Na abertura de sua Convenção Sobre as Espécies Migratórias, que vai até sexta-feira, 5, na sede da FAO em Roma, a ONU destacou que o aumento da cacofonia marinha originada pelo homem representa um problema, sobretudo, para os mamíferos, que usam sons para se comunicar.
"O barulho submarino feito pelo homem já provocou uma espécie de nevoeiro acústico e uma cacofonia de som em muitas partes dos mares e oceanos do mundo", disse o diretor cientista da Sociedade para a preservação dos golfinhos e baleias, Mark Simmonds, em comunicado da FAO.
A ONU, através de seu Programa para o meio Ambiente (Pnuma), pede aos Governos e às indústrias a que adotem motores mais silenciosos e alarmes menos danosos nos navios e medidas mais restritivas ao uso de testes sísmicos para prospecção de petróleo e gás.
Apesar de os maiores desabrigados serem mamíferos como as baleias, "parece que outras espécies marinhas podem ser afetadas", aponta Simmonds, que vincula ao barulho oceânico alguns danos que apresentam os tecidos dos cetáceos.
A ONU denuncia ainda que as mudanças na composição química marinha contribuem para o aumento da poluição sonora do oceano, já que o aumento dos níveis de acidez de água do mar fazem com que esta absorva 10% menos sons de baixa freqüência.
A menos que as emissões de gases do efeito estufa se reduzam, os níveis de acidez marinha poderiam chegar, em 2050, a um ponto em que o barulho dos navios chegue a distâncias 70% maiores.
"Agora enfrentamos evidências relevantes de que a combustão de combustível fóssil e a emissão de CO2 podem ser novas e, inclusive, maiores ameaças, a não ser que se tomem medidas para cortar as emissões nos próximos anos e décadas", insistiu Simmonds.
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