artigo 6º da Lei 5.197/1967 que estimula a construção de criatórios destinados aos animais silvestres para fins econômicos e industriais pode sofrer uma alteração. Uma deliberação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Instrução Normativa (IN) 169, quer limitar a atuação do setor. Bem próximo de Belo Horizonte, numa área verde de 30 hectares em Betim, na região metropolitana, mil aves da fauna nacional e exótica vivem no criatório comercial do Vale Verde Parque Ecológico. Elas se reproduzem e garantem a continuidade de 100 espécies, das quais 11 estão ameaçadas de extinção: pomba-goura, cuiu-cuiu, papagaio-do-peito-roxo, loris amor amor, derbiana, três espécies de tiriba, ararajuba, papagaio-do-espírito-santo e arara-azul-grande (os dois últimos são típicos do Leste de Minas, na divisa capixaba e com o Rio de Janeiro, e do Nordeste de Minas, respectivamente).
“Há 400 espécies nas mãos de criadores comerciais, e o Ibama vai lançar uma lista restringindo esse número para 20. Todas que não estiverem na relação terão prazo de três anos para ser devolvidas à natureza. Será uma tragédia ambiental, pois elas terão de ir para os zoológicos, que não têm condições de recebê-las, ou aos mantenedores, que são proibidos de estimular a procriação”, afirma o coordenador do criatório do parque, o biólogo Paulo Machado.
A auditora interna Érica Vieira de Carvalho, de 30 anos, é de São Paulo e, num compromisso de trabalho em Betim, aproveitou para conhecer o parque. “A preservação ambiental é um dos focos das discussões no mundo e há um desequilíbrio enorme devido à extinção das espécies. Como a fiscalização não tem olhos para combater as causas dessa ameaça na natureza, é importante que a população tenha a iniciativa de preservar”, disse.
Com a nova instrução do Ibama, o parque e outros criatórios podem fechar as portas e interromper projetos de educação, que têm foco turístico e ambiental. Para Paulo Machado, o uso de populações em cativeiro é de extrema importância para apoiar os projetos de conservação. “Há vários casos de espécies que foram recuperadas na natureza devido a esse fator. Um caso clássico é o ganso-do-havaí. Hoje, temos a arara-de-spix, que está extinta em ambiente natural e, no futuro, temos a esperança de reintroduzi-la”, afirma.
Segundo o biólogo, um dos principais pontos das discussões entre pesquisadores, integrantes do governo, organizações não-governamentais e grupos de conservação, no que se refere aos criadores comerciais, são os recursos financeiros envolvidos no empreendimento. “É inviável investir sem um retorno financeiro. No Vale Verde, gastamos R$ 30 mil com as aves. É romântica a idéia de que a preservação da flora e da fauna seja auto-sustentável”, diz.
O coordenador de Fauna do Ibama, João Pessoa, informou que o número de 20 grupos indicados por Paulo Machado não procede, pois ainda está sendo analisado. Segundo ele, há 1,4 mil criatórios no Brasil, dos quais 50% concentrados em São Paulo e em Minas Gerais. Acrescentou que a atividade é importante para a preservação das espécies porque reduz a pressão sobre os animais na natureza.
http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_2/2008/08/16/em_noticia_interna,id_sessao=2&id_noticia=75809/em_noticia_interna.shtml
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