Associação ANIMAL diz que não foi cumprida providência cautelar, que tentava cancelar o evento realizado no Algarve
Em Portugal há as touradas, mas agora começam a surgir os rodeios brasileiros, onde homens desafiam bois e cavalos enquanto estes estrebucham, tentando libertar-se do ocupante indesejado do seu dorso. No último sábado realizou-se uma destas festas, na freguesia de Estói, no Algarve e a associação ANIMAL não gostou. Apesar de ter interposto uma providência cautelar para anular o evento, a verdade é que este acabou mesmo por realizar-se.A ANIMAL queixa-se, dizendo que a GNR não fez nada para evitar o espectáculo, mas a própria Guarda defende-se, assegurando que acompanhou de perto todas as incidências e até defendeu os animais de ofensas maiores.
Protestos contra rodeio no Porto
«A GNR de Faro assistiu ao Rodeio proibido pelo Tribunal de Faro sem o impedir, apesar de ter sido notificada pelo Tribunal para o fazer, tendo permitido que a Junta de Freguesia de Estói e restantes entidades promotoras do Rodeio cometessem crime de desobediência e realizassem o evento», escreveu a associação de defesa dos animais em comunicado.
Por este facto, a «ANIMAL vai avançar de imediato com procedimentos judiciais para responsabilizar todas as partes envolvidas neste escândalo pelos acontecimentos ilícitos ocorridos na noite de Sábado em Estói», dado que entende que «a GNR de Faro decidiu não fazer cumprir a providência cautelar decretada pelo Tribunal de Faro no dia anterior ¿ e da qual foi notificada, desde logo para a fazer cumprir».
«A GNR permitiu que a Junta de Freguesia de Estói, o Grupo Amigos do Cavalo de Estói e a Megalqueva / Associação Portuguesa de Rodeo realizassem o Rodeio proibido, cometendo um crime de desobediência qualificada, uma vez que tinham sido notificadas pelo Tribunal de Faro da decisão tomada pelo juiz Joaquim Cruz na passada 6.ª feira, que determinou a estas entidades que se abstivessem de realizar o Rodeio que vieram, afinal, a realizar», frisa a associação.
«A actuação da GNR em todo este episódio mancha para sempre a reputação desta força policial, cujo bom nome foi posto em causa pela intervenção da GNR de Faro neste caso», referiu, entretanto, o presidente da ANIMAL.
GNR e veterinários acompanharam
O entendimento da Guarda Nacional Republicana, porém, é ligeiramente diferente. «Sabíamos da existência da providência cautelar e por isso estivemos no local para notificarmos as entidades organizadoras do evento. Mas, mais do que simplesmente cumprir notificações, procurámos contactar a organização para encontrarmos uma solução tendo em vista a defesa dos animais», assegurou ao PortugalDiário o capitão Manuel Jorge, relações públicas da Brigada Territorial n.º3.
Neste sentido, foi assegurado que não seriam utilizadas esporas ou amarras, mas simplesmente uma corda para controlar os animais. Para além disso, «estiveram no local veterinários municipais, para atestarem que não havia violência gratuita para com os animais».
O entendimento da providência cautelar é, de facto, diferente, mas a fonte da GNR diz que o procedimento adoptado no último sábado surgiu após devida consulta junto do Ministério Público. «Houve consenso em relação à necessidade de evitar consequências gravosas. Limitarmo-nos a autoar não seria suficiente. A GNR acautelou todas as situações e isso mesmo foi relatado ao Tribunal de Faro. A integridade dos animais foi assegurada», referiu o capitão.
Com todas as limitações, e apesar da «inteira colaboração da organização», o espectáculo acabou por não fazer jus ao seu nome de rodeio brasileiro. «Foi uma espécie de rodeio».
Resta saber se este vai ser o comportamento das autoridades quando se realizar o 1º Rodeio no Porto, que está agendado para 18 a 21 deste mês na designada Arena Super Bock, no Queimódromo, no Parque da Cidade. O evento tem o apoio da Câmara do Porto e do Consulado Geral do Brasil.http://diario.iol.pt/sociedade/gnr-animal-rodeio-estoi-porto/988943-4071.html
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