De acordo com o veterinário Plínio Aiub, durante toda a obra, 30 animais morreram, mas só três deles em decorrência direta das máquinas usadas para abrir a via.
- Foram dois lagartos e uma jararaca, que foram atropelados - conta o veterinário, afirmando que as outras mortes não têm ligação direta com a abertura da estrada.
- Tivemos, por exemplo, um veado que encontramos com mordidas de cachorro. Operamos, cuidamos, mas não conseguimos salvá-lo. Encontramos também uma fêmea de gambá já morta e, na bolsa dela, estavam nove filhotes bem novos, com cerca de uma semana. Esses a gente conseguiu salvar. Demos leite e cuidamos até que fossem soltos - afirma Aiub.
Segundo Aiub, ao contrário dos botânicos que trabalham na área e já encontraram dez plantas ameaçadas de extinção, não houve surpresas em relação aos animais encontrados no trecho. Eles já haviam sido mapeados durante o Plano de Impacto Ambiental. Mesmo assim, foram encontrados bichos que vivem em mata fechada e são difíceis de serem vistos.
- Encontramos cuícas de três listras e catitas, marsupiais que dificilmente são vistos, já que habitam matas fechadas - afirmou o veterinário, lembrando ainda que primatas como bugios e bichos-preguiça também foram achados.
- Como fizemos um trabalho de educação ambiental com os operários, é muito interessante perceber o retorno. Até mesmo as cobras, que em geral dão mais medo, eles já aprenderam a respeitar e gostam disso. Eles aprenderam a capturar e depois esperam nossa chegada para ver o que fazer - diz Aiub.
Quando encontram ninhos com ovos, a coisa é diferente.
- Houve casos em que a obra parou e esperamos os ovos eclodirem - afirma o veterinário, contando que isso já ocorreu 29 vezes nos últimos meses.
- Em geral são ninhos terrestres, de quero-quero ou anani - afirma.
Segundo ele, que é contratado pelas empresas responsáveis pela obra, o trabalho na área vai se estender por mais dois anos depois que o trecho do Rodoanel Sul estiver pronto.
- Neste primeiro momento, fazemos o resgate, depois vamos saber como os animais ficarão nas áreas e parques no entorno das vias - diz.
Entre os parques que ajudam nessa recuperação estão o Semasa, em Santo André, e o zoológico Estoril, em São Bernardo do Campo, ambos na Grande São Paulo, além do departamento de Fauna do Parque do Ibirapuera e do Parque Ecológico do Tietê.
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