domingo, 11 de maio de 2008

Prêmio Nobel?



EM JANEIRO DE 2008, UMA NOTÍCIA-BOMBA CORREU MUNDO. UMA MACACA, A PARTIR DE UM LABORATÓRIO NA CAROLINA DO NORTE, EUA, USANDO A “FORÇA DO PENSAMENTO”, FEZ UM ROBÔ ANDAR NO JAPÃO. O EXPERIMENTO JOGA PARA UM FUTURO NÃO MUITO LONGÍNQUO A POSSIBILIDADE DE DEVOLVER OS MOVIMENTOS A PARAPLÉGICOS. PROEZA DO NEUROCIENTISTA MIGUEL NICOLELIS, UM PAULISTANO E PALMEIRENSE ROXO, CITADO COMO FORTE CANDIDATO AO PRÊMIO NOBEL EM SUA ÁREA, QUE A CADA PASSO FAZ QUESTÃO DE DECLARAR DUAS PAIXÕES: O FUTEBOL E O BRASIL. ESPECIALMENTE O POVO BRASILEIRO, CUJO TALENTO, DIZ ELE, SÓ PRECISA DE OPORTUNIDADE PARA SE MANIFESTAR. NÃO À TOA, O HUMANISTA NICOLELIS ESCOLHEU UMA REGIÃO POBRE DO PAÍS, O NORDESTE, PARA IMPLANTAR O PRIMEIRO INSTITUTO DE CIÊNCIAS COM O QUAL ELE PRETENDE INICIAR UMA REDE QUE ATENDERÁ MAIS DE 1 MILHÃO DE CRIANÇAS.

entrevistadores camila martins, marcos zibordi, michaella pivetti, moriti neto, vinícius souto, léo arcoverde, joão de barros, thiago domenici, roberto manera, mylton severiano
fotos eduardo zappia


Trechos da Entrevista

trecho 01
THIAGO DOMENICI Vou fazer uma provocação: o senhor acredita em Deus?
Não. O único divino que eu acredito é o Ademir da Guia [craque do Palmeiras nos anos 1960-70, apelidado de Divino pela crônica esportiva]. Aliás, tenho uma ótima relação com Deus: ele não acredita em mim e eu não acredito nele.

THIAGO DOMENICI Posto isso, vamos à infância.
Foi excelente. Nasci na Bela Vista, na parte do Bixiga, mas a família mudou pra Moema e cresci lá. Nossa grande diversão era ver avião pousar em Congonhas.


trecho 02
MARCOS ZIBORDI Era esse confronto que você tinha na faculdade?
A universidade brasileira ainda vive da hierarquia, da hipótese de que quem está à frente da classe sabe mais. E ainda não permite um canal de desafio. O que aprendi muito nos EUA é que se você está dando uma aula, e o menino do colegial que está na universidade fala que você está falando besteira, “não é assim, é x, y, z”, você tem que parar e falar “tem razão”. Esse canal de comunicação bilateral não existia aqui. Ainda vivemos do saber da autoridade.


trecho 03
MYLTON SEVERIANO Isso foi feito com animais.
Foi feito com macacos e agora temos evidências que acontece em seres humanos.

MARCOS ZIBORDI Vocês não chegaram a testar em humanos?
Não, nós publicamos um trabalho em 2004 com parkinsonianos que estavam sendo operados e criamos um eletrodo; quando você está operando o cérebro de alguém, é treinado pelo ouvido, você ouve o cérebro, as células, que se comunicam com eletricidade; mas cada célula produz um som peculiar, cada região
do cérebro tem um som. Pouca gente sabe. A gente aprende a saber onde “está” no cérebro, não só pelas coordenadas tridimensionais, mas pelo som. Se tiver um som de pipoca estalando, eu talvez te diga que lugar do cérebro é, porque passei 20 anos ouvindo.

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A íntegra dessa entrevista você encontra na edição 134 da revista Caros Amigos

fonte:
http://carosamigos.terra.com.br/

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