Um grupo de cientistas alemães, apoiados por uma ampla rede de zoólogos europeus, criou um banco de dados para congelar e armazenar a herança genética dos animais, destinado a garantir a biodiversidade quando muitas espécies se encontram em risco de extinção.
Batizado de Cryo Brehm - Banco de células de animais selvagens Alfred Brehm, o depósito de herança genética zoológica terá sua sede em Lübeck e é comparável ao bunker gelado na ilha norueguesa de Spitsbergen no qual botânicos começaram a guardar as sementes de todas as plantas de cultivo do mundo.
O Cryo Brehm, que leva o nome do zoólogo alemão Alfred Brehm (1829-1884), começará a funcionar em 1º de junho e foi fundado por cientistas do Instituto Fraunhofer de Biotecnologia Marina (EMB) de Lübeck e pelo Instituto Fraunhofer de Técnica Biomédica (IBMT) de Sankt Ingbert.
O ministro de Pesquisa e Ciência de Schleswig-Holstein, Dietrich Austermann, ressaltou hoje durante a apresentação do projeto em Kiel, ao norte da Alemanha, que o novo banco de genes é um marco para a conservação da diversidade biológica.
O político democrata-cristão lembrou que, segundo especialistas, um em cada quatro mamíferos, uma em cada oito aves e mais de dois terços de todas as plantas correm risco de extinção.
O diretor do projeto, o professor Charli Kruse, ressaltou que o material genético congelado a temperaturas muito baixas, se conserva durante séculos e será uma valiosa reserva para gerações futuras.
Austerman explicou que o projeto Cryo Brehm tem de especial a tecnologia aplicada, já que os cientistas de Lübeck são capazes de isolar e preparar de diferentes tecidos culturas celulares limpas, estáveis e com uma grande capacidade reprodutiva para seu armazenamento na moderna "biblioteca".
Ele acrescentou que para isso não é necessário matar qualquer animal nem submetê-lo a cirurgias e que, geralmente, os dados genéticos são obtidos através de células-tronco.
O professor Kruse ressaltou que o Cryo Brehm não quer ser um substituto da defesa do meio ambiente nem da conservação dos biótipos e destacou que bancos genéticos como o que dirige já são recursos biológicos para o futuro.
"São tão importantes para nossos descendentes como para nossa era são as jazidas de carvão, os campos petrolíferos ou as minas de metais", disse o cientista alemão.
EFE
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