quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pingüins precisam voltar para “casa”

O Ibama tem buscado desde o início deste fenômeno natural, o aparecimento de um número tão alto de pingüins em nosso litoral, dar amparo a estas aves que chegaram e continuam a aportar às praias do Espírito Santo e demais estados do Brasil. Porém, nunca houve registro desses animais chegando a costa brasileira de uma forma tão intensa.

Portanto, segundo os analistas ambientais do Ibama, a chegada destas aves no litoral brasileiro é um fenômeno natural, com característica sazonal e variação em sua intensidade e ao longo dos anos nunca chegou a números tão elevados. O motivo desse aumento não está totalmente esclarecido, mas possivelmente deve-se a uma pequena elevação na temperatura do oceano.

O recebimento de pingüins neste ano superou excepcionalmente quaisquer expectativas quanto ao número de animais e que as ações tomadas até o momento atingiram o limite da capacidade operacional desta superintendência e das outras entidades como o Instituto ORCA, que se engajaram nesta tarefa.

Apesar de não haverem dados concretos para saber com exatidão qual o impacto desse fenômeno sobre a população dessa espécie de pingüim (Sphenicus magellanicus), há fortes razões para acreditar que os indivíduos que chegaram às praias deste estado tenham pouquíssimas chances de retornar às suas colônias reprodutivas no sul do continente americano e, portanto, teriam sido excluídos dessa população pelo processo de seleção natural, a despeito de qualquer auxílio que lhes possa ser prestado.

Para o Ibama o recolhimento desses pingüins debilitados, encontrados nas praias, consiste de uma atividade humanitária, mais relacionada à mitigação do sofrimento individual desses animais do que à preservação de uma espécie ou recurso natural. Tal atividade tem sido possível apenas devido à iniciativa de algumas entidades que se engajaram na sua execução, em especial o Instituto ORCA, que absorveu até o último dia 21, todos os pingüins recolhidos no litoral das regiões central e sul, além de alguns exemplares da região norte.

A estrutura da Superintendência do Ibama no Espírito Santo tem sido satisfatória nos últimos anos para abrigar e cuidar dos pingüins na quantidade que até 2006 não ultrapassou 12 espécies, em 2007 não houveram registros de pingüins chegando a costa do Estado. Os esforços agora se concentram em reabilitar e reintegrar a natureza as aves recolhidas.

Os animais que têm chegado nestes últimos dias têm morrido nas primeiras horas após sua localização nas praias, devido ao longo período que passaram fora de sua rota convencional. Os analistas ambientais explicam que há indícios que esses animais estejam tendo grande dificuldade para obter alimento, chegando às praias extremamente debilitados e com chances ainda menores de sobrevivência do que tinham aqueles pingüins que foram recolhidos nos meses de julho e agosto.

Iniciativas no sentido de gerar estrutura para atender essa demanda no futuro estão sendo implementadas, dentre elas a construção de um Centro de Triagem de Animais Silvestres no município da Serra e a celebração de um termo de Cooperação Técnica com o Instituto ORCA, previstos para o final deste ano. (Fonte: Luciana Carvalho/ Ibama)

http://noticias.ambientebrasil.com.br/noticia/?id=40906

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