quarta-feira, 4 de junho de 2008

Mercado de camelos resiste a transformações; veja vídeo

Sobrevivente de uma era perdida, o mercado de camelos de Birquash, cerca de 35 km ao norte da capital egípcia, Cairo, prossegue como um dos principais centro de comércio destes animais no Oriente Médio. Veja vídeo.

BBC
Mercado de camelos resiste a transformações
Mercado de camelos resiste a transformações

Há centenas de anos, diariamente, são negociadas centenas de animais, vindos de países próximos como Sudão e Somália, em caravanas que duram de um a dois meses.

Se, no passado, os camelos traziam especiarias para ser vendidas, hoje eles são o objeto principal do comércio, a maioria para açougues do Egito e de outros países.

A carne de camelo, menos tenra do que a de vaca, é geralmente moída e usada em estabelecimentos que vendem churrasco grego, ou kebab.

Rei dos Camelos

Muitos animais morrem durante a travessia pelo deserto. O comerciante Mansour Abu Saed afirma que 5% dos camelos que iniciam o trajeto não chegam ao final.

"A culpa é do clima, que é diferente em lugares como a Somália", diz ele.

O maior comerciante do local, Mohamed Abdel al Sherif, conhecido como Rei dos Camelos, tem uma versão diferente, afirmando que "pela graça de Deus, o camelo é um animal que nunca fica doente".

"Talvez apenas um em cada 100 mil acabam pegando pneumonia."

No entanto, vários animais mortos apodrecem abandonados em uma estrada próxima ao mercado.

Turismo?

A maneira como os animais são tratados no mercado, com as pernas amarradas e recebendo constantemente pauladas dos criadores, poderia horrorizar defensores dos animais.

"Infelizmente, isso (as pauladas) se transformou em uma tradição", afirma Sherif. "Não machucam o camelo, mas, sem dúvida, é mau-trato".

Alguns turistas enfrentam a poeira, o caos e a falta de estrutura do local para ter contato com a atração, pouco influenciada pelo turismo de massa e, por isso, com forte sabor de "autêntica".

"Nunca havia visto nada parecido, tantos camelos juntos", afirma um turista americano.

Segundo Sherif, essa autenticidade não corre o risco de ser perdida para adaptar o mercado ao gosto de turistas ocidentais. "Eles não compram camelos. O mercado existe para comercializar animais e não nos interessa atrair mais turistas."

O preço do quilo do camelo no mercado varia entre 20 e 30 libras egípcias, (de R$ 6 a R$ 9). Um animal pode pesar entre 100 e 400 quilos.

"E é um ótimo negócio. Minha família está nele há 500 anos", diz Sherif. "Meu filho estuda engenharia no momento, mas quando terminar vai trabalhar aqui", afirma.

http://www1.folha.uol.com.br/folha/bbc/ult272u408603.shtml

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