quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Sete golfinhos são encontrados mortos

Sete golfinhos foram encontrados mortos em apenas 30 dias, no litoral de Aracaju. Todos os animais, da espécie boto cinza, apresentavam marcas de rede de pesca pelo corpo e foram encontrados na praia de Atalaia, da altura do farol da Coroa do Meio até o farol do Mosqueiro. A quantidade elevada de golfinhos encalhados no período de um mês tem preocupado os veterinários e biólogos do Instituto Mamíferos Aquáticos de Sergipe (IMA/SE).

Segundo o médico veterinário Ernesto Foppel, nesses 8 anos de trabalho no Estado, nunca foram encontrados tantos animais num curto espaço de tempo. Durante todo o ano de 2007 foram 11 encalhes. Este ano, já somam 12, sendo 5 no primeiro semestre e esses outros 7 ocorridos nos últimos 30 dias. Dos 7 animais encontrados no último mês, 4 eram machos e 3 fêmeas, inclusive um filhote com apenas dois meses de vida.

Ernesto disse que por conta do avançado estado de putrefação em que os golfinhos foram encontrados nas praias, não há como se determinar a causa da morte. O veterinário disse que todos os animais apresentavam marcas de rede de pesca pelo corpo. “Entretanto isso não pode ser atribuído como causa primária da morte dos golfinhos”, explicou.

Número maior

Embora o número de animais encontrados encalhados este ano, especialmente no último mês, seja elevado, ele pode ser ainda maior. Segundo o veterinário Ernesto Foppel, apenas 10% dos golfinhos que morrem chegam à praia. “Isso significa dizer que ao invés de sete podem ter morrido nesse último mês 70 golfinhos”, disse. A identificação dos animais encalhados foi possível, porque equipes da Petrobras vem fazendo o monitoramento motorizado em todas as áreas da praia e informando ao IMA/SE qualquer ocorrência.

Segundo o veterinário, com a morte desses animais pode haver uma redução da população de botos cinza no Estado. Ernesto disse que é fundamental que os órgãos públicos ambientais intensifiquem as ações de educação com os pescadores, com palestras de orientação, para que eles possam exercer sua atividade sem comprometer a vida dos animais. “Isso já foi feito em outros Estados e surtiu um efeito muito positivo, pois eles passaram a pescar em áreas com muito mais peixes e sem colocar em risco os golfinhos”, explicou Ernesto Foppel.

http://2008.jornaldacidade.net/2008/noticia.php?id=17440&hoje=2008-10-29%2007:16:59

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