Na semana passada, ele (rei nepalês) ainda visitou um templo e
assistiu ao sacrifício de cinco animais, o que provocou protestos de
organização nepalesa de proteção aos animais. A monarquia nepalesa é
conhecida por este costume antigo de oferendas de animais
sacrificados, realizadas, na maioria das vezes, em público.
Fim de 240 anos de monarquia no Nepa
assistiu ao sacrifício de cinco animais, o que provocou protestos de
organização nepalesa de proteção aos animais. A monarquia nepalesa é
conhecida por este costume antigo de oferendas de animais
sacrificados, realizadas, na maioria das vezes, em público.
Fim de 240 anos de monarquia no Nepa
lLucia de Vries*
30-05-2008
Milhares de pessoas se reuniram em Katmandu, capital do Nepal, para
festejar a partida do rei Gyanendra de seu palácio e o fim de uma
monarquia de mais de 240 anos, após a proclamação da república no país
asiático. O novo governante nepalês é o líder maoísta Prachanda, que
assume o cargo de primeiro-ministro.
O rei nepalês, uma figura até pouco tempo intocável, teve que deixar o
palácio e renunciar. Em 2001, durante a coroação de Gyanendra, grupos
na multidão que assistia à cerimônia gritaram "assassino". Mas sua
impopularidade ganhou força em 2004, quando conseguiu mais poder como
rei. Em 2006, após inúmeros protestos da população, ele teve que ceder
e voltar atrás, o que significou o início de seu fim como monarca.
O rei Gyanendra agora faz parte
do passado político do Nepal
Há meses que os rumores de sua saída correm pelas ruas estreitas de
Katmandu. Também foram feitas brincadeiras, tais como a sugestão do
jornal Nepali Times: "Porque não transformamos o palácio em museu, com
a figura de Gyanendra, atrás de sua mesa, feita de cera?". No entanto,
as provocações não alteraram a tranqüilidade do rei. Na semana
passada, ele ainda visitou um templo e assistiu ao sacrifício de cinco
animais, o que provocou protestos de organização nepalesa de proteção
aos animais. A monarquia nepalesa é conhecida por este costume antigo
de oferendas de animais sacrificados, realizadas, na maioria das
vezes, em público.
Alívio e festa
A maioria dos nepaleses está aliviada. Embora recentes pesquisas
apontassem que quase 50% dos habitantes queriam manter a monarquia,
Gyanendra não era amado pelos seus súditos, e o seu filho, Paras, um
tipo "playboy", era odiado pela população. E no dia 28 de maio,
milhares de nepaleses maoístas se dirigiram à Katmandu para festejar a
proclamação da república.
A dinastia Shah, em seus 240 anos de existência, não foi um exemplo de
monarquia que evitava atos de violência. Em 2001, aconteceu uma
tragédia entre os muros do palácio. O adorado rei Birendra e vários
membros de sua família foram assassinados. Segundo a versão oficial,
eles teriam sido mortos, com uma metralhadora, pelo príncipe herdeiro,
Dipendra, que logo depois também se matou. O irmão do rei, Gyanendra,
e sua família, foram os únicos sobreviventes deste banho de sangue.
Logo depois, o povo tirou sua própria conclusão: a matança teria sido
organizada por Gyanendra, já que, na mesma semana, tornou-se rei do
Nepal.
Em 2004, a Federação Mundial Hindu corou o rei Gyanendra como o "o
único rei hindu do mundo". Durante a cerimônia, o presidente Ashok
Singhal disse que "o papel dos 900 milhões de hindus em todo o mundo é
oferecer a proteção ao rei hindu. Deus o criou para proteger a nossa
religião". No mesmo ano, Gyanendra pegou todo o poder para si,
destituindo o parlamento e outros membros do governo. Em princípio, o
ato foi bem recebido pelo povo, que pensava que, desta maneira, se
colocaria um fim ao longo conflito entre o governo e os rebeldes
maoistas. Mas logo o rei nepalês perdeu por completo sua credibilidade
junto à população.
Meio século de luta
Durante a assembléia de 601 membros nepaleses, a república foi
declarada. "Este é um dia histórico para a nação. Os nepaleses lutaram
50 anos para o fim da monarquia", disse Prachanda, recém-eleito para
conduzir a política do país. A partir de agora, comenta o líder
maoísta, Gyanendra será um cidadão comum e pagará todos os impostos,
além de perder parte de sua fortuna com o pagamento de vários impostos
sonegados.
Em diversos sites pela internet, iniciou-se uma discussão sobre a
mudança política no Nepal, com opiniões diversas, entre críticas e
defesas ao rei. Trata-se de um debate que mostra o contraste entre o
velho e o novo Nepal - tema dos maoístas numa das eleições passadas.
Apesar de a monarquia ainda ser respeitada pelos hindus
tradicionalistas, o líder maoísta Prachanda também é muito querido
pelo povo nepalês, que o apoiou em massa nas eleições de abril
passado.
E sua gestão dará espaço para as mulheres, que participarão com 33%
dos membros do governo "Novo Nepal". Além disso, especialistas
garantem que todas as religiões, castas e etnias estarão representadas
nesta primeira administração histórica da República Nepalesa.
*Tradução: Luís Henrique de Freitas Pádua
fonte: http://www.parceria.nl/atualidade/Asia/20080530as_monarquianepal30-05-2008
Milhares de pessoas se reuniram em Katmandu, capital do Nepal, para
festejar a partida do rei Gyanendra de seu palácio e o fim de uma
monarquia de mais de 240 anos, após a proclamação da república no país
asiático. O novo governante nepalês é o líder maoísta Prachanda, que
assume o cargo de primeiro-ministro.
O rei nepalês, uma figura até pouco tempo intocável, teve que deixar o
palácio e renunciar. Em 2001, durante a coroação de Gyanendra, grupos
na multidão que assistia à cerimônia gritaram "assassino". Mas sua
impopularidade ganhou força em 2004, quando conseguiu mais poder como
rei. Em 2006, após inúmeros protestos da população, ele teve que ceder
e voltar atrás, o que significou o início de seu fim como monarca.
O rei Gyanendra agora faz parte
do passado político do Nepal
Há meses que os rumores de sua saída correm pelas ruas estreitas de
Katmandu. Também foram feitas brincadeiras, tais como a sugestão do
jornal Nepali Times: "Porque não transformamos o palácio em museu, com
a figura de Gyanendra, atrás de sua mesa, feita de cera?". No entanto,
as provocações não alteraram a tranqüilidade do rei. Na semana
passada, ele ainda visitou um templo e assistiu ao sacrifício de cinco
animais, o que provocou protestos de organização nepalesa de proteção
aos animais. A monarquia nepalesa é conhecida por este costume antigo
de oferendas de animais sacrificados, realizadas, na maioria das
vezes, em público.
Alívio e festa
A maioria dos nepaleses está aliviada. Embora recentes pesquisas
apontassem que quase 50% dos habitantes queriam manter a monarquia,
Gyanendra não era amado pelos seus súditos, e o seu filho, Paras, um
tipo "playboy", era odiado pela população. E no dia 28 de maio,
milhares de nepaleses maoístas se dirigiram à Katmandu para festejar a
proclamação da república.
A dinastia Shah, em seus 240 anos de existência, não foi um exemplo de
monarquia que evitava atos de violência. Em 2001, aconteceu uma
tragédia entre os muros do palácio. O adorado rei Birendra e vários
membros de sua família foram assassinados. Segundo a versão oficial,
eles teriam sido mortos, com uma metralhadora, pelo príncipe herdeiro,
Dipendra, que logo depois também se matou. O irmão do rei, Gyanendra,
e sua família, foram os únicos sobreviventes deste banho de sangue.
Logo depois, o povo tirou sua própria conclusão: a matança teria sido
organizada por Gyanendra, já que, na mesma semana, tornou-se rei do
Nepal.
Em 2004, a Federação Mundial Hindu corou o rei Gyanendra como o "o
único rei hindu do mundo". Durante a cerimônia, o presidente Ashok
Singhal disse que "o papel dos 900 milhões de hindus em todo o mundo é
oferecer a proteção ao rei hindu. Deus o criou para proteger a nossa
religião". No mesmo ano, Gyanendra pegou todo o poder para si,
destituindo o parlamento e outros membros do governo. Em princípio, o
ato foi bem recebido pelo povo, que pensava que, desta maneira, se
colocaria um fim ao longo conflito entre o governo e os rebeldes
maoistas. Mas logo o rei nepalês perdeu por completo sua credibilidade
junto à população.
Meio século de luta
Durante a assembléia de 601 membros nepaleses, a república foi
declarada. "Este é um dia histórico para a nação. Os nepaleses lutaram
50 anos para o fim da monarquia", disse Prachanda, recém-eleito para
conduzir a política do país. A partir de agora, comenta o líder
maoísta, Gyanendra será um cidadão comum e pagará todos os impostos,
além de perder parte de sua fortuna com o pagamento de vários impostos
sonegados.
Em diversos sites pela internet, iniciou-se uma discussão sobre a
mudança política no Nepal, com opiniões diversas, entre críticas e
defesas ao rei. Trata-se de um debate que mostra o contraste entre o
velho e o novo Nepal - tema dos maoístas numa das eleições passadas.
Apesar de a monarquia ainda ser respeitada pelos hindus
tradicionalistas, o líder maoísta Prachanda também é muito querido
pelo povo nepalês, que o apoiou em massa nas eleições de abril
passado.
E sua gestão dará espaço para as mulheres, que participarão com 33%
dos membros do governo "Novo Nepal". Além disso, especialistas
garantem que todas as religiões, castas e etnias estarão representadas
nesta primeira administração histórica da República Nepalesa.
*Tradução: Luís Henrique de Freitas Pádua
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