terça-feira, 24 de junho de 2008

Fundação Zoo-Botânica firma parceria com a Vale para a transferência de duas gorilas

Os dias de solidão do gorila Idi, a principal atração da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte (FZB-BH), estão contados. A vinda de duas fêmeas da Fundação John Aspinall, da Inglaterra, se tornou possível graças à parceria da Sociedade dos Amigos da FZB-BH com a Vale , assinada com o objetivo de patrocinar não só o translado, mas também a reforma das áreas de quarentena, adaptações no recinto de exposição e o intercâmbio entre técnicos da Zoo-Botânica e da instituição européia. A expectativa é que as fêmeas estejam em Belo Horizonte em outubro e que, em dezembro, passem a fazer companhia ao gorila Idi.

Após quase 25 anos de pesquisa, trabalho e esforço por parte da equipe técnica, Belo Horizonte vai se transformar em um centro de reprodução da espécie Gorilla gorilla gorilla, seriamente ameaçada de extinção .

Para o presidente da Fundação Zoo-Botânica, Evandro Xavier, a vinda das fêmeas significa a celebração de mais uma grande etapa vencida. "É uma grande conquista , principalmente, para a espécie, que se encontra em risco na natureza. Com o tempo será possível vislumbrar novas estratégias de reprodução da espécie em cativeiro e, com certeza, mudar a história do gorila Idi, tão querido em todo o país", afirma.
Durante a solenidade de assinatura da parceria, realizada no Centro de Pesquisas e Conservação da Biodiversidade do Quadrilátero Ferrífero, o diretor de Ferrosos Sudeste da Vale, Silmar Silva, destacou a importância da formação do grupo de gorilas na capital. "É sempre possível transformar idéias em ações , o que demonstra o compromisso institucional com o meio ambiente", diz.

Após a fase de adaptação das duas novas fêmeas, espera-se uma boa convivência entre os três gorilas. Segundo técnicos da FZB-BH, Idi é um animal essencialmente social. Aos 35 anos de idade, ele aguada o tão sonhado "casamento" com as novas fêmeas , que possuem entre oito e nove anos.

Quem quiser mandar mensagens ou tirar dúvidas sobre o gorila Idi pode entrar em contato pelo e-mail gorilaidi@pbh.gov.br .

Histórico

O gorila Idi chegou ao Jardim Zoológico de Belo Horizonte em janeiro de 1975, acompanhado de uma fêmea, de nome Dada. Os dois vieram de um zoológico francês com aproximadamente dois anos de vida. Dada morreu em 1978 por complicações devido a uma otite. Em 1984 chegou ao Zoológico da FZB-BH uma fêmea de gorila chamada Cleópatra, procedente do Zoológico de São Paulo. Cleópatra chegou à Fundação apresentando um quadro clínico de desidratação e diarréia, vindo a óbito 14 dias após sua chegada à capital mineira.

Em 2004 existiam oito exemplares de gorila nas Américas do Sul e Central. Destes, dois primatas viviam no Brasil - Virgulino no Zoológico de São Paulo e Idi na Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte . Em 2005 morreu Virgulino e, desde então, Idi passou a ser o único gorila vivo em cativeiro da América do Sul.


(Envolverde/Prefeitura de Belo Horizonte)
http://envolverde.ig.com.br/?edt=34&PHPSESSID=4bca161bfe581c200132f03b3ebd91ba

Um comentário:

Anônimo disse...

O Idi já viveu, presenciou e sentiu na pele a era macabra dos zoológicos exibicionistas, onde não se respeitava nem se dava importância aos animais se não para entreter os curiosos humanos, vivendo em jaulas minúsculas, sem nenhuma forma de enriquecimento ambiental e que acava fazendo com que estes animais adquirissem profundas cicatrizes psicológicas. Por ter chegado nesta época, ganhou um nome que não faz justiça à sua natureza dócil, bem diferente de seus parentes próximos, que provavelmente mataram sua mãe, pois pela sua história, tudo indica que tenha sido capturado na natureza enquanto ainda era filhote e levado para a Europa. Felizmente hoje a realidade é completamente diferente e pelo estatus conservacionista adquirido, hoje os zoológicos (ainda com algumas exceções) põem as necessidades e o conforto dos animais em primeiro lugar. Durante estes últimos anos, Idi ganhou um recinto especialmente adaptado para imitar seu ambiente natural na distante mãe África, porém amargou a solidão e na falta de um semelhante adotou uma bióloga do zoo como companheira, mas agora ele realmente vai poder sentir o que é ser um "costas prateadas", líder de um grupo familiar e pai de uma prole. Ótima notícia para nosso amigo de peso!