da BBC Brasil
Os macacos parecem preferir comida cozida a carne e legumes crus, segundo uma pesquisa publicada no "Journal of Human Evolution".
A descoberta sugere que os ancestrais do homem tinham uma preferência inata à comida cozida e teriam começado a cozinhar alimentos assim que descobriram o fogo, segundo o antropólogo Richard Wrangham, da Universidade americana de Harvard, um dos autores do estudo.
"Não teria demorado muito (depois da descoberta do fogo) para que pedaços de alimentos acabassem cozidos acidentalmente, e se eles gostassem acabariam repetindo o experimento", disse Wrangham à revista "New Scientist".
Wrangham está usando a descoberta de que macacos gostam de alimentos cozidos como um argumento para a sua teoria de que cozinhar foi essencial para a evolução humana.
Segundo ele, alimentos cozidos são digeridos mais facilmente e seu consumo teria impulsionado mudanças anatômicas no homem, como cérebro maior, intestinos menores e dentes mais fracos.
Pesquisa
Para determinar se hominídeos pré-históricos podem ter usado o fogo para preparar seus alimentos porque o gosto era melhor, os pesquisadores fizeram experimentos com vários tipos de primatas - como chimpanzés, gorilas e orangotangos - para saber se eles preferem alimentos cozidos ou crus.
"Nós queríamos saber se poderíamos considerar os ancestrais do homem, os chamados australopithecine, como pré-adaptados a gostar de comida cozida", disse Wrangham à "New Scientist".
Wrangham admite que o fato de a comida cozida ter sido uma "novidade" para muitos dos macacos pode ter influenciado os resultados em alguns casos, assim como o fato de que alguns já tinham tido a experiência.
Experimentos para descobrir porque os macacos preferem alimentos cozidos foram inconclusivos.
No entanto, a reportagem da "New Scientist" afirma que nem todos no mundo científico concordam com a sugestão de que a preferência por alimentos cozidos teria influenciado a evolução humana.
Henry Bunn, da Universidade de Wisconsin, afirma que "chimpanzés não são australopithecinesHomo e, por isso, as preferências deles não podem constituir provas do que aconteceu".
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