domingo, 29 de junho de 2008

Em Campina Grande/PB, uma corrida de jegues quer alertar sobre a matança do animal

“O jumento é nosso irmão”, já dizia o forrozeiro de Campina Grande (PB) Luiz Gonzaga. Na segunda-feira (23), o “nosso irmão” foi foco de mais uma atração inusitada na cidade-sede do maior São João do mundo: uma corrida de jegues. O animal é popular no Nordeste por ser barato e ter grande utilidade: é meio de transporte de pessoas, de cargas e serve leite rico em vitaminas.

A competição, que está na 19ª edição, é a forma que o organizador, o professor de educação física Teles Albuquerque, encontrou para conscientizar as pessoas sobre a matança do animal, do qual estaria sendo extraída a carne para fazer carne de sol – negócio rentável, já que o animal serve pelo menos 20 quilos do alimento, enquanto um jegue custa apenas R$ 5.

“O jegue foi o maior meio de transporte do planeta. Carregou até o nosso Senhor, Jesus Cristo. Hoje, está sendo morto e explorado nas carroças de burro. Com três meses, as patinhas incham e eles abatem: cortam as patinhas com ele vivo, deixam o sangue sair, o mau-cheiro sair, cortam o pescoço, retiram a carne, fazem de sol e vendem”, denuncia Albuquerque.

O educador responsabiliza a motocicleta por isso, já que, por ser barata, econômica e mais eficiente em algumas das antigas atividades exercidas pelo jumento, os animais estariam perdendo a função que sempre exerceram. No caso da corrida de jegues, ele assegura que não há maus-tratos aos animais.

“É uma diversão que não maltrata o animal. Você não pode usar sela, cangalha, pano, chicote, arreios, estribos, material perfurante, cortantes, nada disso. Nada de maltratar o jegue. Olha para o jegue no passado, em que ele foi tão utilitário e não despreze, não mate, nesse momento, como estão fazendo”, apela, nitidamente emocionado.

Para participar da corrida, basta que o dono chegue ao local acompanhado do animal. Este ano, o jegódromo foi montado paralelo aos trilhos do trem que vai para Galante nos finais de semana – o Expresso Forroviário. No circuito reto de 200 metros, foram premiados os jegues mais rápidos nas categorias Campina Grande (só para moradores do município) e Geral (para qualquer pessoa), além dos mais ornamentados. (Fonte: Morillo Carvalho/ Agência Brasil)
http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=38993

Baleias perdem, Japão ganha em encontro de comissão baleeira

As baleias emergiram como as grandes perdedoras do encontro da Comissão Internacional Baleeira, que se realizou durante uma semana em Santiago, no Chile, e se encerrou nesta sexta-feira (27), disseram grupos conservacionistas, desapontados com o fato de as nações contrárias à pesca da baleia não terem sido capazes de barrar o caçador número 1 do animal, o Japão.

As nações contrárias à caça da baleia, com a Austrália à frente, expressaram profunda preocupação pelo Japão escamotear a moratória comercial, estabelecida em 1986, usando como justificativa a alegação de que as centenas de baleias que caça todo o ano são destinadas à pesquisa científica.

O Japão disse estar descontente com a moratória e que deseja retomar a caça comercial.

A divisão entre os dois lados causou tanta tensão que o presidente da comissão, Bill Hogarth, criou um grupo de trabalho, para obter um ano de folga para tentar chegar a um consenso e evitar um confronto este ano.

Mas a orientação deliberada de evitar o confronto, que incluiu um chamado às nações para não votarem umas contra as outras em questões litigiosas como a caça feita pelos japoneses ou pedidos de criação de um santuário das baleias no Atlântico Sul, significa que pouco foi alcançado no encontro.

"Acho que foi uma semana decepcionante para as baleias", disse Ralf Sonntag, do Fundo Internacional para o Bem-Estar dos Animais.

"O Japão volta pra casa sem nenhuma votação ou resolução contra si. A Islândia iniciou uma nova rodada de caça comercial da baleia pouco antes desta conferência. Portanto, eles não a estão levando a sério. Nada foi alcançado para as baleias", disse Sonntag.

O Japão concedeu a si mesmo uma permissão especial para caçar 1.000 baleias por ano, apesar da moratória, enquanto a Noruega e a Islândia continuam a caçar baleias, desafiando a proibição, que não tem caráter obrigatório.

A população indígena da Groenlândia, Alasca e das áreas árticas da Rússia recebe concessões especiais para continuar a caçar baleias com finalidade de subsistência.

Mas grupos que defendem a conservação tiveram como consolo a decisão das nações contrárias à caça de bloquear um pedido da Groenlândia de elevar sua cota para este ano, diante das reclamações de que carne de baleia está sendo vendida comercialmente em supermercados da Groenlândia. (Fonte: Estadão Online)
http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=39076

Comissário brasileiro faz avaliação positiva de conferência sobre baleias

A 60ª reunião da Comissão Baleeira Internacional (CBI) terminou na sexta-feira (27) em Santiago com o mandato de modernizar o organismo, criado há mais de 60 anos e com a difícil tarefa de conciliar, através de um grupo de trabalho, as posições entre caçadores e defensores dos cetáceos.

O comissário brasileiro, Bernardo Veloso, fez um balanço favorável dos resultados.

"A avaliação é positiva, conseguimos estabelecer um marco inicial para uma discussão sobre o futuro da CBI, a parte difícil será buscar a convergência mínima entre pontos de vista tão diferentes", disse aos jornalistas.

Veloso destacou que a caça "científica" do Japão será um dos pontos mais importantes que se debaterão no recém-criado grupo de trabalho, que tem um ano de prazo para emitir os resultados.

Na instância também se debaterão outros temas importantes, como o uso não letal das baleias (turismo), avistamentos e a criação de santuários para estes mamíferos marítimos, os quais, assegurou Veloso, não permitirão que se retirem da mesa de negociações.

O brasileiro, da mesma forma que o comissário da Nicarágua e o do Chile, descartou as apreensões ecologistas quanto a que o Japão ganhou nesta reunião, pois continuará caçando baleias.

"Não é uma avaliação correta, acho que ganhamos todos como membros da comissão. O importante é o compromisso político e a disposição que temos quanto a estabelecer um diálogo e buscar consensos", ressaltou.

A reunião, que começou na segunda-feira e à qual assistiram 500 delegados de 81 países, criou fortes expectativas entre os países conservacionistas que esperam que o organismo altere o funcionamento do órgão, que transformou a instância em uma tribuna de polêmicas.

A formação do grupo de trabalho, integrado por 24 países, entre eles o Brasil, foi destacada como uma das conquistas desta reunião pelos membros da comissão, embora alguns ecologistas tenham se declarado pessimistas.

Os ambientalistas criticaram o acordo do plenário de não votar as resoluções e de agir por consenso para evitar choques.

Eles afirmaram que isso impediu que se abordasse o fim da caça "científica" de cetáceos por parte do Japão, e também a criação de um santuário baleeiro no Atlântico Sul.

Além da caça "científica", também está permitida a caça aborígine de subsistência praticada por comunidades da Groenlândia, Rússia e do Alasca.

Segundo os ambientalistas, na reunião "perderam as baleias" e ganharam os países pró-caça, como Japão, Islândia, Noruega e Groenlândia.

No entanto, as delegações das nações favoráveis à preservação se declararam otimistas. (Fonte: Yahoo!)

http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=39090