quarta-feira, 18 de junho de 2008

Rússia: ONG exigem lei que protega os cães vadios

Moscovo, 18 Jun (Lusa) - Organizações Não Governamentais (ONG) russas
de defesa dos direitos dos animais apelaram terça-feira ás autoridades
para que seja adoptada uma legislação que proteja os cães abandonados,
que actualmente fazem parte integrante da paisagem urbana das grandes
cidades russas.

"O Estado deve adoptar uma lei que obrigue os criadores de cães de
raça a pagar uma taxa e que isente de taxa aqueles que adoptem cães
errantes", afirmou a presidente do Centro Vita de defesa dos direitos
dos animais, Irina Novojilova, em conferência de imprensa em Moscovo.

Após a queda da URSS, vários cidadãos russos iniciaram-se na criação
de cães de raça.

Os animais não vendidos, assim como os abandonados pelos seus donos,
começaram então a errar pelas ruas, chegando a formar enormes
matilhas.

Muitos desses cães são frequentemente capturados e mortos em centros
especializados, dependentes dos municípios.

"Estes animais são sistematicamente mortos com substâncias que os
fazem sofrer", afirmou Novojilova.

"O curare (um veneno com acção paralisante) é a principal substância
utilizada na Rússia para matar os animais", informou Tatiana
Bardioukova, presidente da Associação de Veterinários russos.

Um projecto de lei sobre os direitos dos animais foi adoptado pelo
Parlamento russo em 1999, antes de ser rejeitado por Vladimir Putin,
na altura presidente interino.

Os criadores de cães de raça, os investigadores e os governadores do
Grande Norte russo, que tem um papel importante no comércio de peles,
opuseram-se na altura fortemente a essa lei.

Moscovo, uma cidade com dez milhões de habitantes, conta actualmente
com cerca de 26 mil cães vadios, segundo o Instituto de Defesa do
Ambiente e da Evolução Severtsov.

Em São Petersburgo, onde há cerca de cinco milhões de habitantes, há
entre cinco mil e sete mil cães vadios.

ALF.

Lusa/Fim

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