segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Polícia descobre feira clandestina de animais silvestres em mata fechada

Imagem: Edilson Segundo/DP/D.A Press

Sete pássaros, um tamanduá e um bicho preguiça foram encontrados, ontem, em uma feira clandestina de animais silvestres no município do Paulista, na Região Metropolitana do Recife. O comércio ilegal funcionava dentro da Mata Santista, às margens da PE-22 e com saída também para a BR-101.

Durante uma fiscalização de rotina, os policiais da Companhia Independente de Policiamento do Meio Ambiente, Cipoma, perceberam que haviam gaiolas penduradas nas árvores. “Quando a gente chegou os criminosos fugiram deixando para trás os animais”, contou o Major Paulo Vidigal. Foram apreendidos um tamanduá colete, um bicho preguiça e sete aves raras. Entre elas o pássaro pintor, que está no último grau de extinção no Brasil. De acordo com o major, esse pássaro poderia ser vendido no mercado negro por até dois mil reais.

O Cipoma destacou ainda que o tamanduá e o bicho preguiça foram resgatados em residências próximas ao local. “As pessoas ligaram para o Cipoma e pediram para ir buscá-los”, disse o major Paulo. “Isso mostra que a população está tomando consciência de que a criação doméstica também é ilegal”, completou.

Durante a fiscalização, uma pessoa foi detida. O comerciante José Barbosa da Silva, 47 anos, foi encaminhado à delegacia do Paulista, porque estava com um pássaro galo-de-campina. “Ele foi autuado porque se recusou a entregar o animal”, disse o major. “O acusado disse ainda que conseguiu o bicho depois que trocou um freezer pelo galo-de-campina”, explicou. De acordo com o Cipoma, José Barbosa da Silva já foi liberado. A pena para quem pratica o comércio ilegal de animal silvestre varia de seis meses a um ano de prisão, além de multa de R$ 500 por animal apreendido. Em caso de rescidência, a pena aumenta.

Os animais foram encaminhados para o Ibama. “Aqui eles serão avaliados, vão passar por exames médicos, pois muitos chegam debilitados, e depois serão devolvidos à natureza. Aqueles que não se adaptarem ao habitat natural, porque foram criados em cativeiro, podem ser entregues ao zoológico”, explicou a analista ambiental Lisânia Pedrosa.

Operação – De acordo com o Cipoma, só este ano foram apreendidos 815 pássaros. A maior operação aconteceu no mês de agosto no Campo do Café, na Linha do Tiro, em Beberibe, onde foram encontrados 350 aves. “Esse animal é o mais visado porque é de fácil comercialização e fácil de transportar”, contou o major Paulo Vidigal.

Ainda segundo o major, a população pode fazer denúncias através do telefone (81) 3181-1700. As informações são mantidas em sigilo. “As pessoas que têm animal em casa e quer de desfazer do bicho, pode entregar voluntariamente ao Cipoma e não responderá a nenhum crime”, contou.

Por Edilson Segundo, do DIARIODEPERNAMBUCO.COM.BR

http://www.pernambuco.com/ultimas/nota.asp?materia=20081010113831&assunto=70&onde=VidaUrbana

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