quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Cientistas predizem extinção em massa nos oceanos

Crescimento das cidades, expansão das indústrias, aumento da população, pesca, poluição. O impacto da ação do homem sobre a natureza está colocando em risco a saúde dos oceanos, podendo acarretar na extinção em massa das espécies marinhas. Essas são as conclusões da pesquisa do oceanógrafo norte-americano Jeremy Jackson, do Instituto de Oceanografia da Universidade de San Diego, nos Estados Unidos.

O pesquisador afirma que o efeito acumulativo das ações humanas está alterando a complexa e delicada biodiversidade dos oceanos, e as conseqüências podem ser irreversíveis. Áreas que até pouco tempo possuíam uma intricada cadeia alimentar marinha, chegando até os grandes animais aquáticos, agora estão se convertendo em ecossistemas simples dominados por micróbios e algas. Se prosseguir no ritmo em que está atualmente, a degradação do ecossistema dos oceanos levará ao desaparecimento de várias espécies de plantas e animais.

Em sua pesquisa, Jackson reviu e sintetizou vários estudos sobre a saúde do ecossistema marinho realizados desde 2001, analisando os impactos da ação do homem, especialmente a pesca. Mas, durante seus estudos, o oceanógrafo percebeu que havia muito mais com que se preocupar. Um dos problemas que particularmente chamou a atenção do cientista foi a escassez de nutrientes nos oceanos, o que resulta em áreas de baixo oxigênio, chamadas de “zonas mortas” onde praticamente não há seres vivos. Outros problemas encontrados foram o aumento da acidificação e da temperatura dos oceanos, causados pela emissão de gases de efeito estufa – que contribuem para o aquecimento global como um todo – e que também tem exterminado vários animais e plantas marinhos.

Isoladamente esses fatores contribuem para a degradação dos oceanos, porém quando combinados seu poder de destruição é agravado, tornando-se um grave problema de difícil solução. Por exemplo, o aumento das temperaturas pode agravar ainda mais o já grande estresse causado no ecossistema marinho pela pesca e pela poluição, destruindo muito mais espécies, e mais rapidamente. “Todos os dados analisados apontam para a mesma direção: a de uma drástica e veloz degradação do ecossistema marinho”, aponta Jackson em sua pesquisa.

Um dos ecossistemas mais ameaçados são os recifes de corais, devido especialmente às mudanças na temperatura. As áreas costeiras também estão em situação crítica, de acordo com a pesquisa, devido à pesca excessiva. E as áreas de mar aberto estão ameaçadas devido à grande perda de peixes e tubarões, o que gera desequilíbrio em todo o ecossistema. E o problema está se agravando rapidamente. “A realidade é que se quisermos ver recifes de coral no futuro, algo deve ser feito agora”, diz o oceanógrafo.

A pesquisa aponta que para lidar com o problema, é preciso tomar uma série de ações para neutralizar os efeitos da excessiva exploração marinha, da poluição e do aquecimento global. Essas ameaças precisam ser controladas para se evitar que seus efeitos nos oceanos sejam catastróficos. O estudo também aponta que quanto mais tempo se levar para tomar uma atitude em prol dos oceanos, mas difícil será para se reverter - ou mesmo amenizar - este quadro. “É preciso alertar toda a comunidade sobre a questão dos oceanos, e como este problema está piorando velozmente”, afirmou Jackson, na apresentação de sua pesquisa para a Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos. “Se nada for feito agora, dificilmente será possível reverter, ou mesmo diminuir, esse problema. Nós estamos na beira do precipício”, declara.

Fonte: Sciencedaily.com

http://360graus.terra.com.br/ecologia/default.asp?did=26832&action=reportagem



Nenhum comentário: