Ocupado em registrar as conseqüências da cheia do Rio Jacuí sobre moradores da Ilha Grande dos Marinheiros, o fotógrafo Wesley Santos acabou flagrando um crime. Dois carroceiros espancaram um cavalo até que ele caísse, inerte. Um terceiro, o condutor, tentava fazer com que o animal se movesse, à força.
A cena aconteceu por volta das 15h30min de quarta na Vilinha, uma das três existentes na ilha, em Porto Alegre, no lado da pista da BR-290, que vai da Capital ao Interior.
Quem assistiu à cena pensou que o cavalo tivesse morrido depois da agressão, mas moradores afirmam que, logo em seguida, ele se levantou e voltou a conduzir a charrete à qual estava atrelado.
— Ele comeu demais e não queria trabalhar — conta um homem que presenciou a agressão.
O trio que estava na charrete trabalha com recolhimento de papel, que é trazido das áreas centrais de Porto Alegre para a Ilha dos Marinheiros, onde é reciclado.
Zero Hora tentou localizar os jovens, na quarta à tarde, mas eles tinham retornado ao centro da Capital para buscar matéria-prima. Conforme moradores da região, eles residem há pouco tempo na ilha.
Conforme o Artigo 32 da Lei de Crimes Ambientais, em vigor desde 1998, causar maus-tratos a animais é crime. A pena prevista é de detenção de três meses a um ano, e multa, para quem praticar ato de abuso.
Zero Hora preserva a identidade dos carroceiros porque pode tratar-se de jovens protegidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente
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