segunda-feira, 21 de julho de 2008

Ativistas do Greenpeace no Japão são libertados após 26 dias detidos

Carne de baleia obtida pelo Greenpeace no Japão, durante uma  investigação que revelou o contrabando do produto do navio-fábrica  Nisshin Maru, que participa do programa baleeiro no Santuário da  Antártica.

Carne de baleia obtida pelo Greenpeace no Japão, durante uma investigação que revelou o contrabando do produto do navio-fábrica Nisshin Maru, que participa do programa baleeiro no Santuário da Antártica.

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Tóquio, Japão — Eles foram presos depois de denunciar venda ilegal de carne de baleia. Agora vamos pressionar o governo japonês para prosseguir com as investigações sobre a caça comercial de baleias.

Os dois ativistas do Greenpeace presos no Japão depois de denunciar um esquema de venda ilegal de carne de baleia foram libertados nesta terça-feira mediante pagamento de fiança. Junichi Sato e Toru Suzuki passaram 26 dias detidos sob acusação de interceptar uma caixa de carne de baleia apresentada às autoridades japonesas como evidência da existência da caça comercial de baleia no Japão, prática que fere acordo internacional.

Apenas 10% dos pedidos de liberdade sob fiança são aceitos pelo sistema penal japonês. O julgamento de Sato e Suzuki ainda não foi marcado.

"Estamos extremamente aliviados porque nossos dois ativistas foram finalmente libertados. No entanto, ainda fica a pergunta: porque as investigações sobre a venda ilegal de carne de baleia foram suspensas, apesar de todas as evidências apresentadas?" disse Frode Pleym, da campanha de Baleias do Greenpeace Internacional.

Durante quatro meses o Greenpeace investigou denúncias de antigos e atuais trabalhadores da frota baleeira operada pela empresa Kyodo Senpaku sobre a existência de um esquema de contrabando de carne de baleia. O produto era retirado do navio fábrica Nisshin Maru e enviado para a casa de membros da tripulação entre suas bagagens pessoais.

Uma das quatro caixas de carne de baleia, avaliada em US$ 3 mil, foi interceptada pelos ativistas. A caixa foi exibida em uma conferência de imprensa no dia 15 de maio e encaminhada Ministério Público como evidência das denúncias, que foram arquivadas.

"Apelamos ao governo para seguir com o inquérito sobre a corrupção na frota baleeira", disse Pleym. "A denúncia do Greenpeace expõe um grande escândalo que envolve o dinheiro dos contribuintes japoneses e a violação de um acordo internacional firmado no âmbito Comissão Internacional Baleeira (CIB), que é a proibição da caça comercial de baleias", completou Pleym.

A prisão dos ativistas mobilizou mais 30 organizações não-governamentais de todo o mundo que enviaram cartas para as autoridades japonesas pedindo a liberdade deles e a investigação das denúncias do Greenpeace.

Cerca de 7,5 mil ativistas brasileiros enviaram e-mails de protesto para as autoridades japonesas, que foram impressos e entregues nos consulados do Japão em São Paulo e em Manaus por ativistas do Greenpeace Brasil.

"É sempre muito importante a participação da sociedade civil em qualquer luta ambiental. Esperamos manter o engajamento dos brasileiros para cobrar do governo brasileiro uma postura mais pró-ativa para a conservação de baleias", afirma Leandra Gonçalves, coordenadora da campanha de Baleias do Greenpeace Brasil.

http://www.greenpeace.org/brasil/oceanos/noticias/ativistas-do-greenpeace-no-jap

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