segunda-feira, 12 de maio de 2008

Gafanhotos formam enxames para não serem devorados

Cientistas dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e Austrália dizem ter descoberto o que levaria gafanhotos a formarem os imensos enxames que destróem lavouras em alguns dos países mais pobres do mundo. Segundo os especialistas, os insetos se reúnem e saem voando em grandes grupos por temerem ser devorados por outros gafanhotos do grupo. O estudo foi publicado na edição online da revista científica Current Biology.


Gafanhotos são tidos como herbívoros, mas o grupo de cientistas, liderados por Iain Couzin, da Universidade de Princeton, em Nova Jersey, observou que às vezes estes insetos apresentam comportamento canibal.

Se há escassez de alimento, jovens gafanhotos ainda incapazes de voar começam a comer uns aos outros.

De acordo com a teoria, esse comportamento gera pânico no grupo, levando outros gafanhotos a sair marchando para longe dos "canibais" famintos, que seguem atrás. Os enxames teriam início, portanto, a partir de grandes grupos de gafanhotos em marcha no solo.

Segundo os pesquisadores, os insetos marcham dezenas de quilômetros. Uma vez iniciado, este movimento tende a se manter, até o momento em que, tendo atingido a maturidade, os gafanhotos alçam vôo.

Enxame
Os pesquisadores elaboraram esta teoria após estudar gafanhotos jovens. Eles usaram um sistema computadorizado de análise de movimento para acompanhar os insetos em marcha em uma área cercada.

Um enxame de gafanhotos pode conter bilhões de insetos e consumir milhares de toneladas de vegetação em um único dia. O enxame, que soa como chuva, escurece o céu do deserto e desce sobre as lavouras, deixando a terra nua e destruindo toda a vegetação em seu caminho.

O fenômeno ameaça seriamente os suprimentos de alimentos em países afetados. Os pesquisadores dizem esperar que o estudo contribua para a compreensão de quando, onde e por que esses bandos de jovens insetos se formam.

Segundo eles, isso seria crucial para o controle de populações de gafanhotos e a prevenção de desastres ambientais.

BBC Brasil


http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI2881963-EI8145,00.html



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