Os pingüins deixam o habitat natural em busca de comida.
A visita inesperada de pingüins mudou a rotina de pesquisadores e estudantes em Aracaju. Para dar o devido tratamento aos animais até um local foi aprontado para eles. Um tratamento vip que atraiu também animais de estados vizinhos.
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Os pingüins deixam o habitat natural em busca de comida. Saem de diversos pontos da Patagônia e da Terra do Fogo, no extremo sul do continente americano, e normalmente vão até o Rio de Janeiro.
Mas, desta vez, as correntes marítimas acabaram prolongando a viagem para a Bahia, Sergipe, Pernambuco, Paraíba e até Rio Grande do Norte. Mais de 13 mil quilômetros. Os visitantes chegam exaustos.
“Algumas eram encontradas mortas, outras bem debilitadas, mas nosso trabalho é reabilitar essas aves para atingir o peso de soltura”, explica o veterinário Ernesto Foppel.
Os pingüins são da espécie magalhães. Segundo especialistas, a migração ocorre por causa de mudanças da circulação atmosférica, que têm deixado as correntes oceânicas mais frias.
“É uma resposta do oceano ao clima atmosférico. Aí nós temos essas espécies de habitat diferentes chegando até as regiões tropicais”, diz o meteorologista Overland Amaral.
Centro de recuperação
Uma estrutura foi montada para atender os animais que também chegam de estados vizinhos. Há ocorrências até no Rio Grande do Norte. Uma área desativada do Ibama virou centro de recuperação de pingüins. No local, os animais têm piscina com água que vem direto do rio, tanques onde ficam parte do dia, e, principalmente, atenção e mimos.
"São animais que estão estressados e para reverter esse grau de estresse deve haver um grau de afetividade”, diz o médico veterinário Marcos Túlio Rodrigues.
Até agora, chegaram 42 pingüins, metade veio dos estados de Alagoas e da Paraíba, e para dar conta desses visitantes acidentais foi preciso a ajuda de voluntários. Estudantes dos cursos de medicina veterinária e biologia que estão aproveitando ao máximo essa oportunidade de aprendizado na prática.
“Cada um tem um certo tipo de comportamento e de sociabilidade. A gente está aprendendo cada vez mais a respeito da biologia da espécie”, fala o estudante de biologia Alésio Barros.
Não falta serviço para os voluntários. Ninguém quer perder a oportunidade, há até uma lista de espera.
"O aparecimento dessas aves para os amantes da biologia foi sensacional", afirma o estudante de biologia Douglas Silva.
Os animais todos os dias são pesados e examinados. Com o tratamento e a alimentação adequados muitos já estão com o peso normal, que é de 4,5 kg e, em pouco tempo, farão a viagem de volta.
"Eu estou imaginando o dia em que eles forem embora, vai bater aquela saudade”, diz o estudante Douglas Silva.
http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL757200-5598,00.html
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