quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A não castração em animais domésticos pode causar doenças

Descubra quais os benefícios que a castração trás ao seu bichinho de estimação.

A castração é recomendada para cães e gatos. Os veterinários explicam que a castração é indicada no fim do período de vacinação.

A Veterinária Marta explica que devido à grande quantidade de cios que a cadela tem durante a vida é importante que ela tenha filhotes pelo menos uma vez por ano, pois assim o índice de que ela contraia graves doenças no futuro, como câncer nas mamas, tumores, nódulos, e problemas no sistema reprodutivo, diminuem.

No caso dos machos a castração é importante, pois, eles têm como habito marcar território fazendo xixi em vários lugares da casa, a castração evita isso e diversos tipos de problemas na próstata.

No caso das fêmeas as doenças que podem ser evitadas com a castração são infecções uterinas, tumores de ovário e cistos. Já no caso dos machos os tumores de testículo, prostatite e tumores na próstata têm grandes chances de serem evitados com a castração.

A tendência é que os animais castrados engordem após a castração, pois, o metabolismo deles muda. É ai que os donos devem ter um cuidado redobrado com seu bichinho não deixando que ele se torne sedentário, pois, animais obesos tendem a ser mais lentos e cansados.

A castração é recomendada também para animais que são muito bravos e possessivos que não obedecem e às vezes agridem até o próprio dono.

Lembrando que a castração muda diversos hábitos do cão, mas, não seu instinto protetor, e o melhor de tudo é que protege seu animal de graves doenças mantendo-o por mais tempo com você.

Por: Hanna Zamboni - ABCD Net News


http://www.tvabcd.com.br/noticias/1806/a-nao-castracao-em-animais-domesticos-pode-causar-doencas

Animais explorados em fazendas consomem 80% dos antibióticos, nos Estados Unidos

Dados lançados pelo Center for a Livable Future, que trabalha para criar modelos sustentáveis de vida humana, revelam que 80 por cento dos antibióticos comercializados nos Estados Unidos são usados de forma não-terapêutica em animais explorados em fazendas.

Em 2009 a Union of Concerned Scientists (literalmente, União de Cientistas Preocupados) estimou que 25 milhões de quilos de antibióticos houvessem sido usados nos dois anos anteriores, ou 70 por cento de todos os antibióticos vendidos nos Estados Unidos.

Mas o número foi revisado pela CFL que concluiu que a cifra chega a 80 por cento. Uma medida que determina que a FDA, órgão governamental que controla comida e drogas naquele país, tornou pública na semana passada a quantidade de drogas antimicrobiais vendidas e distribuídas para uso em animais explorados como comida. O total para 2009 é 13.1 quilogramas.

Os antibióticos são rotineiramente dados a animais saudáveis em fazendas de forma não-terapêutica antes de eles ficarem doentes para compensar as condições imundas em que eles vivem e para promover crescimento. O problema é que com isso os animais que recebem pequenas doses de antibióticos regularmente são como bandejas de crescimento bacterial que podem resultar em variações de bactérias resistentes a antibióticos.

Como consequência, essas bactérias resistentes podem se espalhar para outros animais e para os humanos ao comer e manusear carne e produtos de leite, junto com frutas e vegetais, ou por serem expostos ao abastecimento de água que foi contaminada com esterco em forma de fertilizantes e escorrimentos.

A indústria de exploração de animais em fazendas está criando algo contra o qual a medicina não tem chance alguma e todos estamos suscetíveis a isso, comedores de carne ou não, em qualquer lugar do mundo em uma economia globalizada.

Fonte: diHITT

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

REPASSANDO E DIVULGANDO: Behind The Mask - Por trás da Máscara (A história das pessoas que arriscam tudo para salvar os animais)

Vejam o documentário Behind The Mask - Por trás da Máscara (A história das pessoas que arriscam tudo para salvar os animais)

www.vista-se.com.br/btm

Veterinária denuncia omissão de municípios no socorro à fauna em áreas de risco

A veterinária Andrea Lambert, da Comissão Especial de Defesa e Proteção Animal da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), denunciou hoje (23) a omissão dos governos municipais no socorro aos animais que se encontram em áreas de risco na serra fluminense, após as fortes chuvas que devastaram a região há 12 dias.

“Quando acontecem esses desastres naturais, não há nenhum envolvimento do Poder Público em relação ao resgate dos animais. Pelo contrário. Eles até se recusam a socorrer os animais, que ficam abandonados nas áreas de risco”, disse Andrea.

Essa atitude, afirmou a veterinária, fere as constituições federal e estadual. “Ele (o governo municipal) é omisso até em nível constitucional. Está na Constituição proteger a fauna. É dever dele”. Segundo Andrea, o único apoio foi recebido do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), vinculado à Secretaria do Ambiente do Estado do Rio.

A Comissão Especial da Alerj entrou em contato com organizações não governamentais (ONGs) protetoras de animais e está apoiando o trabalho de resgate. “Tudo sem nenhum apoio da prefeitura, como geralmente acontece”, enfatizou Andrea. Os cães e gatos, entre outros animais abandonados, estão sendo encaminhados pelas ONGs para abrigos montados em galpões e centros integrados de Educação Pública (CIEPs), onde recebem doações de pessoas sensíveis à causa.

Andréa Lambert informou que no Vale do Cuiabá, distrito de Itaipava, na cidade de Petrópolis, a comissão da Alerj esteve vistoriando a situação dos haras, por solicitação do Inea. Constatou que os próprios proprietários se encarregaram de enviar veterinários à região para atender os cavalos feridos e providenciar os cuidados necessários.

Segundo ela, no restante das áreas de risco, “continua a omissão” por parte das administrações municipais. A comissão da Alerj vai realizar novas visitas à região serrana para avaliar as condições de socorro aos animais, sempre que for solicitada.

Andrea observou que a comissão não tem função executiva, mas somente fiscalizadora. “A gente está tentando melhorar as condições dos protetores para que eles façam um dever que nem é deles. É do governo, da prefeitura”.

Hoje (23), foram realizadas no Rio feiras para adoção de animais resgatados das chuvas na região serrana. No Parcão da Lagoa, zona sul da cidade, somente de manhã foram distribuídas cerca de 300 senhas para a adoção de 40 animais. O organizador da feira, Marco Antonio Totó, anunciou que a partir de 5 de fevereiro as feiras serão realizadas em todos os bairros das zonas sul e oeste cariocas, com o objetivo de reduzir a superlotação de animais nos abrigos dos municípios afetados pela tragédia.

Autor: Agência Brasil
Data: 23/01/2011


http://www.jornaltribunalivre.com/noticias/index.php?id=1295803839

Mais de 360 animais estão à espera de um lar em Maringá-Pr

Maringá tem ao menos 365 animais para adoção, a maioria cães, acolhidos em organizações não governamentais e no Centro de Controle de Zoonoses (CCZ). Só as três ONGs da cidade têm 335 bichos à espera de um lar.

No CCZ há 30 cães – 11 adultos e 19 filhotes. Antes de serem doados, os animais são castrados. A Associação de Proteção aos Animais de Rua (Aparu) consegue doar até cinco cães por mês.

A ONG Anjos dos Animais promove feiras de adoção aos sábados e já chegou a doar 100 animais em 30 dias. A Sociedade Protetora dos Animais (Spam) abriga 110 animais, a maioria cachorros. Quem adota um cão junto à Spam, que tem parceria com a Pedigree, recebe um kit com ração, patês, prato e bolinha.

O CCZ informa que consegue um dono para 70% dos animais abrigados na entidade. Os demais são eutanasiados, mesmo saudáveis. "Nosso espaço é pequeno e quando precisamos abrir vagas para receber mais cães, os mais antigos, infelizmente, são eutanasiados", lamenta o oficial de controle animal, Alexandre Aparecido Pinto.

Serviço

Quem quiser adotar um dos animais do CCZ pode entrar em contato pelos telefones 3901-2204 ou 3901-1176, de segunda a sexta-feira, das 18 às 17 horas. O único requisito para a adoção é apresentar o CPF e o RG.

http://maringa.odiario.com/maringa/noticia/386140/mais-de-360-animais-estao-a-espera-de-um-lar-em-maringa.html


Animais de estimação que sobreviveram à tragédia são adotadas no Rio

Rio de Janeiro, 23 jan (EFE).- Uma centena de cachorros e gatos que sobreviveram à tragédia ocasionada pelas fortes chuvas na região serrana do Rio de Janeiro, onde morreram 809 pessoas, foi adotada.

Os 60 cachorros e 40 gatos resgatados pelas equipes de socorro nas seis cidades afetadas pelo temporal foram entregues entre sábado e domingo a famílias que compareceram a uma feira de adoção de animais de estimação realizada no Rio de Janeiro.

A feira, organizada por ONGs protetoras dos animais, também arrecadou remédios e alimentos para os bichos de estimação, muitos deles hospitalizados.

As entidades acompanharão o processo de adoção dos animais de estimação mediante um seguimento veterinário gratuito.

As autoridades calculam que pelo menos 500 animais de estimação morreram por causa das inundações e dos deslizamentos, e outros 300 estão com seus donos nos abrigos para os desamparados ou em clínicas veterinárias.

http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/efe/2011/01/23/animais-de-estimacao-que-sobreviveram-a-tragedia-sao-adotadas-no-rio.jhtm

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Reflexão - Carta ao Futuro - Laerte Levai

Carta ao Futuro:


Escrevo sem saber se esta mensagem será um dia lida por alguém ou mesmo se ela conseguirá vencer a barreira do tempo, porque o mundo do futuro – tão incerto quanto desconhecido - soa ainda inimaginável aos nossos olhos aflitos. O que terá sido feito da Terra e dos animais? Os seres mais fracos continuarão sendo, no futuro, sistematicamente explorados? Ainda haverá leis para regular a sociedade humana? E nossos mais fiéis companheiros de jornada, por onde andarão? Que memória ficará da época em que se subjugava a natureza para atender a interesses econômicos diversos?

Restará alguma lembrança das criaturas perseguidas, abatidas e extintas pela espécie que se autodenomina racional e inteligente? E o sangue nos matadouros, que tinge de rubro a nossa consciência, ainda escorrerá impune? Haverá girassóis nesse mundo longínquo? Seja como for, seja onde for, esperamos que nesses dias futuros o respeito impere em relação a todos as criaturas, que a ética não tenha fronteiras e que a educação seja algo tão natural e espontâneo que supere a força da lei.

Porque o nosso tempo, bem sabem os filósofos, é ainda um tempo de injustiças e de desigualdades, que separa dominantes e dominados, que estabelece quem manda e quem obedece, que decide quem vive e quem deve morrer. Basta olhar para as matas devastadas, para a miséria das ruas ou para a realidade dos campos sem fim, na qual animais são perseguidos e explorados até o limite de suas forças.

Basta ver o que se esconde sob o véu dos espetáculos públicos, nas fazendas, nas arenas, nas jaulas e nos picadeiros. Basta enxergar o drama dos animais submetidos às agruras da criação industrial, aos horrores dos matadouros e às terríveis experiências científicas, dentre outras situações em que se lhes impinge dor e sofrimento. Este é o nosso tempo, tão bem retratado pela sensibilidade poética de Sophia Breyner:

"Este é o tempo
da selva mais obscura
Até o ar azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura
Esta é a noite
Densa dos chacais
Pesada de amargura
Este é o tempo em que os homens renunciam"

Gostaria de consignar, na presente carta, um pouco das nossas falhas e contradições. Digo isso porque no Brasil vigora uma Constituição que veda expressamente a submissão de animais de atos cruéis. Essa lei, todavia, é vilipendiada e rasgada e todo instante. Não é preciso muito esforço imaginativo para constatar que muitas vezes as suas idéias não correspondem aos fatos. A maioria das leis brasileiras que se propõe a proteger os animais sucumbe diante da indiferença humana ou da crueldade institucionalizada pelo poder público.

A Lei de Proteção à Fauna estimula a caça de animais; a Lei do Abate Humanitário faz em seu texto concessões macabras, representadas por palavras terríveis: eletrochoque, corredor de abate, pistola de impacto, área de vômito, canaleta de sangria, etc; a Lei da Vivissecção legitima a tortura em nome de um suposto progresso cientifico, como se fossemos ingênuos o suficiente para acreditar que a ciência seja neutra ou que ela busca a paz. Nesse amplo cenário de servidão, seres sencientes tornam-se objetos descartáveis, peças de reposição, criaturas eticamente neutras.

O vocabulário jurídico do nosso tempo é igualmente cruel ao se referir aos animais: a lei brasileira, via de regra, considera-os propriedade, coisas de alguém, objetos materiais, recursos naturais ou bens de uso comum do povo. Como o Direito pode ser justo se, em nome de seus fins, retira dos animais o que eles têm de mais precioso?

Um célebre filósofo do século XIX, Arthur Schopenhauer, escreveu em ‘Dores do Mundo’ que a compaixão é uma das principais virtudes humanas, lembrando que uma mesma essência atravessa o céu, as águas, as florestas e os seres vivos, cuja existência é uma experiência fascinante e única:

"A suposta ausência de direitos dos animais, assim como o argumento de que nossa conduta em relação a eles não tem valor moral algum, é de uma ignorância revoltante".

É certo que nosso país, como poucas nações do mundo, estabeleceu a tutela dos animais como princípio constitucional. Apesar disso, a cultura, os costumes, os interesses científicos e econômicos transformam essa norma protetora em letra morta. A ideologia do consumo que se faz no Brasil contribui para a sistemática e incondicional exploração dos animais, mostrando que a nossa legislação – tida como uma das mais avançadas do planeta – convive com uma realidade bem diversa da que se preconiza no papel.

Homens do futuro, escrevo-lhes de um tempo sem limites, de um tempo de jaulas, de arpões, de correntes e de chibatas, de um tempo insano em que magarefes, no exercício de sua atividade brutalizada, apunhalam dezenas de vidas a cada minuto. Tempo de escravidão. De tortura. Tempo de chacinas em ritmo industrial. A chamada ‘cultura do churrasco’, mola propulsora da crueldade no agronegócio, tornou-se instituição nacional, apesar dos grandes latifúndios que poderiam ser utilizados no plantio de vegetais e grãos capazes de suprir as necessidades alimentares humanas. E pensar que, mesmo assim, gente ainda morre de fome no Brasil e em várias partes do mundo. Queremos o fim de tanta miséria.

A história das lutas pela libertação, ao superar as barreiras do preconceito, demonstra que os grandes movimentos de transformação social começaram sempre com pequenos gestos libertários e idéias de alguns raros e loucos que ousaram sonhar. Sabemos que todo movimento de quebra de paradigmas passa por três fases, na seguinte ordem: ridicularização, tolerância e aceitação. Em que fase estaremos? Quero crer que na fase intermediária, caminhando para uma libertação que esperamos se concretize no futuro.

Ainda próximo de nosso tempo, na Índia, um líder pacifista clamou por piedade por todos os animais vítimas da tirania humana, certo de que eles não têm forças para nos resistir. Esse homem, chamado Mahatma Ghandi, morreu assassinado pelas mãos da intolerância. Pena que em nosso tempo ainda não se conhece o verdadeiro significado da Ética, porque interesses humanos dos mais diversos desnaturam esse conceito a ponto de transformá-lo em uma palavra vazia de sentido.

Outra grande personalidade do século XX, que cantou o amor ao imaginar um mundo mais pacífico para todos, também não resistiu ao treslocado gesto reafirmador de uma cultura permeada pela violência. Morto John Lennon, suas canções viverão sempre dentro de nós.

Assim escreveu o sociólogo Roberto Gambini, ao refletir sobre a condição dos animais inseridos em nosso perverso sistema antropocêntrico:

"Sem defesa, sem voz e sem protesto, os animais vão sumindo, um a um, abatidos, baleados , encurralados em becos sem saída, banidos até os limites dos campos habitáveis. Antes que tudo se perca, é necessário acordar do pesadelo para que possamos continuar sonhando. Trabalhar com o inconsciente, compreender a verdade profunda dos instintos e da alma, perceber a presença do divino dos olhos de um animal. Essa talvez seja a última utopia pela qual ainda possa valer a pena dedicar uma vida de estudo e trabalho"

Aprendemos, afinal, que há uma essência única entre todos os seres vivos, que a inteligência não é privilégio da espécie humana, tampouco a capacidade de experimentar dores e sofrimentos. Aprendemos também, com Cesare Goretti, autor do pioneiro ensaio jurídico intitulado "L’animale quale soggeto di diritto", que "o homem possui, a um só tempo, deve legal e moral para com os animais".
Já para Piero Martinetti, segundo os comentários de Alessandro di Chiara no prefácio de ‘Pietá verso gli animali", "a dor dos animais assim como o sofrimento dos inocentes testemunha o mistério da existência e ao mesmo tempo revela o aspecto trágico da realidade, na qual o problema do mal confirma a maldade e a aparência do mundo fenomênico. Diante dessas insuperáveis dificuldades que assinalam a vida, Martinetti propõe uma moral superior, na qual a justiça e a caridade orientem o homem além de uma Ética baseada em um fundamento religioso. Por esse motivo, a piedade representa, para ele, o verdadeiro símbolo da união que deve ocorrer entre o homem, a natureza e os animais".

Grandes filósofos dos direitos animais surgiram em nosso tempo. O primeiro, Peter Singer, ampliou o princípio da igualdade de interesses; o segundo, Tom Regan, atribuiu direitos a todos os sujeitos-de-uma-vida; o terceiro, Gary Francione, mostrou os fundamentos abolicionistas da verdadeira libertação. Os direitos animais, aqui no Brasil, encontram sua maior expressão no trabalho filosófico de Sônia Felipe, cujos alunos têm a missão de levar nossa causa para o futuro.

Porque acreditamos em mudanças, porque não queremos mais compactuar com a mentalidade especista que está impregnada em nossa sociedade e porque sabemos que se trata de uma questão de justiça, decidimos enfim nos reunir. De 1 a 4 de maio de 2008, em um ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacifico, ao Sul do Equador, em um sítio de uma pequena cidade do interior paulista, aqui estamos todos juntos para traçar os rumos do movimento abolicionista em favos dos animais.


Buscando sonhar novas utopias, em um país ainda debutante no exercício das liberdades, começamos a articular um movimento capaz de ultrapassar nossa última fronteira ética e, assim, reconhecer em plenitude os direitos dos animais. Ousamos lançar ao solo as sementes de uma nova consciência e juventude, para que no futuro elas frutifiquem em favor de todos os seres vulneráveis que precisam de nossa ajuda. Cada participante deste encontro torna-se, assim por dizer, um semeador.

Sabemos que o caminho para a libertação animal não está nos discursos na ONU, nem nos tratados ou convenções internacionais, nem nas leis positivas que traduzem – clara ou dissimuladamente – intenções humanas egoístas. Depende, sim, de mudanças interiores. Isso explica porque a Ética e a Moral , como atividades de reflexão, precisam estar sempre acima do Direito. E o Direito não deve ser considerado como mero instrumento de controle social, que garante interesses particulares e divide bens, mas um caminho para a retidão, para a virtude, para a solidariedade, para a paz. Sem o reconhecimento dos direitos animais, a justiça torna-se injusta.

Amigos do futuro, nestes tempos de perplexidade e de indiferença pela vida, faço questão de ressaltar que há dissidentes no sistema, pessoas que ousaram desafiar o modus vivendi, que ainda têm a capacidade de acreditar em mudanças e que, dia após dia, lutam por elas. Podemos dizer que, em meio a este tempo de incertezas, ainda há quem expresse seu inconformismo em face à barbárie institucionalizada perante a qual a maioria das pessoas permanece cega, surda e muda.


Por isso quero deixar registrado, nesta carta, a alegria de conhecer gente que ainda tem a capacidade de se indignar. Este auditório, repleto de idealistas, vegetarianos, veganos e ativistas, é a maior prova disso. Todos os participantes deste célebre encontro tornam-se fundamentais no atual momento político. Que no futuro, não muito distante, sejam colhidos os frutos desse trabalho. George Guimarães, ativista pelos direitos animais e organizador do 1º ENDA, é uma dessas pessoas. Porque sua luta é toda ela empenhada à causa dos animais, uma causa digna, uma causa justa, uma causa que talvez represente a última das utopias pelas quais se vale a pena viver.

Provavelmente todos o que se reuniram aqui, nestes dias frios e chuvosos, têm um ideal comum: decretar o fim da exploração dos animais. Inconfidentes contemporâneos, não apenas inconfidentes mineiros, mas inconfidentes paulistas, baianos, catarinenses, cariocas, goianos, paranaenses, cearenses, gaúchos, capixabas, enfim, representantes de todo o país em busca de tempos melhores para os animais.

Por isso ora reafirmamos, ao presente e ao futuro, o nosso ideal de buscar mudanças, mudanças tão necessárias quanto urgentes, na esperança de que todos possam um dia viver em paz, compartilhando um mundo menos cruel e menos injusto.

Como mensagem de despedida aos nossos pósteros, evoco uma frase do grande militante revolucionário do século XX, um homem que percorreu a América com seu sonho de liberdade e que, a exemplo de outros grandes mártires do nosso tempo, perdeu a vida em prol de seus ideais. Seu nome é Ernesto Che Guevara: "Se você treme de indignação perante uma injustiça no mundo, então somos companheiros".

Porangaba, 04 de maio de 2008.
Laerte Levai