da Ansa, em Santiago
O governo chileno anunciou nesta segunda-feira (23) a prorrogação indefinida da moratória para a caça às baleias em seu território marítimo, onde vive cerca de 50% da população global desses animais. A informação foi transmitida pela ministra do Meio Ambiente do país, Ana Lya Uriarte.
O anúncio foi feito durante a sessão inaugural da 60ª Assembléia Anual da Comissão Baleeira Internacional (CBI), onde o centro do debate será a caça e a criação de santuários nos oceanos Atlântico e Pacífico. "O Chile possui 50% das espécies conhecidas de cetáceos, motivo pelo qual esta medida implica no compromisso de conservação", afirmou Ana.
Enquanto a ministra discursava, cerca de 20 manifestantes protestavam do lado de fora do hotel onde ocorria a assembléia, contra os países favoráveis à caça de baleias.
"Parem a caça de baleias", "Não à matança", diziam os cartazes dirigidos a países como Japão, Noruega e Islândia.
A presidente chilena, Michelle Bachelet, viajou hoje ao balneário de Quintay, a 100 km a oeste de Santiago, onde na década de 1960 funcionava uma fábrica de processamento de baleias, para assinar uma série de decretos pró-conservação.
Ela assinou um decreto supremo que estende indefinidamente a atual moratória, que vencia no ano de 2025, e que proíbe a captura de baleias.
Bachelet assinou também um decreto que declara 43 espécies de baleias como patrimônio natural do Chile e um projeto de lei que declara o país livre da caça de baleias, coincidindo com a criação de um santuário natural.
O chanceler chileno, Alejandro Foxley, por sua vez, disse que "o Chile irá defender a postura conservacionista e a investigação científica não letal", além de pedir que a sociedade civil --tanto os cientistas quanto as organizações não governamentais--- seja incorporada ao debate sobre o futuro das baleias.
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