quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Pingüins encontrados sujos de óleo voltam para o mar em SC

(Foto: Hermínio Nunes/Diário Catarinense/Ag.RBS)

Cento e cinqüenta e um pingüins foram soltos no mar nesta quarta-feira (8), na região da Ilha do Xavier, na costa de Florianópolis (SC). Os animais haviam sido encontrados sujos de óleo nas praias de Santa Catarina, durante o mês de agosto. Um lobo-marinho também foi colocado no mar pelos policiais militares ambientais.

Os animais foram levados para o alto-mar de escuna e soltos em uma corrente marítima que segue para o Sul. Segundo o sargento Marcelo Duarte, os pingüins chegam ao Brasil no inverno, trazidos por correntes de águas frias, e retornam para a Antártica a partir de setembro, com as correntes quentes.

Duarte disse que, dos 345 animais recolhidos sujos de óleo, 30 morreram durante o tratamento, no Centro de Triagem de Animais Silvestres do Parque Florestal do Rio Vermelho.

Este foi o primeiro grupo a ser solto. O segundo, que também é composto por cerca de 150 pingüins, deve ser devolvido ao mar até o final da próxima semana.

*(Com informações do Diário Catarinense)

http://g1.globo.com/Noticias/Brasil/0,,MUL790785-5598,00.html



Giorgio Armani responde acusações da Peta

ReutersCartaz de protesto do Peta retrata o estilista Giorgio Armani como o personagem Pinóquio

Após o protesto de ativistas da associação de defesa dos animais Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético com Animais, na sigla em ingês), o grupo Giorgio Armani divulgou uma nota na qual declara "ter decidido renunciar à realização de produtos com pele de animais, com exceção da pele de coelho, que deriva do uso de animais já empregados como fonte alimentar".

A associação realizou um protesto na terça-feira (7) em frente à loja Emporio Armani de Milão, acusando Armani de ter mentido ao garantir que não usaria mais peles de animais em suas criações.

No comunicado, o grupo afirmou "não poder deixar de destacar como a Peta está usando o nome da empresa para sensibilizar a opinião pública, não considerando que a presença dos produtos em pele nas coleções da grife sempre foi extremamente pouco relevante, ao contrário do que acontece em outras casas de moda, que fazem das peles seu principal negócio".

O comunicado conclui dizendo que "o que é mais reprovável é a tentativa por parte da Peta de desacreditar o nome da empresa, contatando diretamente pessoas muito próximas à grife Armani", em referência à iniciativa dos ativistas de entrar em contato com celebridades que vestem Armani, como Tom Cruise e Cate Blanchett, para pedir seu apoio à campanha.

http://estilo.uol.com.br/moda/ultnot/2008/10/08/ult630u9823.jhtm

Paraty/RJ é a primeira cidade do mundo a implementar o Passaporte Verde

Com uma visitação de cerca de 400 mil pessoas por ano e candidata ao título de Patrimônio da Humanidade da Unesco, Paraty quer se tornar um modelo de destino turístico sustentável para o mundo. A cidade fluminense foi escolhida como destino piloto da campanha internacional Passaporte Verde, do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). É uma iniciativa que visa estimular o turista a adotar uma atitude de consumo responsável, de forma a reduzir os impactos negativos do seu comportamento e de suas escolhas sobre o meio ambiente e a cultura dos destinos que visita.

A campanha - que será lançada oficialmente no Brasil em dezembro - faz parte do projeto Férias Sustentáveis, desenvolvido no âmbito da Força Tarefa Internacional para o Desenvolvimento Sustentável, composta por 20 países e liderada pelo governo francês. Em solo nacional, o projeto é coordenado pelos ministérios do Meio Ambiente, do Turismo e pelo Pnuma, além de contar com diversos parceiros.

Paraty foi escolhida devido às características naturais e culturais da região, bem como o compromisso dos envolvidos com o turismo na cidade em preservar e conservar os ecossistemas naturais, valorizar e proteger o patrimônio construído pelo homem e manter a cultura ancestral local.

A comunicação desenvolvida pelo governo brasileiro em parceria com a ONU será testada em Paraty. O site internacional do projeto (www.unep.fr/greenpassport) será traduzido para o português, com informações sobre produção e consumo sustentável no setor turístico, inclusão de "cases" brasileiros e elaboração de conteúdo específico sobre o projeto-piloto em Paraty. Nele, os visitantes encontrarão dicas de como se tornarem turistas sustentáveis" desde o momento da escolha do destino, o que fazer quando chegar lá, antes de ir embora e até depois de voltar para casa.

Comunidade - Em contrapartida, Paraty também precisa se apresentar de forma estratégica para o turista, oferecendo produtos e serviços compatíveis com a proposta, pois os turistas conscientes, que desejarem optar por ações que impactam cada vez menos o meio ambiente, serão levados a escolher destinos comprometidos com a conservação e com o uso sustentável dos recursos naturais e culturais.

"No caso específico de Paraty, não é possível discutir turismo sustentável sem falar da infra-estrutura básica, como saneamento, por exemplo, que ainda é precária em Paraty, ou ainda, sem falar da relação do trade turístico com as comunidades tradicionais locais, que possuem imenso potencial turístico mas ainda estão relativamente apartadas do processo", destaca Liliana Salvo, assessora técnica do Ministério do Meio Ambiente.

Entre as proposições das ações estruturantes da campanha está o diagnóstico da atividade turística local, identificando quais são os obstáculos que impedem uma mudança de comportamento na cadeia do turismo, isto é, entre o turista, o comerciante do turismo e poder público, criar e aplicar soluções.

Para auxiliar a cidade nesse processo, o MMA está planejando uma série de ações, desde aquelas voltadas para a capacitação do trade turístico em gestão ambiental, como também o fortalecimento dos fóruns de base, como a Agenda 21 local, a implementação de programas de educação ambiental e ainda o fomento a projetos de ecoturismo de base comunitária. "Teremos um plano de ação para os próximos dois anos. É processo que tem que ser construído. Não acontece de um dia para o outro", completa Liliana. (Fonte: Gisele Teixeira/ MMA)

http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=41171

Supremo dos EUA analisa segurança nacional e bem-estar das baleias

WASHINGTON, 8 Out 2008 (AFP) - A Suprema Corte americana começou, nesta quarta-feira, a ouvir os argumentos a respeito da necessidade de limitar o uso do sonar durante os exercícios da Marinha, com o objetivo de proteger as baleias e os golfinhos, como vários tribunais federais já haviam decidido.


Na origem do debate, estão os dados, coletados por organizações ambientais e compartilhados por inúmeros cientistas, que confirmam que algumas freqüências de sonar provocam a surdez temporária dos mamíferos marinhos, desorientando-os e até levando-os a morrer no litoral.


A Marinha americana utiliza um sonar de média freqüência para treinamentos ao longo da Califórnia (oeste dos EUA), a fim de detectar a presença de submarinos potencialmente inimigos.


Estavam previstas 14 sessões de exercícios entre fevereiro de 2007 e janeiro de 2009, das quais "oito foram, de fato, realizadas", lembrou, hoje, diante da mais alta instância judicial dos EUA, o advogado do Conselho para a Defesa dos Recursos Naturais (NRDC), Richard Kendall, que iniciou a ação em março de 2007.


Meses mais tarde, um tribunal federal californiano concluiu que o uso desse sonar representava, "quase certamente", um "perigo irreparável" para o meio ambiente.


Em janeiro, o mesmo tribunal emitiu um mandado judicial, ordenando aos militares que reduzam o nível de freqüência desse sonar e o desliguem completamente, quando for detectada a presença de um mamífero marinho em um perímetro de 2 km.


O próprio presidente George W. Bush assinou uma ordem de isenção, porém, argumentando que esses exercícios são considerados de interesse nacional e que uma situação de "emergência" lhe permitia passar por cima de uma decisão judicial em matéria de meio ambiente.


Seu governo alega, aliás, que apenas o Executivo pode decidir a modalidade de um treino militar.


As organizações de defesa do meio ambiente contra-atacaram, assegurando que o presidente não tem o poder de ignorar as leis. Ganharam em primeira instância e na apelação, mas o governo recorreu à Suprema Corte.


Hoje, o advogado do governo, Gregory Carre, disse na Suprema Corte que a decisão da Corte de Apelações era "fundamentalmente imperfeita", sobretudo, porque "não leva em consideração o interesse público".


Carre reconheceu, entretanto, que o estudo preliminar feito pela Marinha havia mostrado que o sonar pode perturbar 170.000 mamíferos marinhos e provocar a "surdez temporária" de 8.000 baleias.

http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/0,,MUL791269-5602,00.html


Cientistas predizem extinção em massa nos oceanos

Crescimento das cidades, expansão das indústrias, aumento da população, pesca, poluição. O impacto da ação do homem sobre a natureza está colocando em risco a saúde dos oceanos, podendo acarretar na extinção em massa das espécies marinhas. Essas são as conclusões da pesquisa do oceanógrafo norte-americano Jeremy Jackson, do Instituto de Oceanografia da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos.

O pesquisador afirma que o efeito acumulativo das ações humanas está alterando a complexa e delicada biodiversidade dos oceanos, e as conseqüências podem ser irreversíveis. Áreas que até pouco tempo possuíam uma intricada cadeia alimentar marinha, chegando até os grandes animais aquáticos, agora estão se convertendo em ecossistemas simples dominados por micróbios e algas. Se prosseguir no ritmo em que está atualmente, a degradação do ecossistema dos oceanos levará ao desaparecimento de várias espécies de plantas e animais.

Em sua pesquisa, Jackson reviu e sintetizou vários estudos sobre a saúde do ecossistema marinho realizados desde 2001, analisando os impactos da ação do homem, especialmente a pesca. Mas, durante seus estudos, o oceanógrafo percebeu que havia muito mais com que se preocupar. Um dos problemas que particularmente chamou a atenção do cientista foi a escassez de nutrientes nos oceanos, o que resulta em áreas de baixo oxigênio, chamadas de “zonas mortas” onde praticamente não há seres vivos. Outros problemas encontrados foram o aumento da acidificação e da temperatura dos oceanos, causados pela emissão de gases de efeito estufa – que contribuem para o aquecimento global como um todo – e que também tem exterminado vários animais e plantas marinhos.

Isoladamente esses fatores contribuem para a degradação dos oceanos, porém quando combinados seu poder de destruição é agravado, tornando-se um grave problema de difícil solução. Por exemplo, o aumento das temperaturas pode agravar ainda mais o já grande estresse causado no ecossistema marinho pela pesca e pela poluição, destruindo muito mais espécies, e mais rapidamente. “Todos os dados analisados apontam para a mesma direção: a de uma drástica e veloz degradação do ecossistema marinho”, aponta Jackson em sua pesquisa.

Um dos ecossistemas mais ameaçados são os recifes de corais, devido especialmente às mudanças na temperatura. As áreas costeiras também estão em situação crítica, de acordo com a pesquisa, devido à pesca excessiva. E as áreas de mar aberto estão ameaçadas devido à grande perda de peixes e tubarões, o que gera desequilíbrio em todo o ecossistema. E o problema está se agravando rapidamente. “A realidade é que se quisermos ver recifes de coral no futuro, algo deve ser feito agora”, diz o oceanógrafo.

A pesquisa aponta que para lidar com o problema, é preciso tomar uma série de ações para neutralizar os efeitos da excessiva exploração marinha, da poluição e do aquecimento global. Essas ameaças precisam ser controladas para se evitar que seus efeitos nos oceanos sejam catastróficos. O estudo também aponta que quanto mais tempo se levar para tomar uma atitude em prol dos oceanos, mas difícil será para se reverter - ou mesmo amenizar - este quadro. “É preciso alertar toda a comunidade sobre a questão dos oceanos, e como este problema está piorando velozmente”, afirmou Jackson, na apresentação de sua pesquisa para a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. “Se nada for feito agora, dificilmente será possível reverter, ou mesmo diminuir, esse problema. Nós estamos na beira do precipício”, declara.

Fonte: Sciencedaily.com

http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=26832&action=reportagem



BALEIAS APARECEM EM PRAIAS NO RS

Pelo menos três baleias foram avistadas na costa de Imbé, no Rio Grande do Sul, nesta terça-feira. Elas apareceram nas praias de Santa Terezinha e Mariluz. A época em que as baleias mais se aproximam da costa é entre agosto e setembro, mas ainda é possível alguma visita em outubro.

http://www2.uol.com.br/ipanema/noticias/noticia6069.shtml

Taiwan pode ser 'arca de Noé' para corais do planeta

Em Kenting, um parque nacional e pólo turístico localizado na ponta sul da ilha de Taiwan, os tufões que retornam a cada ano arremessam sedimentos e lodo contra os frágeis recifes de coral localizados em águas rasas.

Os hotéis e as aldeias espalhados pela região despejam esgoto sobre os recifes. Uma usina nuclear os escalda com a água que utiliza na refrigeração do reator nuclear e depois descarta. Mergulhadores recreativos caminham sobre os recifes, e ocasionalmente arrancam pedaços de coral para levar com eles como recordação.

E em 2001, um grande navio cargueiro naufragou ao largo de Kenting, destruindo o coral sobre o qual seus restos vieram a repousar e despejando mais de mil toneladas de óleo-combustível ao longo da costa.

Como se tudo isso não fosse o bastante, a tendência de elevação na temperatura do mar tornou mais freqüente o "alvejamento de coral", o que pode ser fatal para o organismo caso perdure por mais de duas ou três semanas.

Mas em uma era quando esse desgaste ambiental está matando os recifes de coral em todo o mundo, os de Kenting parecem estar resistindo surpreendentemente bem. Um cientista local disse que Taiwan pode até mesmo se provar uma espécie de "arca de Noé" para os corais do planeta.

"Esta é a era na qual as mudanças na temperatura mundial e o aquecimento dos oceanos representam grandes problemas para os recifes de coral", disse Fan Tung-yung, especialista em corais no Museu de Biologia Marinha e Aquário Nacional de Taiwan, em entrevista por telefone. "Mas Kenting é um refúgio".

Um estudo conduzido por John Bruno e Elizabeth Selig e publicado no ano passado pela revista científica PLoS One, comparando recifes de coral localizados em diversos pontos dos oceanos Pacífico e Índico, constatou que a cobertura média de coral (a proporção do piso oceânico recoberta por corais vivos) era de cerca de 22% nas áreas estudadas, enquanto Fan afirma que a cobertura em Kenting atinge os 40%.

No ano passado, quando um surto de alvejamento de coral destruiu muitos recifes na região Ásia-Pacífico, os de Kenting sobreviveram e se recuperaram.

A relativa resistência dos recifes locais atraiu intenso interesse de biólogos marinhos de todo o mundo. Agora, cientistas norte-americanos e taiuaneses esperam transformar Kenting em parte de um "sistema de alerta antecipado" de alcance mundial, em um projeto liderado pelos Estados Unidos para a monitoração de recifes de coral.

Um sistema como esse ajudaria os cientistas e os funcionários do governo de Taiwan a melhor proteger os recifes. Também permitiria que os cientistas recolhessem dados para explicar por que alguns recifes, como os de Kenting, são tão robustos enquanto outros parecem muito frágeis.

"Os recifes de Kenting são muito impressionantes em termos da cobertura geral e da diversidade de corais", afirmou em mensagem de e-mail o biólogo Peter Edmunds, especialista em coral da Universidade Estadual da Califórnia em Northidge, que inspecionou os recifes de Taiwan, "Eles oferecem uma oportunidade única e muito importante para que compreendamos os motivos que levam alguns recifes a sobreviver melhor do que outros em todo o mundo".

Os cientistas já trabalham com diversas hipóteses. Os recifes de Kenting são afortunados porque contam com reabastecimento por um firme suprimento do que os cientistas designam "recrutas" ¿novos corais, no caso conduzidos ao norte de seu ponto de origem nas águas das Filipinas. Isso significa que, mesmo que o coral seja destruído, novos corais rapidamente tomam seu lugar.

Mais importante, porém, é o fato de que a região conta com correntezas movidas pelas marés que regularmente encaminham água mais fria, vinda das profundezas, para as águas rasas ao largo da ponta sul de Taiwan. Fan diz que esse fenômeno de água fria em ascensão é bastante raro.

Edmunds e Fan acreditam que a tenacidade dos recifes de Kenting esteja relacionada à sua exposição natural a variações acentuadas em temperatura das águas (a temperatura varia em até nove graus ao longo do dia), causadas por esses padrões de marés.

"É possível que esses fatores de desgaste térmico de alguma maneira ofereçam aos corais a capacidade de resistir a outras formas de desgaste subseqüentes", disse Edmunds.

O ganho de resistência propiciado pelo bombardeio diário de águas em temperaturas muito diferentes pode tornar os recifes de Kenting capazes de simplesmente ignorar o aquecimento das águas que prejudica tanto os recifes de coral em outras partes do mundo.

Estranhamente, diz Fan, a usina nuclear também pode ter ajudado a tornar os recifes mais resistentes. Os recifes de coral na área tiveram 30 anos para se adaptar às temperaturas mais altas (em entre dois e quatro graus) perto do ponto de despejo das águas de refrigeração do reator nuclear que Taiwan opera na baía de Nanwan ¿aliás, também o local de uma popular praia de recreação.

É certo que essa definição de que os recifes de Kenting estão se saindo bem só funciona em termos de comparação com outros recifes mundiais. Dai Chang-feng, especialista em corais no Instituto de Oceanografia da Universidade Nacional de Taiwan, afirmou em entrevista que três décadas atrás a cobertura de coral nos recifes de Kenting era de até 75% a 80%, quase o dobro da atual.

Os modelos predizem que até 2050 "a maioria das espécies de coral em Kenting" desaparecerão, segundo Dai. Especificamente, suas simulações prevêem que menos de 50 das 300 espécies de coral existentes em Kenting sobreviverão até 2050, e poucas ou nenhuma restarão vivas em 2100.

Para ajudá-los a evitar esse destino, cientistas e o governo precisam primeiro de melhores dados quanto ao que exatamente mata os corais, e porque alguns deles, como os de Kenting, se provam mais resistentes. É a isso que servirá a Rede Integrada de Observação de Coral, liderada pelos Estados Unidos.

Cientistas de Taiwan e dirigentes do Parque Nacional de Kenting (que tem jurisdição sobre os recifes) vêm se reunindo com cientistas da Administração Nacional da Atmosfera e Oceano (NOAA) dos Estados Unidos a fim de discutir a adesão de Taiwan à rede. Kenting poderia ser incorporada no ano que vem, dizem Fan e outros envolvidos no projeto.

A ambiciosa rede tem por objetivo oferecer um quadro mundial quanto à saúde dos recifes de coral, tanto para fins de pesquisa quanto como um "sistema de alerta antecipado" quando os recifes de coral forem ameaçados.

Já ativa nas Bahamas, ela usa sensores submarinos que registram a temperatura da água e outros dados e os transmitem a satélites. Os dados são então encaminhados a uma rede que permite monitoração em tempo real de recifes de coral em todo o mundo.

"O propósito dos sensores é estudar como o aquecimento global afeta os corais e saber o que acompanhar", disse Keryea Soong, especialista em corais no instituto de biologia marinha da Universidade Nacional Sun Yat-sem, em Kaohsiung, um porto no sul de Taiwan.

"Podemos idealizar experiências para melhor compreender o fenômeno do alvejamento. Os satélites podem oferecer imagens sobre uma área mais amplas, mas com os sensores é possível determinar temperaturas em escala muito menor, como em Kenting".

O alvejamento é uma das principais ameaças aos recifes de coral mundiais e ocorre quando o coral perde suas algas simbióticas devido a fatores de desgaste como temperatura elevada da água. Isso remove a cor dos corais e sua principal fonte de nutrientes.

Quando os sensores da rede de monitoração mostrarem um recife sob ameaça, cientistas e funcionários do Parque Nacional de Kenting poderão tomar medidas imediatas ¿por exemplo, proibir atividades como o mergulho ou o uso de barcos a motor na área.

"O mundo todo está preocupado com a saúde dos recifes de coral", disse Shih Chin-fang, antigo diretor do Parque Nacional de Kenting, em entrevista. "Por isso um grupo de especialistas está trabalhando com muito afinco em todo o mundo para conectar esse sistema de monitoração à Internet".

Todas essas medidas são apenas paliativos, no entanto, e não enfrentam a ameaça de longo prazo que o aquecimento global representa para os recifes de coral. Edmunds se preocupa com a possibilidade de que os recifes de Kenting, embora pareçam tão resistentes, possam estar simplesmente ficando um pouco para trás de recifes que estão em deterioração em outras partes do mundo, e que seu declínio seja iminente.

Edmunds disse que "já vi efeitos semelhantes no Caribe. Um recife que estava se saindo bem por 20 anos enquanto aqueles que o cercavam se deterioravam, até que subitamente, em 2005, começou a morrer com velocidade alarmante".

Por enquanto, ele outros cientistas esperam que os recifes de Kenting sejam realmente excepcionais. E que em breve eles possam descobrir o motivo.

Tradução: Paulo Migliacci

http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3241591-EI238,00-Taiwan+pode+ser+arca+de+Noe+para+corais+do+planeta.html