terça-feira, 16 de setembro de 2008

Venda de filhotes gera protesto - RS

Integrantes do Grupo de Abolição ao Especismo (GAE) realizaram na tarde do último domingo, 14, um protesto em frente ao Shopping Figueiras contra a venda de animais. No local, aconteceu uma feira de filhotes durante três dias.
De acordo com a componente do GAE, Márcia Chaplin, o protesto teve como objetivo conscientizar a comunidade de que a venda de animais não é correta. "Cada vez que uma pessoa compra um animal, deixa de contribuir e adotar um de rua, que não custa nada", explica. Além disso, segundo o integrante do GAE João Centurion Junior, durante a feira de filhotes, alguns visitantes ganhavam um peixinho e na compra de um ingresso concorriam ao sorteio de um cachorrinho. "Muitas pessoas deixaram os peixes no lixo. Outros entraram no local apenas para visitar, mas não querem ter um animal. Esse sorteio estimula o abandono desses animais", salienta.
Além disso, o grupo afirmou que a Prefeitura Municipal somente concede alvará para a realização de uma feira de filhotes se houver uma médica veterinária responsável. Segundo Márcia, havia uma veterinária, porém no momento que foi procurada pelo grupo, os responsáveis pela feira informavam que essa não se encontrava no local.


Animais doentes


Essa é a terceira vez que a Feira de Filhotes é realizada no Município este ano. Nas duas primeiras, grande parte dos animais vendidos teve doenças e outra acabou morrendo.
A estudante de Direito de 26 anos, Marusia Pires, pagou R$ 400 por uma cachorrinha labradora, na feira realizada de 13 a 15 de junho. Ela conta que uma semana depois o animal começou a apresentar uma forte tosse. "Levei ao veterinário e ele constatou que a cachorrinha estava com cinomose. Lutamos contra a doença durante um mês, mas não conseguimos salvá-la", diz. Indignada, Marusia procurou os responsáveis pela feira no último fim de semana. Segundo ela, uma funcionária lhe passou um telefone para que possa entrar em contato para reaver seu dinheiro. "Não me importo tanto pelo dinheiro, porque isso não vai trazer a cachorrinha de volta, mas entre os vários veterinários que conversei, todos me disseram que o local pode estar contaminado", afirma.
A médica veterinária, Kathlen Corrêa, afirma que atendeu cerca de 20 animais comprados nas duas primeiras feiras com doenças como verminoses, desnutrição, cinomose, pneumonia e infecção urinária. A veterinária conta ainda que recebeu pessoas que disseram ter sido recomendadas por profissionais da feira a não procurar orientação pediátrica para os filhotes na cidade. "Acredito que o maior problema é a qualidade dos criadores desses animais", garante.
Kathlen recomendou ainda que pessoas que tenham comprado animais na Feira de Filhotes no último fim de semana procurem o quanto antes um veterinário para orientação sobre os filhotes. A reportagem do Jornal Agora procurou os responsáveis pela Feira de Filhotes no último domingo, 14, para esclarecimento das informações, no entanto, não foi atendida.
Melina Brum Cezar

http://www.jornalagora.com.br/site/?caderno=19&noticia=55613&pagina=3_61__

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