Los Angeles - Transformados em estrelas de cinema e em acessórios estilosos de famosos, os populares chihuahuas se tornaram vítimas de seu próprio sucesso e da crise financeira e são encontrados em número cada vez maior nos canis americanos.
Agora, estes pequenos e delicados animais de estimação chegam com mais freqüência aos centros de acolhimento de animais do sul da Califórnia, onde cerca de 700 chihuahuas esperam por um dono.
Um problema que é especialmente significativo no rico condado de Santa Bárbara, onde teve início esta semana uma campanha para atrair novos proprietários que queiram adotar os cães.
"Temos mais de 100 em nossos três centros e, desde que começou a semana, entregamos 12 chihuahuas, mas como continuam entrando, ainda há mais de uma centena deles nas instalações", explicou à Agência Efe a diretora do serviço de animais de Santa Bárbara, Jan E. Glick.
A demanda por estes cães disparou nos últimos anos, em grande parte devido a suas proporções (são os menores do mundo com cerca de 20 centímetros de altura e pouco mais de 2 quilos de peso), sua adaptabilidade e seu aspecto adorável.
Estas características fizeram deles o "melhor amigo" de pessoas com alto poder aquisitivo, o que levou estes animais, transformados em símbolo de status, a viajar em caras bolsas de celebridades e a aparecer nas páginas de revistas associadas ao luxo.
Artistas como Madonna, Brendan Fraser, Paula Abdul, Mickey Rourke, Britney Spears e, sobretudo ultimamente, Paris Hilton, foram flagrados com seus pequenos animais de estimação.
O sucesso desta raça de origem mexicana permitiu a realização do filme "Perdido para Cachorro" que, após sua estréia nos Estados Unidos, em 3 de outubro, se manteve como o filme de maior bilheteria do país por duas semanas, ficando à frente de produções como "Rede de Mentiras", protagonizada por Leonardo DiCaprio e Russell Crowe.
A crescente procura por esta espécie de cachorro, que poderia aumentar por efeito deste novo filme, combinada com o agravamento da situação econômica, terminaram, no entanto, por atingir estes atraentes cães.
"São muito populares na comunidade, mas agora as pessoas os estão abandonando. Até os recolhemos na rua. Achamos que a crise tem muito a ver com o que acontece. Há pessoas que perdem suas casas, mudam-se e não podem ficar com eles", afirmou Glick.
Entre julho e setembro, os bancos embargaram as casas de quase 80 mil californianos, 228% a mais que no mesmo trimestre de 2007, apesar de a hipoteca não ter sido o único fator que colocou os chihuahuas na rua.
O desencanto de alguns proprietários com o animal, que não atendeu às expectativas geradas pelos meios de comunicação, e o custo da ração e dos cuidados veterinários, surgiram como razões para o abandono desses cães.
"As pessoas os adquirem pensando que são essas adoráveis coisinhas que podem levar em seu bolso, mas não são um acessório. Estão vivos, respiram e requerem muito cuidado", explicou Anne Stockton, a diretora da organização Small Dog Rescue and Humane Society.
Tais circunstâncias atingiram até o cachorro protagonista do filme, chamado Papi, que foi resgatado de um canil pela equipe da produção.
"Não acho que seja ruim necessariamente que saiam em filmes. Pode acontecer de aumentar o número de expulsões pelo aumento da demanda devido à atração do que se vê no cinema, mas também pode ser que mais gente venha buscar chihuahuas nos centros de acolhimento de animais", declarou Glick.
Os chihuahuas não foram os primeiros a ser vítimas de seu sucesso. Algo similar aconteceu após a versão de "101 Dálmatas" em 1996, que gerou um interesse inusitado pela raça dálmata e, posteriormente, muitos deles foram parar nos canis.
A moda dos chihuahuas começou no início da década, por causa da estréia do filme "Legalmente Loira" (2001), no qual uma menina de Beverly Hills, interpretada por Reese Witherspoon, levava seu cachorro à Universidade de Harvard.
http://bichos.uol.com.br/ultnot/efe/ult2629u1165.jhtm
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