A regeneração de áreas florestais devastadas pela indústria madeireira, pecuária, mineração e, mais recentemente, pela abertura de frentes para exploração petrolífera representa um desafio para a ciência brasileira. Porém, as instituições de pesquisa vêm unindo esforços para dar uma resposta à altura, a exemplo de estudo desenvolvido no âmbito do Museu Paraense Emilio Goeldi (MPEG) e da Universidade Federal (UFPA), intitulado "Estudo da Comunidade de Mamíferos de Médio e Grande Porte e o Potencial desta Fauna na Regeneração de Clareiras Artificiais na Região do Rio Urucu, Coari, Amazonas". A pesquisa se propõe a avaliar as influências que os mamíferos, animais que se alimentam de plantas e dispersam sementes, podem exercer na recuperação dessas paisagens alteradas.
Desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Zoologia, mantido por convênio firmado entre Museu Goeldi e UFPA, o estudo integra a Rede CTPETRO Amazônia e é de autoria da mestranda Fernanda da Silva Santos, que conta com a orientação da especialista em Mastozoologia - ramo da Biologia que estuda os mamíferos - Ana Cristina Mendes de Oliveira, professora da UFPA e pesquisadora colaboradora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam).
A pesquisa foi dividida em duas etapas, que incluem o inventário dos mamíferos de médio e grande porte na região e o monitoramento de como essa fauna se comporta nas chamadas clareiras artificiais - áreas desmatadas pela ação humana em meio à cobertura florestal. Fernanda Santos explica que a regeneração dessas áreas alteradas depende das taxas de germinação, crescimento e mortalidade das plantas e predação de sementes. "As clareiras criam novas condições ambientais", afirma.
Para realizar o levantamento dos mamíferos existentes na região do Rio Urucu, a pós-graduanda analisou os vestígios deixados pelos animais ao longo de quatro trilhas percorridas diariamente, totalizando 12 quilômetros. Pegadas, fezes e carcaças atestaram a presença de primatas, roedores, veados, porcos-do-mato e grandes predadores na região analisada.
Até o momento, foram 35 espécies inventariadas, o que equivale a 11,25% das 311 espécies de mamíferos registradas na Amazônia até agora. Os primatas foram os que mais se mostraram presentes no inventário, com 12 espécies registradas. "É o grupo mais diverso na área", comenta Fernanda, que verificou também registros de ariranhas, quatis, esquilos, antas e tamanduás.
A segunda etapa rumo à obtenção do grau de mestra é analisar como esses mamíferos se comportam nas clareiras. Para isso, a jovem cientista lançou mão de armadilhas fotográficas, com a instalação de câmeras no interior de cada clareira para registrar a presença dos animais, e da construção de plataformas para observação in loco. Tudo para descrever, da forma mais precisa possível, a locomoção, alimentação e defecação dos mamíferos dentro das clareiras. "É um estudo difícil de realizar em função da diversidade dessa fauna", destaca a futura mestra.
Seminário - O resultado final da tese "Estudo da Comunidade de Mamíferos de Médio e Grande Porte e o Potencial desta Fauna na Regeneração de Clareiras Artificiais na Região do Rio Urucu, Coari, Amazonas" só será conhecido em meados de 2009. O trabalho de Fernanda Santos foi um dos 20 apresentados durante o V Seminário de Pós-Graduação em Zoologia, realizado entre os dias 17 e 19 de setembro, quando os futuros mestres e doutores do Programa de Pós-Graduação em Zoologia do Goeldi e da UFPA tiveram a chance de expor os caminhos trilhados até agora para a elaboração de suas teses. O evento teve lugar no Auditório Paulo Cavalcante, do Campus de Pesquisa do Museu, na Terra Firme. (Fonte: Museu Paraense Emílio Goeldi)
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