradas na área de estudo foram: Parque Estadual de Vassununga, Estação Ecológica de Jataí e Estação Experimental de Luiz Antônio, que se encontram nos municípios de Santa Rita do Passa Quatro e Luiz Antônio e são gerenciados pela Fundação Florestal de São Paulo. Ciocheti afirma que, dentre as 17 espécies de mamíferos amostradas, aquelas com maior freqüência foram o Lobo-Guará e a Onça-Parda, seguidos pelo Cateto (Pecari tajacu) e pelo Veado-Catingueiro (Mazama guazoubira).

Tecnologia nacional

“Os mamíferos utilizam muito as estradas de terra e trilhas para a locomoção”, relata Ciocheti. Para tanto, foram espalhados, nesses locais, pontos fixos de coleta que variaram de acordo com o tamanho do fragmento na paisagem. Só para se ter uma idéia, em uma área aproximada de 10 mil hectares, havia dez pontos de coletas de armadilha fotográfica – câmeras que registram as imagens dos animais – e outros dez de canteiros de areia para identificar suas pegadas. “Nosso objetivo foi o de obter o maior número possível de fotografias”, informa. “Todos os equipamentos utilizados no projeto são de tecnologia nacional.”

Os autores contam que o critério de distribuição das câmeras também levou em conta a área total das diferentes classes de vegetação amostradas: cerradão, cerrado sensu stricto, floresta semidecídua e monocultura de eucalipto. “Desta forma, o número de câmeras foi diferente para cada classe, sendo 9 câmeras no cerrado sensu stricto, 7 no cerradão, 4 na monocultura de eucalipto e 3 na floresta semidecídua.”

Os resultados do estudo podem subsidiar estratégias de manejo que aumentem a conectividade funcional da paisagem no estado de São Paulo. “O uso dos plantios de eucaliptos por diversas espécies indica a importância de um manejo florestal que garanta mais segurança às espécies, como cortes intercalados de talhões, de forma a não deixar a área totalmente exposta durante a época de corte, proteção contra caçadores e manutenção do sub-bosque, tornando o ambiente menos contrastante com as áreas naturais”, reitera Ciocheti.

Além disso, para alertar sobre os principais cuidados que a população deve ter para evitar acidentes, a equipe realiza trabalhos de educação ambiental a partir da encenação de peças de teatro, como a adaptação da obra de Ângelo Machado, Chapeuzinho Vermelho e o Lobo Guará. “Também procuramos atuar junto aos gestores dos parques”, conta Ciocheti. “A conservação das reservas legais só vai ocorrer mediante parceria entre as estruturas governamentais e os pequenos e médios proprietários privados, a partir de garantia da área de preservação permanente.”

Crédito da imagem: Maria Carolina Lyra Jorge e Giordano Ciocheti


(Envolverde/Agência USP de Notícias)
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=50846&edt=34

Onda de 400 pessoas anuncia chegada de campanha pelos oceanos

Por Redação do Greenpeace

Uma das atrações da atividade do Greenpeace no Parque Villa-Lobos foi a baleia Mangá, que fez a festa da criançada.

São Paulo (SP), Brasil — Atividade no Parque Villa-Lobos contou com baleia inflável de 15 metros, pintura de rosto para a criançada e muita animação.

Foi uma grande festa azul. Cerca de 400 pessoas foram ao Parque Villa-Lobos (SP) na manhã de sábado para formar uma grande onda em defesa dos mares do planeta e anunciar o início da campanha de oceanos do Greenpeace a partir desta terça-feira (19). Deitados no chão, ativistas e voluntários escreveram a palavra socorro, para lembrar a situação precária dos oceanos no mundo.

Estiveram presentes também representantes do Grupo de Escoteiros do Brasil, SOS Mata Atlântica, EcoSurf e Surfrider Foundation, além do público que passeava pelo parque. Voluntários do Greenpeace fantasiados de animais marinhos fizeram a alegria das crianças, que também puderam se divertir com Regina, nossa baleia inflável de 15 metros.

"Ficamos felizes de ver tantas pessoas mobilizadas pelos oceanos. Só com o engajamento de todos os setores da sociedade poderemos mudar a situação de degradação de nossos mares", afirmou Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Oceanos do Greenpeace.

"Os oceanos são fundamentais para nossa sobrevivência. Se eles ficam doentes, todo o planeta adoece", alerta.

Nesta terça-feira será lançado um relatório e um vídeo com um diagnóstico sobre as condições dos oceanos. No próximo fim de semana, um túnel sensorial temático sobre os mares começará a rodar o país.


Crédito da imagem: Rodrigo Baleia



(Envolverde/Greenpeace)
http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=50900&edt=34

240 pássaros silvestres são apreendidos durante operação na Bahia

Cerca de 240 pássaros silvestres, 10 galos de briga, dois cágados e 300 sacos de carvão vegetal foram apreendidos neste domingo (17) em operação das Polícias Rodoviária Federal e Civil na Bahia.

A ação, que aconteceu no município de Cruz das Almas, foi chamada de "Operação Fauna Livre II". Policiais visitaram vários pontos na zona rural, feira-livre e duas casas que haviam sido denunciadas.

As aves apreendidas eram de diversas espécies, como azulões, canários e cuiubas, ameaçadas de extinção.

Os animais foram encaminhados para o Centro de Triagem da ONG Gambá (Grupo Ambiental da Bahia) em Amargosa.

Os presos --Melquizedeque Passos de Araújo, Júlio Pereira e César Santos Magalhães-- foram levados para a delegacia de Polícia Civil.

* com informações de "A Tarde On Line"
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/2008/08/18/ult5772u576.jhtm

Carla Bruni será madrinha de ursa que repovoará os Pirineus

Paris, 18 ago (EFE).- A primeira-dama da França, a cantora e ex-modelo Carla Bruni, será madrinha da ursa eslovena Hvala, um dos cinco animais introduzidos nos Pirineus, onde a população estimada dessa espécie é de apenas entre 8 e 20 exemplares, informou hoje uma associação de defesa dos animais.

Em 22 de julho, a esposa do presidente francês, Nicolas Sarkozy, enviou uma carta a duas associações afirmando que a presença de ursos no Pireneu "se traduz em uma vontade de proteger a biodiversidade, considerando que se inscreve dentro de antigos compromissos internacionais da França".

Em 2006, as autoridades francesas soltaram cinco exemplares, dos quais duas fêmeas morreram acidentalmente, o que gerou um forte confronto entre os favoráveis ao repovoamento nos Pirineus e os que são contra.

No começo do ano, vários militantes a favor da reintrodução de ursos nas montanhas do sul da França quiseram chamar a atenção de Bruni, que agora se comprometeu com esta causa ecológica.

"Não se trata de escolher entre o urso e o homem", afirma Bruni em sua carta, na qual se mostra convencida de que a convivência é possível e na qual acrescenta que ficou muito feliz com o nascimento de dois filhotes de Hvala em janeiro de 2007.

http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2008/08/18/ult1766u27654.jhtm