segunda-feira, 2 de junho de 2008

Banco alemão Deutsche Bank financia a destruição do meio ambiente no Brasil

Por Norbert Suchanek*

Entre 44 bancos europeus, o Deutsche Bank é o que está mais envolvido no financiamento do business dos agrocombustíveis.

Rio de Janeiro, RJ - Com produtos e serviços, como créditos, o Deutsche Bank financia especialmente as grandes empresas internacionais e nacionais no Brasil, como ADM, Bunge, Cargill e Cosan que produzem etanol e biodiesel, de acordo com o relato da ONG Amigos da Terra (Friends of the Earth Europe - FoEE). O relato mostra que entre 44 bancos europeus, o Deutsche Bank é o que está mais envolvido no financiamento do business dos agrocombustíveis.

O aumento das monoculturas como cana, soja e dendê é uma ameaça muito grande contra o meio ambiente e a humanidade. Roberto Malvezzi, Assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT) alarmou, em 2007: “O Brasil tem seis grandes biomas – Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica e Pampa -, um deles já devastado pela cana, isto é, a Mata Atlântica. Hoje a cana tomou conta de São Paulo, avança sobre o Cerrado, Pantanal e, de forma perversa e irrigada, sobre as melhores manchas de solo da caatinga.”

Só a multinacional ADM, que financia o mercado de soja, produz no Brasil atualmente mais de 200 mil litros de biodiesel, geralmente feito pela soja. O Deutsche Bank também deu grandes créditos em milhões de euros à multinacional Bunge, que quer mais do que dobrar a sua produção de etanol no Brasil. A multinacional Cargill, que investe sem escrúpulo na produção de soja-biodiesel e etanol de cana-de-açúcar, está recebendo apoio deste banco alemão.

Mas nem só no Brasil. Também as florestas, povos indígenas, ribeirinhos e pequenos agricultores nos países vizinhos Argentina, Paraguai e Bolívia sofrem por causa da cobiça do ADM, Bunge e Cargill - o ABC da destruição das florestas.

O ONG alemã Rettet den Regenwald (Salve a Selva) lançou agora, no Brasil e na Alemanha, uma carta de protesto contra este banco Deutsche Bank (http://www.salveaselva.org). "Investimentos em grandes empresas e projetos de cana-de-açúcar, soja e dendê são desumanos e contra o meio ambiente", critica a ONG e exige do banco alemão: "Pare com os financiamentos e com os estímulos às empresas e projetos agrocombustíveis. Tire todos os investimentos de etanol e biodiesel da América do Sul. Não faça o Banco e os seus clientes cúmplices do desmatamento e da destruição da vida de milhares de famílias no Brasil".

Desde o lançamento desta carta, no dia 29 de maio de 2008, já 5.524 alemães assinaram. A ONG pediu aos cidadãos do Brasil para assinar também esta carta no website: http://www.salveaselva.org ou http://www.regenwald.org.

"Por favor, participe desta ação de protesto", escreve Rettet den Regenwald. "Não deixe que grandes empresas e bancos destruam a sua terra e roubem a sua riqueza. Envie uma carta pessoal ao presidente do Deutschen Bank, Dr. Josef Ackermann."


* Norbert Suchanek é jornalista e correspondente Brasil-Alemanha no Rio de Janeiro. norbert.suchanek@online.de


Nota da Redação: A presente matéria foi escrita por um correspondente alemão no Brasil e mostra como o tema biocombustíveis têm sido tratados na europa e, especialmente, na Alemanha.

(Envolverde/Ecoagência)

http://envolverde.ig.com.br/?edt=4&PHPSESSID=20733d0f26d94fc25d43d29a00c06d6b

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